Composição corporal e gordura abdominal: verdadeiros marcadores de saúde
IMC não diferencia gordura de músculo e pode mascarar riscos em pessoas que aparentam estar com o peso adequado; bioimpedância se mostra mais precisa na saúde
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Siga noDurante muito tempo, a balança foi considerada o principal indicador da saúde corporal. Pessoas com peso aparentemente normal podem ter altos níveis de gordura corporal e isso representa riscos reais à saúde. O que realmente importa é entender a composição corporal e a distribuição da gordura, especialmente na região abdominal.
A balança tradicional mede apenas o peso total, sem distinguir o que é músculo, água ou gordura. Já a composição corporal diferencia a massa magra, que inclui músculos, ossos, órgãos e água; da massa gorda, que corresponde apenas à gordura acumulada.
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Essa distinção é fundamental para uma avaliação precisa da saúde. Uma ferramenta útil nesse processo são as balanças de bioimpedância, que calculam o percentual de gordura, massa muscular, água corporal e até estimativas de gordura visceral.
Estudos recentes reforçam a necessidade de ir além do peso. Uma pesquisa da Universidade da Flórida, publicada na revista Annals of Family Medicine, acompanhou mais de quatro mil pessoas por 15 anos e revelou que aquelas com alto percentual de gordura apresentavam 78% mais risco de morte e tinham três vezes mais chance de morrer por doenças cardíacas, mesmo que o índice de massa corporal (IMC) estivesse dentro da faixa considerada normal. Isso acontece porque o IMC não diferencia gordura de músculo, podendo mascarar riscos sérios de saúde em pessoas que aparentam estar com o peso adequado.
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Outro marcador simples e altamente eficaz para avaliar riscos é a relação cintura-altura (RCA). Pra calcular a RCA, você divide a medida da sua cintura, em centímetros, pela sua altura, também em centímetros. Se o resultado for maior que 0,5, já é considerado um fator de alerta. “A gordura visceral, aquela que se esconde entre os órgãos, na barriga, é a mais perigosa para a saúde. Diferentemente da gordura subcutânea, que fica logo abaixo da pele, a visceral é metabolicamente ativa e pode desencadear inflamações, resistência à insulina e até problemas cardiovasculares”, alerta Marcio Atalla, embaixador da Relaxmedic, professor de educação física com especialização em treinamento de alto rendimento e pós-graduação em nutrição, pela USP.
A grande vantagem da RCA é que ela foca na gordura abdominal, que é a mais perigosa por estar associada a processos inflamatórios. “É aí que entra a relação cintura altura, a RCA, uma medida simples que dá pistas sobre como a gordura está distribuída e o que isso significa para o risco de diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e outras complicações metabólicas”, afirma Marcio Atalla,
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É essencial entender como o corpo é composto e onde a gordura está localizada. A bioimpedância permite observar o percentual de gordura, enquanto a RCA fornece uma visão clara da gordura abdominal, um dos principais fatores de risco para doenças metabólicas. Ambas são ferramentas acessíveis, eficazes e de grande utilidade tanto em consultórios quanto no acompanhamento domiciliar.
Em resumo, a saúde não depende apenas do peso corporal, mas da qualidade dessa massa corporal. “Coma melhor e menos, faça atividade física regular, mantenha-se hidratado, e procure ter um sono de melhor qualidade. E se possível , gerencie melhor o seu estresse, já que ele ele tem uma relação direta com a gordura abdominal”, orienta o especialista.
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