Imagens registradas na audiência de custódia do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes com um tiro no abdômen, no bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte, na segunda-feira (11/8), mostra a reação do suspeito ao descobrir que continuará preso. A gravação foi feita nesta quarta (13), na Central de Audiências de Custódia (CEAC), no bairro Lagoinha, Região Noroeste da capital. 

Na ocasião, o suspeito teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça, a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). De acordo com a decisão judicial, a prisão preventiva do réu é necessária para garantir a ordem pública, dada a gravidade do crime é o modus operandi utilizado. Isso porque, segundo a ata da audiência, o crime foi cometido "em plena luz do dia, por motivo fútil, uma aparente irritação decorrente de uma breve interrupção no trânsito".

Em vídeo, ele aparece algumas vezes inclinando a cabeça para baixo e apresenta o semblante abatido ao receber a notícia. Ainda nas imagens, após receber a sentença, ele é levado algemado pelos policiais. 

O suspeito foi transferido para o Centro de Remanejamento Sistema Prisional da Gameleira (Ceresp Gameleira) na segunda e, de acordo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), deu entrada no Presídio de Caeté, na noite dessa quarta-feira (13/8).

Durante audiência, o empresário reclamou do atendimento recebido no Ceresp Gameleira, disse que estava dormindo no chão e alegou ter sido fotografado dentro da unidade prisional. O juiz responsável pela audiência, Leonardo Vieira Rocha Damasceno, determinou que o estabelecimento prisional de Caeté disponibilize, caso houvesse viabilidade, um colchão, e a advertiu para que não sejam feitas "fotografias do autuado dentro do presídio". O suspeito também foi autorizado a tomar remédio para dormir - Clonazepam - princípio ativo do Rivotril - enquanto permanecer preso preventivamente.

Como foi o momento do crime?

A equipe de limpeza estava na Rua Modestina de Souza, no bairro Vista Alegre, quando Eledias percebeu que uma fila de carros se formava atrás dela e decidiu manobrar o caminhão para a direita e permitir a passagem dos veículos, entre eles um BYD conduzido pelo empresário Renê da Silva.

Segundo o depoimento de Eleidas, ela e os outros garis disseram ao suspeito “vem, vem, pode vim (sic)”, orientando que havia espaço suficiente para ele passar com o carro. Logo depois, Renê pegou uma arma e apontou para a motorista, ameaçando atirar. O gari Tiago Rodrigues então se posicionou entre o empresário e a colega, questionando: “Você vai dar um tiro na mulher trabalhando? Vai matar ela dentro do caminhão?”.

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Renê conseguiu passar sem esbarrar no caminhão e parou cerca de três metros à frente. Desceu do carro com a arma em punho, apontou para os trabalhadores, disparou e atingiu Laudemir no abdômen. Conforme os registros, o tiro acertou o lado direito das costelas e saiu pelo esquerdo. Ele deu entrada no Hospital Santa Rita, em Contagem, na Grande BH, mas morreu momentos depois por hemorragia interna. No local do crime, foi recolhido um projétil intacto de munição calibre .380.

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