Corrida ao Senado já tem 13 possíveis candidatos em Minas
Estado renovará duas das suas três cadeiras nas eleições do ano que vem. No país, a disputa envolverá 54 vagas, com destaque para pretensões da direita
compartilhe
Siga noNo ano que vem, 54 das 81 cadeiras do Senado estarão no centro da disputa de poder, ao lado da contenda pela Presidência da República. Essas vagas são o principal foco hoje da extrema direita, capitaneada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que enxerga no Senado um atalho para retomar seus direitos políticos e ter o domínio sobre a Casa.
É o Senado que tem a prerrogativa de instaurar processos por crimes de responsabilidade, que podem resultar no impeachment, não só do presidente da República, mas também dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A disputa também passa por Minas Gerais, onde, ao menos, dez caciques da política local têm pretensões de participar das eleições para as duas cadeiras que serão abertas com o fim dos mandatos dos senadores Rodrigo Pacheco (PSD) e Carlos Viana (Podemos).
- Bolsonaro sugere que mandará mais que presidente com maioria no Congresso
- Bolsonaro afirma que PL terá apenas um candidato ao Senado em Minas
- Bolsonaro diz que Senado é prioridade do PL em 2026
Só que no caso mineiro, as vagas também serão usadas para composição de alianças para a disputa pelo governo de Minas, que promete ser uma das mais acirradas dos últimos tempos, com a possibilidade de dois candidatos apoiados pela extrema direita, o vice-governador Mateus Simões (Novo) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), e um do centro, Pacheco, com o PT correndo por fora, mas ao lado do senador.
Bolsonaro tem repetido em todas suas últimas aparições públicas, inclusive em Belo Horizonte, que precisa obter pelo menos 50% do Senado para “mudar o Brasil”. Para que a abertura de um processo de impeachment de ministro do STF seja aprovado, são necessários 54 votos favoráveis, por isso a eleição de ao menos 39 senadores alinhados diretamente à pauta bolsonarista pode ajudar, e muito, a pavimentar esse caminho.
Leia Mais
Em Minas Gerais, apesar de o PL ter ao menos quatro pré-candidatos ao Senado, Bolsonaro já avisou que a legenda vai indicar apenas um candidato, mas pediu de antemão apoio a quem for fazer dobradinha com seu partido na disputa.
São cotados como candidatos da legenda os deputados federais Domingos Sávio, presidente da legenda, e Eros Biondini, o deputado estadual Caporezzo (PL) e o pai do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), o pastor Edésio de Oliveira, já que o parlamentar não tem idade suficiente para concorrer ao Senado.
Caso vingue a aliança do PL com Simões em torno de sua candidatura ao governo de Minas, uma das vagas pode ser indicada pela chapa do vice-governador. com o aval do governador Romeu Zema (Novo), que hoje tem pretensões de disputar a Presidência da República com o apoio de Bolsonaro.
Os nomes cotados são o do secretário de Governo, Marcelo Aro (Podemos), e do próprio Zema, caso não vá adiante suas pretensões de disputar a Presidência da República, como cabeça de chapa ou como vice. O governador repete sempre não ter interesse em cargos legislativos, mas, de acordo com interlocutores, o Senado pode vir a ser uma opção para não ficar sem cargo, o que na política é considerado ruim para quem almeja voos mais altos.
No campo do centro, um dos nomes cotados é o do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), que já foi suplente do então senador Antônio Anastasia, hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Mas sua possível candidatura está atrelada a um projeto maior, que passa pela eleição de Pacheco para o governo de Minas, com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sem nome forte para a disputa pelo governo de Minas, o PT está a reboque de Pacheco, que ganhou carta branca de Lula para montar sua chapa, sem necessidade de garantia de cargos para os petistas na chapa. Pacheco pode disputar a eleição pelo União Brasil, já que o PSD pode se alinhar nacionalmente ao bolsonarismo, o que inviabilizaria a permanência do senador na legenda. Com isso, o vice-governador pode deixar o Novo, que não tem tempo de televisão nem fundo partidário, e se filiar ao PSD.
