Brasil em debate

Leonardo Sakamoto diz que novo pacto social é prioridade para o país

Jornalista lança livro em BH, nesta terça (25/11), e defende projeto "coletivo, justo e digno" para o trabalhador brasileiro

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“O que nos une em nossa sociedade é o fato de a maioria dos brasileiros serem trabalhadores, apesar de estarem em posições diferentes, seja no urbano ou rural”, afirma o jornalista Leonardo Sakamoto, autor do livro “O que os coaches não te contam sobre o futuro do trabalho”, escrito em parceria com Carlos Juliano Barros.

Nesta terça-feira (25/11), Leonardo ministra a palestra “Falta amor no mundo, mas também interpretação de texto: Redes, diálogo e direitos humanos no Brasil hoje”, às 19h, no Auditório da Reitoria da UFMG. O livro chega à capital mineira após lançamentos em São Paulo e Brasília.



O jornalista defende a necessidade de reconstruir o senso de comunidade em meio à polarização que domina o país. “Quando a gente deixa de se entender, deixa também de reconhecer no outro um ser humano que detém os mesmos direitos que nós. Como, então, construir uma sociedade comum?”, questiona.

Leonardo reforça a importância do debate sobre direitos humanos, cuja Declaração Universal completa 77 anos em 10 de dezembro, e lamenta o esvaziamento dessa pauta no debate público.

“Boa parte das pessoas caiu na conversa mole de que direitos humanos é coisa de bandido, como se fosse sobre pessoas específicas, e não sobre princípios universais. Direitos humanos são para todo mundo. Inclusive para pessoas encarceradas, claro, mas para todo mundo”, reforça.

Sakamoto alerta que a defesa dos direitos trabalhistas é hoje uma das pautas mais urgentes, observando que trabalhadores que se colocam contra ela “foram enganados ou mal informados”.

“Ninguém quer ser irresponsável ou propor mudanças que o país não aguenta. Pelo contrário, tudo o que estamos discutindo é a efetivação da dignidade humana. O país aguenta, sim”.

Essas questões são abordadas em “O que os coaches não te contam sobre o futuro do trabalho”, que reúne textos publicados pelos autores no UOL e na Repórter Brasil, organização que Sakamoto e Barros criaram voltada para direitos e questões trabalhistas.

Período decisivo

“Eu e o Carlos cobrimos questões trabalhistas há muito tempo. Faço isso há mais de 25 anos e também pesquiso plataformas digitais, algoritmos e inteligência artificial. Nos últimos cinco anos, começamos a viver um período decisivo para o futuro do trabalho, com mudanças não apenas tecnológicas, mas também legais e estruturais”, afirma o jornalista e doutor em ciência política pela USP.

Sakamoto considera o momento atual uma encruzilhada histórica, pois o país convive com formas de exploração herdadas do período colonial enquanto enfrenta desafios impostos pelo futuro tecnológico.

“Ao mesmo tempo em que trabalhadores ainda têm medo de serem escravizados, outra parcela teme perder o emprego para a inteligência artificial. Parece uma contradição absurda, mas não é. Isso revela uma sociedade que não conseguiu e não tem conseguido garantir direitos e proteções mínimas previstas em lei”, observa.

A saída passa pela reconstrução do pacto social, acredita Sakamoto. “O futuro do trabalho precisa, necessariamente, passar pela valorização de quem trabalha. Se isso não acontecer, qualquer sociedade estará destinada a enfrentar grandes problemas. E o futuro, como ressaltamos no livro, não pode ser um slogan vazio do Linkedin. Ele precisa ser um projeto coletivo, justo e digno”, conclui.

LEONARDO SAKAMOTO

Palestra sobre o tema “Falta amor no mundo, mas também interpretação de texto: Redes, diálogo e direitos humanos no Brasil hoje”. Nesta terça-feira (25/11), às 19h, no Auditório da Reitoria da UFMG (Av. Antônio Carlos, 6.627, Pampulha). Na ocasião, será lançado “O que coaches não te contam sobre o futuro do trabalho” (Alameda), de Carlos Juliano Barros e Leonardo Sakamoto. O exemplar custa R$ 78.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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