Carlos sobre Bolsonaro: 'Torturado e assassinado lentamente'
Declaração do vereador contrasta com histórico do pai, que já exaltou o torturador Brilhante Ustra e defendeu publicamente a prática da tortura
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Siga noO vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL-RJ) voltou a criticar, nesta quarta-feira (1º/10), a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar desde agosto. Em publicação no X (antigo Twitter), o filho 02 do ex-presidente afirmou que o pai está sendo submetido a um processo de "tortura psicológica e física".
"Jair Bolsonaro segue preso, mesmo sem denúncia, banido das redes sociais, impedido de se comunicar livremente. É torturado, vigiado covardemente, definhando dia após dia, sendo assassinado lentamente com requintes de crueldade, propositalmente colocado em um inferno físico e psicológico!", escreveu.
Carlos ainda elevou o tom ao criticar quem, segundo ele, se cala diante do que considera abusos. "Quem ainda considera esses absurdos algo normal - e silencia diante dos arroubos contra a lei - bom sujeito não é!", completou.
- Jair Bolsonaro segue preso, mesmo sem denúncia, banido das redes sociais, impedido de se comunicar livremente. É torturado, vigiado covardemente, definhando dia após dia, sendo assassinado lentamente com requintes de crueldade, propositalmente colocado em um inferno físico e…
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) October 1, 2025
A declaração, contudo, chama atenção pelo contraste com a trajetória política do próprio Bolsonaro, que já exaltou a ditadura militar e defendeu publicamente a tortura. Um dos episódios mais emblemáticos ocorreu em 2016, quando, durante a votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), o então deputado federal homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça como torturador, e o chamou de “o pavor de Dilma”.
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As declarações, porém, não se restringem ao período recente. Em 1999, em entrevista a um programa de televisão, Bolsonaro afirmou ser favorável à tortura ao comentar o caso de um depoente que se recusara a responder perguntas em uma CPI.
“Dá porrada no Chico Lopes. Eu até sou favorável que a CPI tivesse pau de arara lá. Ele merecia isso: pau de arara. Funciona! Eu sou favorável à tortura, tu sabe disso. E o povo é favorável a isso também”, disse à época.
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Por que Bolsonaro está em prisão domiciliar?
- A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi decretada em 4 de agosto pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito de um inquérito que apura apoio financeiro do ex-presidente ao filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante estadia nos Estados Unidos;
- Deputado federal licenciado, Eduardo se mudou para os EUA em março, onde participa de ações contra autoridades brasileiras. Ele chegou a se gabar de ter influenciado Donald Trump a adotar sanções contra o Brasil, como sobretaxa a exportações e sanções a ministros do STF;
- O ex-presidente admitiu ter transferido R$ 2 milhões para custear a permanência do filho, da nora e dos netos nos Estados Unidos, informação confirmada em depoimento à Polícia Federal;
- Antes da prisão domiciliar, em 18 de julho, Bolsonaro já havia recebido restrições: uso de tornozeleira eletrônica, proibição de usar as redes sociais e de sair de casa à noite e nos fins de semana.
A declaração, contudo, chama atenção pelo contraste com a trajetória política do próprio Bolsonaro, que já exaltou a ditadura militar e defendeu publicamente a tortura. Um dos episódios mais emblemáticos ocorreu em 2016, quando, durante a votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), o então deputado federal homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça como torturador, e o chamou de “o pavor de Dilma”.