Chanceler condena "conluio" de brasileiros com os EUA
O ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira disse que soberania não é "moeda de troca" na relação com os Estados Unidos
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Siga noO ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, condenou o que chamou de “conluio entre brasileiros e forças estrangeiras” para atacar instituições e a soberania brasileira, em uma referência à articulação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e do jornalista Paulo Figueiredo para que os Estados Unidos sancionassem ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O chanceler participou do aniversário de 80 anos do Instituto Rio Branco, nesta segunda-feira (4/8). Vieira disse ainda que “amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional”.
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“Tenho enorme orgulho e sentido de responsabilidade na atual tarefa de liderar o Itamaraty na defesa da soberania brasileira de ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras. Nesse ultrajante conluio, que tem como alvo a nossa democracia, os fatos e a realidade não importam para os que se erigem em veículo antipatriótico de intervenções estrangeiras", declarou.
Na última quarta-feira (30/7), Trump confirmou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. Como justificativa, o magnata republicano afirmou que o ministro Alexandre de Moraes viola direitos humanos ao “perseguir e censurar” americanos e brasileiros, e ainda classificou o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “caça às bruxas”.
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No mesmo dia, Vieira teve uma reunião com o seu homônimo nos Estados Unidos, o secretário de estado Marco Rubio. Na ocasião, ele disse que o Brasil está disposto a negociar com os americanos, mas que é “inaceitável e descabida a ingerência na soberania nacional”.
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Hoje, em frente a uma plateia de diplomatas, o chanceler brasileiro voltou a reforçar que a “soberania não é moeda de troca”. "Nossa sociedade democrática e suas instituições derrotaram uma tentativa de golpe militar, cujos responsáveis estão hoje no banco dos réus, em processos transparentes, transmitidos pela TV em tempo real, com direito à ampla defesa. A Constituição Cidadã não está e nunca estará em qualquer mesa de negociação", afirmou.