O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem usado suas redes sociais para cobrar, diariamente, a “união da direita” em defesa do pai. Desde o final de setembro, ele vem publicando mensagens em tom de ataque a políticos que, segundo ele, se mantêm “em silêncio” diante da prisão domiciliar do ex-chefe do Executivo.
Nesta quinta-feira (2/9), Carlos escreveu no X (antigo Twitter): “Mais um dia de Jair Bolsonaro preso ilegalmente e a ‘união da direita’ segue MUDA!”. Um dia antes, havia postado “#LibertemBolsonaro” e, na mesma rede, acusou de promoverem “tortura” contra o ex-presidente.
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“Jair Bolsonaro segue preso, mesmo sem denúncia, banido das redes sociais, impedido de se comunicar livremente. É torturado, vigiado covardemente, definhando dia após dia, sendo assassinado lentamente com requintes de crueldade [...]”, escreveu.
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O vereador também vem cobrando uma reação de lideranças que se autodeclaram democráticas ou de direita. Em 30 de setembro, publicou: “Ainda esperando os ‘medalhões da democracia’ e o pessoal da ‘união da direita’ se pronunciarem diante de mais de 100 horas da prisão ilegal do Presidente Jair Bolsonaro e de todos os outros absurdos dos últimos dias. Até agora, absolutamente nada! É tudo coincidência… permitida!”.
Nos últimos dias, Carlos também chegou a afirmar que “todos os que se dizem de direita e não se pronunciaram diante da continuidade da prisão, censura e destruição psicológica, física e eleitoral da maior potência política do país estão, fatidicamente, alinhados com o sistema para aniquilar Jair Bolsonaro e se beneficiar com sua morte”.
Por que Bolsonaro está em prisão domiciliar?
- A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi decretada em 4 de agosto pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito de um inquérito que apura apoio financeiro do ex-presidente ao filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante estadia nos Estados Unidos;
- Deputado federal licenciado, Eduardo se mudou para os EUA em março, onde participa de ações contra autoridades brasileiras. Ele chegou a se gabar de ter influenciado Donald Trump a adotar sanções contra o Brasil, como sobretaxa a exportações e sanções a ministros do STF;
- O ex-presidente admitiu ter transferido R$ 2 milhões para custear a permanência do filho, da nora e dos netos nos Estados Unidos, informação confirmada em depoimento à Polícia Federal;
- Antes da prisão domiciliar, em 18 de julho, Bolsonaro já havia recebido restrições: uso de tornozeleira eletrônica, proibição de usar as redes sociais e de sair de casa à noite e nos fins de semana.