De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada seis casais em idade reprodutiva no mundo enfrenta dificuldades de fertilidade ao longo da vida. A entidade estima que mais de 5 milhões de crianças já nasceram graças a técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV).

Neste cenário, o dia 25 de julho é dedicado a homenagear profissionais essenciais para o sucesso desses tratamentos: os embriologistas. São eles que garantem a qualidade dos gametas, acompanham o desenvolvimento dos embriões e aplicam técnicas de ponta para ajudar na concretização de planejamento reprodutivo.

“A atuação do embriologista é determinante para o sucesso dos tratamentos de reprodução assistida. Desde a fertilização até a transferência embrionária, cada decisão no laboratório pode impactar diretamente o resultado clínico”, explica Catherine Kuhn Jacobs, embriologista sênior e suporte clínico do Vitrolife Group na América Latina.

O Vitrolife Group, que inclui o laboratório de genética Igenomix e dispositivos médicos Vitrolife, lista cinco fatos que ressaltam a importância do embriologista para a reprodução assistida.

Metade da responsabilidade pelo sucesso dos tratamentos está nas mãos dos embriologistas

Segundo a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), 50% da responsabilidade pelos procedimentos realizados em clínicas de reprodução humana é dos embriologistas.
Após a coleta de óvulos e espermatozoides é esse profissional responsável por realizar a união entre eles no laboratório.

Eles executam o que o corpo faria naturalmente — com precisão científica

Além da fecundação, os embriologistas acompanham de perto a divisão celular dos embriões, observando seu desenvolvimento em um ambiente controlado, com temperatura, pH e condições ideais para a vida.

Menos embriões por tentativa, assim como mais tecnologia e segurança

A escolha do embrião a ser transferido é um dos momentos mais críticos da FIV. O embriologista avalia aspectos como morfologia, ritmo de divisão celular e, muitas vezes, resultados de testes genéticos pré-implantacionais (PGT).

“A seleção de um embrião saudável aumenta as chances de sucesso e reduz os riscos de doenças genéticas. Antes, era comum transferir até quatro embriões, o que aumentava as chances de gravidez múltipla. Hoje, já conseguimos manter bons índices com a transferência de apenas um ou dois embriões”, explica Catherine.

Domínio das técnicas de congelamento amplia possibilidades

A criopreservação permite congelar óvulos e embriões por tempo indeterminado, com segurança e alta taxa de sucesso. É essencial para tratamentos oncológicos, ciclos futuros ou preservação da fertilidade.

“Com a vitrificação, conseguimos preservar óvulos e embriões em um tempo muito menor que nos métodos antigos, sem comprometer a qualidade. Para embriões clivados, os resultados são equivalentes, e para óvulos e blastocistos, até superiores. Hoje, congelamos a -196°C em apenas um terço do tempo que se usava antes”, explica a embriologista.

Uma mulher esteve por trás do primeiro bebê de proveta — e só foi reconhecida décadas depois

O nascimento do primeiro bebê de proveta, em 1978, só foi possível graças ao trabalho da embriologista e enfermeira Jean Purdy, responsável pela rotina do laboratório e pela transferência do embrião. Apesar de ser coautora de 26 artigos científicos e cofundadora da primeira clínica de FIV do mundo, ela teve sua contribuição ignorada por décadas.

Documentos revelam que o cientista Robert Edwards — que recebeu o Prêmio Nobel pela técnica — tentou diversas vezes incluir Jean nas homenagens, sem sucesso. Seu reconhecimento oficial só veio mais de 30 anos após sua morte, aos 39 anos, em 1985.

“Celebrar o Dia do Embriologista também é resgatar histórias como a de Jean Purdy, que ajudaram a transformar a reprodução assistida em realidade para milhões de pessoas”, diz Catherine. A história de Jean Purdy está retratada na série Joy, disponível na Netflix desde novembro de 2024.

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