O m�dico Fernando Prado, especialista em reprodu��o humana, diz que teste tamb�m � justo para evitar que as mulheres tenham maiores custos econ�micos e psicol�gicos
Arquivo Pessoal
O tratamento da infertilidade, na maioria das vezes, requer medicamentos que induzem respostas hormonais para o amadurecimento dos �vulos. No entanto, a baixa resposta ovariana em mulheres jovens submetidas a tratamentos de reprodu��o assistida pode impactar o sucesso dos tratamentos de fertilidade. “Em mulheres com menos de 37 anos, no geral, h� uma boa resposta ovariana. No entanto, � fundamental compreender as implica��es gen�ticas de embri�es de pacientes com baixa resposta ovariana para otimizar estrat�gias reprodutivas”, explica Fernando Prado, especialista em reprodu��o humana, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor cl�nico da Neo Vita.
O m�dico � um dos autores de um estudo brasileiro que descobriu que essas mulheres com baixa resposta ovariana t�m uma taxa reduzida de embri�es cromossomicamente normais, o que pode aumentar o risco de abortos; o trabalho, ainda n�o publicado, ser� apresentado em novembro no 31st World Congress on Controversies in Obstetrics, Gynecology and Infertility (COGI), em Vienna, na �ustria.
O estudo transversal retrospectivo analisou 536 pacientes com idade at� 37 anos, que foram categorizadas em dois grupos: o grupo com baixa resposta ovariana (n=94) e o grupo controle (n=442). “Os pacientes com baixa resposta ovariana tiveram menos de quatro �vulos maduros ap�s a pun��o ovariana, enquanto os controles preencheram os crit�rios de inclus�o relacionados ao fator tub�rio, infertilidade inexplic�vel ou adenomiose.
Todos os participantes foram submetidos a tratamento de reprodu��o assistida envolvendo bi�psia de embri�o e teste gen�tico pr�-implantacional para aneuploidia (PGT-A), que � uma ferramenta importante para avaliar cromossomicamente esses embri�es, a fim de escolher os mais vi�veis para nascerem saud�veis”, diz Fernando Prado. No Brasil, essa triagem costuma ser indicada para mulheres que t�m abortos recorrentes (2 ou mais) ou para mulheres com mais de 35 anos que necessitam de FIV (fertiliza��o in vitro).
A compara��o dos dois grupos revelou diferen�as significativas no AMH (horm�nio antim�lleriano), que indica a quantidade de �vulos, nos n�veis de progesterona e no n�mero de �vulos maduros. “O grupo controle exibiu uma propor��o maior de embri�es cromossomicamente normais em compara��o ao grupo de baixa resposta ovariana (44,5% vs. 32,%)”, diz o m�dico.
“Dessa forma, mulheres jovens com resposta ovariana deficiente demonstraram uma taxa reduzida de embri�es cromossomicamente normais durante tratamentos de reprodu��o assistida. Estas descobertas enfatizam a import�ncia de considerar testes gen�ticos para casais que lidam com baixa resposta ovariana. O teste � uma estrat�gia para aumentar as taxas de nascidos vivos e diminuir taxas de aborto (atrav�s da sele��o de embri�es competentes)”, diz o m�dico.
O teste, segundo Fernando Prado, tamb�m � justo para evitar que as mulheres tenham maiores custos econ�micos e psicol�gicos, evitando que tenham de fazer diversas transfer�ncias de embri�o. “Nesses casos, o custo do teste PGT-A � mais vantajoso do que ter que repetir as transfer�ncias at� transferir o embri�o com maior chance de nascimento”.
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