Bandeiras de campanha da chapa formada por Fuad Noman (PSD) e Álvaro Damião (União Brasil) na eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte em 2024, a municipalização do Anel Rodoviário e a desativação do Aeroporto Carlos Prates são conhecidas por mais da metade da população da capital mineira. Pesquisa feita pela Opus Consultoria & Pesquisa por encomenda do Estado de Minas apurou a percepção dos belo-horizontinos sobre dois temas centrais para a dupla que venceu o pleito.
O levantamento da Opus ouviu 500 eleitores de BH nas nove regionais da capital mineira e tem margem de erro de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos. O questionário aplicado entre os dias 1º e 3 de julho traz perguntas sobre a municipalização do Anel Rodoviário e sobre a desativação do Aeroporto Carlos Prates, medidas iniciadas na gestão anterior de Fuad Noman e deixadas como legado a Damião após a morte do prefeito eleito.
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Sobre o Anel Rodoviário Celso Mello de Azevedo, 57% dos entrevistados afirmaram ter tomado conhecimento do fato de que a via passou a ser uma responsabilidade municipal em 2025. Entre quem disse saber da mudança, a maioria afirmou não ter uma posição definida sobre o futuro da estrada com a gestão da prefeitura.
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Ao todo, 53% dos entrevistados afirmaram não saber ou preferiram não responder sobre o futuro do Anel Rodoviário; 42% se mostraram confiantes em uma melhora da via; e apenas 6% disseram que a qualidade vai piorar com a municipalização.
O diretor da Opus, Matheus Dias, chama a atenção para o alto percentual de belo-horizontinos que ainda não têm uma opinião sobre a municipalização do Anel Rodoviário. A mudança de gestão do governo federal para a prefeitura tende a acelerar a resolução de problemas da via, mas o número de ‘indecisos’ aponta que há uma parcela significativa da população sem uma ideia formada e, portanto, ainda precisa ser convencida de que as medidas serão positivas.
“Se os problemas que acontecem no Anel Rodoviário não tiverem uma solução, pode acabar sendo um tiro pela culatra. Pode ter um efeito oposto ao que o atual prefeito espera ter com essa mudança. É claro que quanto mais próximo for essa administração, em tese, maior a agilidade que as equipes de manutenção e de segurança têm para agir neste que é um equipamento prioritário para o bom funcionamento da capital”, afirma o pesquisador.
CARLOS PRATES
A desativação do Aeroporto Carlos Prates, na Região Noroeste de BH, é um tema discutido na capital desde 2023, quando Fuad Noman entrou em uma longa disputa pelo fim do terminal. Ao longo do processo, foi amadurecida a ideia de transformar a área em um bairro com moradias populares; equipamentos públicos como uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e escolas municipais; e áreas de lazer.
O conhecimento popular sobre a desativação do aeroporto é maior do que sobre a municipalização do Anel Rodoviário: 69% dos entrevistados afirmaram ter conhecimento sobre o fim do terminal, enquanto apenas 31% desconhecem a medida.
Entre os que disseram saber sobre a desativação, 22% querem a construção de casas populares; 12% de áreas de lazer; 9% de escolas; outros 9% de hospitais; e 5% deram outras sugestões que não somaram 1% do total. Não souberam ou preferiram não responder 43% dos entrevistados.
Para Matheus Dias, a alta taxa de conhecimento sobre a desativação do aeroporto e a sugestão do uso do terreno para a construção de moradias populares podem ser avaliadas como sucessos de comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte. Um dos primeiros objetivos do município para a área foi utilizar parte do espaço para o programa de habitação Minha Casa, Minha Vida.
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“BH, como todas as grandes cidades, vive um problema de moradia. O preço dos imóveis vem subindo de maneira abrupta, não só em Belo Horizonte, mas em praticamente todas as grandes cidades do mundo, isso aí acaba tendo um grande apelo perante o eleitorado, principalmente aquele eleitorado de mais baixa renda. Então, com certeza, foi um acerto da gestão buscar isso para a área do aeroporto, está em linha com aquilo que os eleitores esperam para a cidade”, avalia Matheus Dias.