Cada vez mais, as mulheres brasileiras estão usando o hormônio gestrinona como opção de tratamento para doenças hormônio-dependentes como endometriose, miomatose, adenomiose, sangramento uterino normal e TDPM, entre outras. A afirmação é do ginecologista e professor Walter Pace, titular da Academia Mineira de Medicina e presidente do PHD Pace Hospital, ao destacar as propriedades benéficas desse esteroide sintético.

Conforme ressalta Walter, a gestrinona tem propriedades antiestrogênicas, antiprogestogênicas e androgênicas, e demonstra eficácia significativa na redução de sintomas incômodos para as mulheres como dismenorreia, dor pélvica e dispareunia (dor presente na relação sexual), além de promover atrofia das lesões endometrióticas. Em estudos comparativos, sua eficácia foi semelhante aos análogos GnRH, e danazol e de outros progestínicos, com algumas vantagens em relação à tolerância por parte das pacientes.

O ginecologista informa também que este hormônio pode ser administrado por diferentes vias (oral, vaginal, implantes), e em associação a outras terapias, ampliando seu uso clínico. Walter ressalta que sua utilização pela via subcutânea, como por meio de implante, reduz significativamente os efeitos colaterais e possibilita e individualização do tratamento, o que está em consonância com as práticas médicas mais modernas.

Efeito secundário

De acordo com Walter, a gestrinona aumenta o nível de androgênio que, quando baixo no organismo feminino, compromete a qualidade de vida da mulher e, quando bem indicada, melhora a libido, a disposição, reduzindo a perda de massa magra e de massa óssea. Por esse motivo, ainda é erroneamente chamado de “chip da beleza”, o que tem levado a uma crescente disseminação de conteúdos desinformativos nas redes sociais, desacreditando o seu uso clínico e confundindo a população leiga e de saúde.

Nesse sentido, o médico desaconselha o uso de gestrinona com fins exclusivamente estéticos e anabólicos, sem indicação clínica formal e sem acompanhamento médico qualificado.

“Diversos estudos, incluindo revisões sistemáticas e ensaios clínicos randomizados a respeito do uso do hormônio gestrinona, têm demonstrado sua eficácia na melhora dos sintomas dolorosos, na atrofia de lesões endometrióticas e também no controle e tratamento de outras doenças como as mencionadas acima, melhorando a qualidade de vida das pacientes”, diz o especialista.

Uso indevido

O ginecologista alerta que “o uso indevido de hormônios fora de contexto terapêutico é prática condenável, compromete a segurança e desvirtua o valor da terapêutica hormonal no manejo de doenças ginecológicas complexas, como a endometriose, miomatose e outras, que há décadas têm sido tratadas com sucesso, com a gestrinona”.

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