O presidente da França, Emmanuel Macron, demonstrou apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em vídeo divulgado nas redes sociais oficiais de ambos, nesta quarta-feira (24/9), o francês aparece abraçando Lula pelos corredores da sede em Nova York e o elogiando: “Você discursou essa manhã, eu vi. Você é um grande guerreiro!”.

Os dois chegaram a caminhar de braços dados, em um gesto que reforça a proximidade política e pessoal entre eles. A cena se soma a outros momentos de descontração já registrados, como a visita do petista a Paris, em junho, quando os presidentes posaram juntos em frente à Torre Eiffel, e a primeira visita do presidente Emmanuel Macron ao Brasil, quando foram fotografados juntos em Belém (PA).

Nos últimos meses, Macron e Lula vêm alinhando discursos em defesa da cooperação internacional e do fortalecimento de laços culturais. Em Nova York, a postura amistosa reforçou o peso diplomático da relação bilateral.

O encontro entre os dois líderes ocorreu no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou Lula em sua fala de abertura da Assembleia. O republicano disse ter tido uma “química excelente” com o brasileiro. 

No púlpito, Lula adotou tom firme contra interferências externas e disse que o Brasil não aceitará tutelas sobre sua democracia, um recado direto ao governo de Donald Trump, que impôs sanções ao país em razão do julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.

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Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela”, declarou. O presidente também classificou como “inaceitáveis” os ataques ao Judiciário e criticou os “falsos patriotas” que tentam fragilizar as instituições.

Lula na ONU

Em seu discurso na ONU, Lula também abordou temas centrais da agenda internacional, como a defesa da democracia, a proteção da infância, a regulação das redes sociais, o combate à fome, a crise climática, conflitos internacionais e o multilateralismo.

Em tom firme, Lula criticou sanções unilaterais, o avanço do autoritarismo e a desordem internacional, além de cobrar ações concretas da comunidade global para enfrentar desigualdades, proteger direitos fundamentais e promover soluções pacíficas de conflitos.

“O multilateralismo está diante de nova encruzilhada. Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra [...]. Mesmo sob ataques sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, disse.

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