Fertiliza��o in vitro
O teste gen�tico pr�-implanta��o para aneuploidia (PGT-A) � o termo geral para testar o mapa cromoss�mico de embri�es. "O objetivo � identificar, na an�lise cromoss�mica dos embri�es, se eles t�m o n�mero certo (23 pares) de cromossomos (euploides), que s�o embri�es com maiores chances de nascimento, ou se contam com o n�mero errado de cromossomos (aneuploides). H� ainda aqueles embri�es chamados "mosaicos", que apresentam algumas c�lulas normais e outras anormais", explica o especialista em reprodu��o humana, diretor cl�nico da cl�nica Mater Prime, em S�o Paulo, e s�cio-fundador do Mater Lab, laborat�rio de reprodu��o humana, Rodrigo Rosa.
No Brasil, a bi�psia embrion�ria para o teste � feita em quase 50% dos casos de fertiliza��o in vitro. Mas ao longo do tempo, alguns questionamentos surgiram, muitos dos quais com as mesmas premissas: "os resultados dos testes s�o seguros e confi�veis?" ou "ser� que n�o estamos desperdi�ando embri�es?".
Rodrigo Rosa destaca que, quando um casal passa por um tratamento de fertiliza��o in vitro, o objetivo n�o � engravidar, mas sim ter um beb� saud�vel. "Isso precisa ficar claro e � exatamente a� que reside a import�ncia da an�lise cromoss�mica: ela � indicada para aumentar as taxas de nascidos vivos e diminuir taxas de aborto (atrav�s da sele��o de embri�es competentes)", diz o m�dico.
Um novo estudo publicado na Human Reproduction comparou os resultados de 144 transfer�ncias de embri�es "anormais", de 50 pacientes de 2014 a 2019. Esses embri�es anormais eram uma mistura de embri�es com todas as c�lulas anormais e mosaicos, que foram testados por NGS, um sequenciamento de �ltima gera��o e uma tecnologia mais avan�ada com resolu��o melhorada.
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Os resultados da gravidez para essas transfer�ncias foram relatados. A m�dia de idade foi de 41 anos e a maioria foi considerada de mau progn�stico. "De 76 desses embri�es aneuploides n�o complexos (com menos de tr�s cromossomos anormais), cinco deles resultaram em gravidez com apenas um nascimento (nascimento de um beb� oriundo de um blastocisto mosaico). Outros 30 eram aneuploides complexos (com mais de tr�s cromossomos anormais), que resultaram em duas gesta��es e ambas terminaram em aborto (100% de perda gestacional). Em conclus�o, o estudo constatou que dos 144 embri�es transferidos, apenas oito nasceram saud�veis (todos de blastos mosaicos, mas nenhum beb� nasceu de blasto aneuploide), a grande maioria n�o se desenvolveu e 11 abortos espont�neos aconteceram", diz o m�dico.
"Muitos casais com apenas embri�es anormais detectados pelo exame PGT-A est�o dispostos a tentar a transfer�ncia. Esse trabalho ilustra que o PGT-A pode ser eficaz na identifica��o de embri�es com anomalias cromoss�micas com alta chance de perda de gravidez e que transferir embri�o classificado como aneuploide no PGT-A n�o � indicado, j� que n�o houve beb�s saud�veis nascidos", enfatiza o especialista.
O teste tamb�m evita que as mulheres tenham que fazer diversas transfer�ncias de embri�o, o que � mais custoso economicamente e psicologicamente. "Nos casos de mulheres com mais de 35 anos ou com abortos recorrentes, o custo do teste PGT-A � mais vantajoso do que ter que repetir as transfer�ncias at� obter transferir o blastocisto euploide (aquele com maior chance de nascimento)", aponta Rodrigo Rosa.
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