NOBEL DA PAZ

Quem é María Corina, a 'dama de ferro' venezuelana que ganhou o Nobel

Engenheira que se tornou um dos maiores símbolos da resistência contra Hugo Chávez e Maduro

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A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi anunciada, nesta sexta-feira (10/10), como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025. O Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo, destacou que ela faz um “incansável trabalho na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia".

A engenheira de 58 anos, conhecida como a "dama de ferro" por conta da admiração pela ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, lidera a organização não governamental Súmate, que defende transparência eleitoral e participação cidadã.

Nascida em uma família influente de Caracas, Machado formou-se Engenharia Industrial pela Universidade Católica Andrés Bello e se especializou em Finanças no Instituto de Estudos Superiores. Ela entrou na vida pública em 2002, durante a crise política e econômica do país, sob o governo de Hugo Chávez. Em 2002, ela co-fundou a Súmate.

A organização foi uma das principais promotoras do referendo revogatório contra Chávez em 2004. Na ocasião foi acusada pelos chavistas de conspiração, algo que ela sempre negou.

Embora a proposta tenha sido derrotada, a atuação de Machado a consolidou como importante nome da oposição. Em 2010, foi eleita deputada na Assembleia Nacional com a maior votação do país.

Seu mandato foi marcado por discursos contundentes e confrontos diretos contra o chavismo. Em 2014, teve seu mandato cassado. No mesmo ano, Machado intensificou sua militância, defendendo uma linha de "desobediência civil" e pressão máxima contra o que ela define como uma "tirania".

Ela também convocou uma onda de protestos conhecida como "A Saída", pedindo a restituição da ordem democrática. As manifestações ocorreram entre fevereiro e junho, deixaram mais de 43 mortos e quase 1,9 mil detidos.

A prova de sua força política veio em 2024, quando venceu de forma esmagadora as eleições primárias da oposição, com mais de 90% dos votos. A vitória a credenciou como a candidata única para enfrentar Maduro nas eleições presidenciais. No entanto, ela estava inabilitada politicamente pelo governo, uma medida amplamente condenada pela comunidade internacional.

Ela vive escondida desde agosto de 2024. A expectativa é que ela reapareça para a cerimônia do Nobel, em dezembro.

O que María Corina Machado defende?

A plataforma política e a luta de María Corina Machado se baseiam em cinco pilares :

  1. Eleições livres e justas
    Ela defende a realização de eleições presidenciais e legislativas competitivas, transparentes e com a presença de observadores internacionais independentes. Para ela, a única saída pacífica para a crise passa pelo respeito à vontade popular expressa nas urnas, sem proibições de candidatos ou controle governamental sobre o processo.

  2. Libertação de todos os presos políticos
    A libertação incondicional dos centenas de presos políticos na Venezuela é uma exigência não negociável de Corina. Machado argumenta que não pode haver democracia enquanto cidadãos forem perseguidos e presos por suas ideias. Ela defende que esse é um passo fundamental para a reconciliação nacional e o restabelecimento do Estado de direito.

  3. Reconstrução institucional
    A ganhadora do Nobel acredita em uma reforma completa das instituições do Estado. Isso significa garantir a autonomia do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Conselho Nacional Eleitoral. O objetivo é restabelecer a separação de poderes.

  4. Abertura econômica e fim dos controles
    Machado propõe um plano de estabilização e liberalização da economia. A proposta envolve o fim dos rígidos controles de câmbio e de preços, o respeito à propriedade privada e a abertura para investimentos nacionais e estrangeiros. O foco é reativar o aparelho produtivo do país, combater a hiperinflação e reverter a crise humanitária no país.

  5. Reinserção da Venezuela no mundo democrático
    O último pilar é a reconstrução da política externa venezuelana. A meta é afastar o país de alianças com regimes autoritários e reaproximá-lo das democracias ocidentais e dos organismos multilaterais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA). A reinserção internacional é vista por ela como crucial para obter ajuda humanitária, atrair investimentos e restaurar a credibilidade do país no cenário global.

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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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