CONGRESSO NACIONAL

Senado vota PEC que limita decisões monocráticas do STF hoje (22)

Apreciação do texto, que limita os poderes dos ministros da Corte, será em rito especial, para permitir votações nos dois turnos no mesmo dia

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Os senadores adiaram para esta quarta-feira a votação da emenda constitucional que reduz os poderes dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A apreciação da PEC que limita decisões monocráticas de magistrados da Corte vai ao plenário, que pode apreciá-la em dois turnos.

Os parlamentares aprovaram o adiamento por 48 votos a 20 — e houve uma abstenção. Uma das razões foi o receio da oposição e do Centrão de serem derrotados.

Ao todo, havia 70 senadores dos 81 — mas o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não vota. É um quórum considerado baixo para se apreciar uma mudança constitucional, que requer o mínimo de 49 votos. Alguns parlamentares não chegaram ainda a Brasília.

O que os senadores votaram, nesta terça-feira, foi o chamado calendário especial, que quebra o interstício de sessões e permite que os dois turnos ocorram na sequência, no mesmo dia. O mesmo ocorreu com a reforma tributária.

A oposição ficou com receio da derrota, se o texto fosse apreciado nesta terça-feira. Líderes oposicionistas afirmaram que ministros do STF estão ligando e pressionando senadores a votarem contra.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do partido na Casa, foi o autor do requerimento do calendário especial. Ao Correio Braziliense, ele admitiu que o receio de derrota, se o texto fosse votado, também motivou a mobilização.

"O requerimento foi não só para adiar e quebrar o interstício para permitir votar os dois turnos num dia só, mas também para medir o placar, o painel da votação", disse.
Ele até citou a ausência de três senadores no plenário que serão fundamentais para ajudar a aprovar a emenda: Romário (PL-RJ), Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Wellington Fagundes (PL-MT).

O Planalto não tem atuado com força para derrotar a emenda, que deve ser aprovada nesta quarta-feira. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), orientou, na votação do requerimento de adiamento, que o governo "não vai firmar posição".

"Essa PEC não passa pela sanção do presidente Lula (é promulgada). Ela fala sobre outro Poder", frisou Wagner.

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A oposição aproveitou a discussão para atacar o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que envolve os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Citou o caso do bolsonarista Cleriston Pereira da Silva, de 41 anos, que morreu de mal súbito no Complexo Penitenciário da Papuda, onde estava preso desde o início do ano por participação nos atos de destruição do Senado.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu, em setembro, a liberdade provisória dele, com uso de tornozeleira eletrônica. Esse foi o ponto atacado pelos senadores bolsonaristas, alguns com camisetas pretas com a imagem do rosto de Cleriston.

Leia também: OAB solicita investigação sobre morte de bolsonarista do 8/1 na Papuda

"Ele faleceu ontem (segunda-feira) por uma decisão monocrática de Alexandre de Moraes. É hora de frear isso, parar com essas decisões", disparou o senador Magno Malta (PL-ES).

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