Possíveis candidatos ao Senado
- Aécio Neves (PSDB), deputado federal
- Alexandre Silveira (PSD), ministro de Minas e Energia
- Carlos Viana (Podemos), atual senador
- Caporezzo (PL), deputado estadual
- Domingos Sávio, deputado federal e presidente do PL mineiro
- Edésio de Oliveira (PL) , pai do deputado federal Nikolas Ferreira
- Eros Biondini (PL), deputado federal
- Euclydes Pettersen, deputado federal e presidente do Republicanos em Minas
- Marcelo Aro (PP), secretário de Governo de Romeu Zema
- Paulo Abi-Ackel, deputado federal e presidente do PSDB mineiro
- Reginaldo Lopes (PT), deputado federal
- Romeu Zema (Novo), caso não seja candidato a presidente ou a vice
- Tadeu Martins Leite (MDB), presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Estratégia
A estratégia de Pacheco é, além dos dois nomes ao Senado que podem compor em uma possível chapa encabeçada por ele, lançar mais candidatos à câmara alta para ter mais de um palanque nesta disputa, que também é majoritária. O PT pode ser um dos garantidores dessa tribuna extra, já que não deve compor oficialmente a chapa de Pacheco e nem mesmo fazer parte de uma aliança formal.
O único nome ventilado do PT até agora para essa disputa é o do deputado federal Reginaldo Lopes, que já almejou o Senado, mas atualmente articula para se reeleger deputado federal e ser, novamente, o puxador de votos do partido. Nas últimas eleições, Lopes foi o deputado federal mais bem votado do PT e o quarto entre toda a bancada mineira de 53 parlamentares.
Caso não se alie ao Republicanos, um dos outros aliados de Pacheco para essa disputa é o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite (MDB). No entanto, essa costura dependerá do namoro entre MDB e Republicanos, que ensaiam uma federação. E também do destino do senador Cleitinho, até agora o nome mais bem colocado para a disputa pelo governo de Minas, segundo as pesquisas.
- Tadeuzinho desconversa sobre 2026 e cobra de Zema adesão imediata ao Propag
- MDB lança Tadeuzinho como pré-candidato ao governo de Minas
O vice-governador tem articulado para tirar Cleitinho da disputa, mas o senador, pelo menos até agora, tem dito que não vai desistir. O partido de Cleitinho também tem um nome para a disputa pelo Senado, o presidente da legenda no estado, Euclydes Pettersen, que é deputado federal.
O PSDB também não descarta uma candidatura ao Senado e até mesmo uma aliança com Pacheco para a disputa pelo governo de Minas. Um dos nomes aventados pelo partido é o do deputado federal Aécio Neves, que já foi governador e senador por Minas Gerais, e cujo nome já apareceu em segundo lugar nas pesquisas, apesar de a possibilidade dele tentar novamente o governo do estado ser remota.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Outro nome é do deputado federal e presidente do PSDB mineiro, deputado federal Paulo Abi-ackel. Também está na disputa, o senador Carlos Viana (Podemos), que pretende disputar a reeleição. No entanto, todas essas articulações estão diretamente atreladas às alianças que serão fechadas na disputa pela presidência e os rumos que os partidos hoje na base do governo Lula podem tomar.
Também está diretamente ligada aos nomes de quem vai mesmo participar das eleições para o governo do estado e as alianças que serão fechadas. Simões e Pacheco podem mudar de legenda. Os partidos e federações têm até o fim de maio de 2026 para registrar suas candidaturas.
Senado em números
- 81 senadores representam os 26 estados e o Distrito federal
- 3 cadeiras para cada um
- 54 estarão em disputa nas eleições de 2026
- 8 anos é o tempo do mandato dos senadores
- 2 novos senadores irão representar Minas Gerais
- Cada senador é eleito com 2 suplentes
- As eleições são alternadas, em uma eleição e na seguinte