Bolsonaro sugere que mandará mais que presidente com maioria no Congresso

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer campanha para que os seus apoiadores elejam senadores e deputados federais nas eleições de 2026, sugerindo que com metade do Congresso Nacional de aliados eleitos ele pode mandar mais do que o futuro presidente da República. Neste domingo (29/6), Bolsonaro reuniu sua militância na Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra o julgamento da suposta trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em seu discurso, o ex-presidente defendeu sua gestão no Palácio do Planalto e também relativizou os ataques do 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores invadiram os prédios dos Três Poderes. “Golpe de Estado com idosos, mulheres, mães com bandeiras nas costas, com a pipa embaixo do braço. Golpe se dá com as Forças Armadas, com armamento, núcleo financeiro, núcleo político, com apoio de instituições, inclusive fora do Brasil. Que golpe é esse, meu Deus do céu?”, indagou.

Bolsonaro ainda disse que o ato não se tratava de um comício político, porém, uma parte relevante da sua fala tratou das eleições de 2026. Cabe lembrar que o Bolsonaro está inelegível até 2030, condenado por abuso de poder ao fazer ataques ao sistema eleitoral durante uma reunião com embaixadores em 2022. 

“Ano que vem teremos eleições. Aqui não é um carro para comício, é um carro para dizermos a verdade. Se nós queremos que o nosso time seja campeão, temos que investir, acreditar e entender que as coisas não acontecem de uma hora para outra. Não interessa onde eu esteja, a covardia que façam comigo. Logicamente não quero ser preso, nem morto, mas não posso fugir da minha responsabilidade (...). Se vocês me derem 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil”, disse.

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O ex-presidente afirmou que a outra metade poderia ser de partidos alinhados, como as legendas que hoje fazem parte do Centrão, como o Republicanos, PSD, PP, União Brasil e o MDB. “Se vocês me derem isso, não interessa onde esteja, aqui ou no além, quem assumir a liderança vai mandar mais que o presidente da República”, emendou.

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“Com essa maioria nós elegeremos o nosso presidente da Câmara, o nosso presidente do Senado, o nosso presidente do Congresso Nacional. A maioria das comissões de peso no Senado e na Câmara. (...) Nós seremos os responsáveis pelo destino do Brasil. Eu dou um recado: não quero isso para perseguir quem quer que seja, não quero por revanchismo, eu quero isso pelo futuro do meu Brasil”, completou o presidente.