N�o confunda infertilidade com esterilidade; saiba a diferen�a

Tema importante merece aten��o e vem sendo cada vez mais abordado nos consult�rios m�dicos: a infertilidade masculina. Saiba que n�o s� fatores gen�ticos, mas tamb�m h�bitos saud�veis est�o diretamente associados �s escolhas do homem durante a vida e, quando falamos da sa�de n�o � diferente.

De acordo com Carlos Evaristo Metello, urologista e professor do curso de medicina da Unic, a busca por tratamento na esperan�a da concep��o tem aumentado nos �ltimos anos, pois os casais t�m manifestado o desejo de encarar a maternidade quando em idades cada vez mais avan�adas e, tanto os homens quanto as mulheres, ficam mais expostos a agentes que deterioram a sa�de, inclusive da espermatog�nese, como � chamada o processo de forma��o do espermatozoide.

“Vale ressaltar que muitas pessoas confundem infertilidade com esterilidade. Esses dois diagn�sticos de fato interferem no sonho de gerar um filho biol�gico, mas s�o diferentes entre si”, enfatiza o m�dico que detalha cada um dos casos a seguir.

 

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A diferen�a de infertilidade e esterilidade � que, no primeiro caso, o quadro pode ser revertido, j� no segundo, n�o � poss�vel.

A infertilidade � diagnosticada depoie do casal manter tentativas para engravidar por 1 ano, sendo muitas vezes pass�vel de tratamento. J� o conceito de esterilidade diz respeito �s chances inexistentes ou irrevers�veis de concep��o.

Portanto, as causas de infertilidade podem ser atribu�das a problemas no sistema reprodutor. Nos homens os casos frequentes s�o ligados � defici�ncia na produ��o espermatozoides, por exemplo, por fatores internos, como varicocele ou externos. J� as mulheres podem apresentar patologias como endometriose ou malforma��es cong�nitas, como fatores internos. Fatores externos, como uso de medica��es, contato com produtos t�xicos, radia��o, podem ser citados como exemplos.

Se encaixa no diagn�stico de infertilidade tamb�m, m�todos contraceptivos definitivos, como a vasectomia (masculino) e a laqueadura (feminino). “Essas s�o situa��es optadas pelo casal e precisam ser pensadas, avaliando as condi��es de poss�vel revers�o. Digo isso pois, nesses casos, h� uma chance de revers�o se o procedimento foi realizado no per�odo m�ximo de dez anos. N�o h� garantia de sucesso, mas a possibilidade aumenta de acordo com o menor intervalo entre o m�todo definitivo e o procedimento para sua revers�o”, conclui Carlos Evaristo.

S�o v�rios os fatores que desencadeiam a infertilidade masculina, entre eles: infec��es do sistema urin�rio; causas gen�ticas, hormonais ou relacionadas � obesidade e ao uso de medicamentos, al�m da varicocele, caracterizada por varizes no cord�o esperm�tico e com tratamento cir�rgico. “A varicocele � a maior causa de infertilidade no homem. Al�m disso, � preciso avaliar a idade, criptorquidia, infec��es, DSTs e exposi��o a medicamentos”, detalha.

O especialista explica que no caso espec�fico de varicocele, h� a possibilidade de a pessoa j� nascer com a tend�ncia de desenvolver a doen�a desde o in�cio da puberdade, o que descarta m�todos de preven��o comuns. Dessa forma, todo menino que entra nesta fase � aconselhado a passar com um urologista para estudar se h� alguma altera��o em bolsa escrotal.

Como forma de avaliar causas de infertilidade e assim preveni-la, � recomend�vel acompanhamento m�dico regular, evitar tabagismo, bebida alco�lica e carne vermelha em excesso. Em casos de doen�as do trato urin�rio, � imprescind�vel que o tratamento seja realizado o mais r�pido poss�vel, pois ele pode diminuir a possiblidade de dano ou les�o no test�culo.

Quando identificada a doen�a, o m�todo de tratamento � determinado de acordo com a causa. “A linha de tratamento � definida seguindo o ponto de partida que � a causa da doen�a. Se h� ind�cios de infec��o, trata-se primeiramente. Para cada origem, h� um caminho a seguir visando o bem-estar do paciente, em busca do sonho de ser pai”, salienta o m�dico.

Aproximadamente 15% dos casais apresentam dificuldades ligadas ao desejo de serem pais, de forma biol�gica. “As causas est�o relacionadas em 30 a 35% dos casos ao homem, exclusivamente, 65 a 70% unicamente �s mulheres e 30% ao homem e � mulher conjuntamente. O acompanhamento m�dico deve ser feito para ambos os sexos”, destaca o urologista.

Aceitar que h� algo incomum na reprodu��o n�o � uma tarefa f�cil; identificar quando � hora de procurar um especialista muito menos. “Habitualmente considera-se um casal inf�rtil depois de um ano de rela��es sexuais sem m�todo contraceptivo. � o tempo necess�rio para investiga��o e avalia��o individual, considerando os fatores desencadeadores j� mencionados”, completa. Casos de pacientes que passaram por radioterapia e/ou quimioterapia; ou por procedimento cir�rgico nos test�culos, devem ser alertados sempre em que h� o desejo de ser pai e que pode ocorrer um quadro de infertilidade.

Como principal ferramenta de identifica��o, o exame laboratorial feito para avaliar o grau de fertilidade � o espermograma que analisa caracter�sticas gerais da amostra, como aspecto, cor, viscosidade, volume e pH, bem como a concentra��o, morfologia e motilidade dos espermatozoides. Quando o espermograma vem alterado, mostrando a� tratar-se de um paciente inf�rtil, ent�o s�o solicitados pelo m�dico outros exames, como cariotipagem, exames gen�ticos, al�m de ultrassom da bolsa escrotal e perfil hormonal.