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Sono e saúde mental: por que noites ruins afetam nossas emoções?

Médico do sono alerta que o hábito pode aumentar em até 60% a reatividade do cérebro a estímulos negativos; confira cinco dicas para dormir melhor

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Dormir bem vai muito além de descansar o corpo. Cada hora de sono tem impacto direto no cérebro e no equilíbrio emocional, sendo determinante para prevenir transtornos como ansiedade e depressão.

Especialistas reforçam que o sono deve ser entendido como um dos pilares fundamentais para o bem-estar. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, como a insônia - caracterizada pela dificuldade de iniciar ou manter o sono de forma contínua, além de despertares precoces.

A Associação Brasileira do Sono (ABS) aponta que, nos casos crônicos, a insônia pode durar, em média, três anos, afetando mais da metade dos pacientes ao longo da vida e trazendo riscos adicionais para o desenvolvimento de doenças psiquiátricas e metabólicas.

Nesse cenário, o médico do sono Gleison Marinho Guimarães, professor da Escola MEV Brasil e autor do best-seller SuperSono, publicado Editora Gente em 2023, explica que a falta de noites reparadoras está diretamente ligada ao aumento da vulnerabilidade emocional. Segundo ele, dormir pouco compromete a forma como o cérebro regula emoções e amplia o risco de transtornos mentais.

“O sono precisa ser visto como ferramenta essencial de prevenção de doenças mentais. Uma única noite de privação já altera nossa capacidade de lidar com o estresse e multiplica reações emocionais negativas. Estudos mostram que a amígdala, centro de reação emocional, pode aumentar em até 60% nossa resposta a estímulos negativos quando não dormimos. Os efeitos acumulados ao longo dos anos podem ser devastadores”, alerta.

A relação bidirecional

A conexão entre sono e equilíbrio emocional é de mão dupla. Quando dormimos pouco ou de forma fragmentada, aumentamos a vulnerabilidade para quadros de ansiedade e depressão. Ao mesmo tempo, esses transtornos também prejudicam o início, a continuidade e a qualidade do sono. É um círculo vicioso que precisa ser interrompido.

“Não adianta olhar o sono como detalhe da rotina. Ele é parte central da saúde. Cuidar das noites é cuidar das emoções, do humor e até da forma como nos relacionamos com os outros. Dormir bem é tão transformador quanto se alimentar de forma saudável e praticar atividade física regular. Estamos falando de um pilar que sustenta todas as outras áreas da saúde”, completa o especialista.

Cinco hábitos da MEV para noites reparadoras

A medicina do estilo de vida (MEV) entende o sono como um dos três pilares essenciais da saúde, ao lado da alimentação equilibrada e da prática regular de atividade física. Cuidar das noites não é apenas descansar: é prevenir doenças, melhorar o humor, aumentar a resiliência emocional e fortalecer o corpo contra desequilíbrios físicos e mentais.

Seguindo essa perspectiva, Gleison aponta cinco atitudes práticas para recuperar a qualidade do sono e, com ela, a saúde integral.

Exposição à luz natural logo pela manhã

O contato com a luz do sol ajuda a regular o relógio biológico e sinaliza ao organismo o momento certo de estar desperto, favorecendo o ciclo natural de sono à noite.

Estabeleça horários regulares para dormir e acordar

Manter uma rotina consistente ensina o corpo a se preparar para o descanso. O especialista recomenda usar o despertador não só para acordar, mas também como alerta para a hora de dormir.

Reduza o uso de telas antes de dormir

Celulares, tablets e TVs emitem luz azul que inibe a produção de melatonina, o hormônio do sono. O ideal é desconectar-se pelo menos uma hora antes de deitar e substituir a tela por leitura, música ou meditação.

Adote um ritual de desaceleração noturna

Pequenos hábitos como tomar um banho morno, usar aromas relaxantes (lavanda, por exemplo) ou reduzir a intensidade da luz ajudam a preparar o cérebro para o descanso e criam uma associação positiva com o momento de dormir.

Evite estimulantes no fim do dia

Café, energéticos, refrigerantes e até o cigarro podem atrapalhar o sono. A recomendação é suspender o consumo de cafeína até oito horas antes de dormir e evitar álcool à noite, já que ele fragmenta o sono profundo.

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