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Fen�meno antigo, as fake news foram 'descobertas' s� agora pelo STF

Supremo mira redes sociais, espa�o em que todos s�o livres para desabafar e criticar, mas ignora os perigosos factoides - opini�es 'embrulhadas' como fatos, fartamente publicadas nos jornais


05/08/2020 04:00 - atualizado 05/08/2020 07:30

Encarte de 'O Cruzeiro' em 1952, com fotos forjadas(foto: O Cruzeiro/EM/D.A.Press)
Encarte de 'O Cruzeiro' em 1952, com fotos forjadas (foto: O Cruzeiro/EM/D.A.Press)
Quase 100 mil vidas ceifadas, milh�es de empregos estra�alhados, milhares de empresas fechadas. No entanto, dois dos tr�s poderes da Rep�blica t�m como prioridade as fake news. Como se a desgra�a imposta por esse estranho e at�pico v�rus fosse resolvida quando o brasileiro recebesse vacina obrigat�ria contra not�cias falsas. Nos meus anos de vida, a primeira fake news de que me lembro foi em janeiro de 1952 – eu tinha 11 anos –, em O Cruzeiro, a revista de maior circula��o na �poca. O fot�grafo Ed Keffel fez fotos numa montagem e a revista publicou como discos voadores na Barra da Tijuca. E vendeu muito por isso. Desde ent�o, n�o cesso de ver fake news em lugar de fatos e o estranho � que s� agora o Supremo, a C�mara e o Senado passaram a se preocupar com isso. Parece mais um movimento comercial contra o fim de monop�lio da informa��o.
 
C�sar Maia, pai do presidente da C�mara, denunciou algo mais p�rfido que uma not�cia falsa: o factoide. Parece fato, tem apar�ncia de fato, � embrulhado como fato, mas serve para “embrulhar” o leitor, o ouvinte, o telespectador. O Wall St. Journal acaba de ter uma esp�cie de rebeli�o na reda��o, exigindo que not�cia e opini�o venham separadas, n�o misturadas. Fofocas e mexericos costumam vir disfar�ados de not�cia. A preocupa��o do Congresso e do Supremo, no entanto, s� visa �s redes sociais, exatamente o instrumento pelo qual todos ganharam voz, para reivindicar, desabafar, sugerir, opinar, criticar. Como se trata de gente, n�o de anjos, tamb�m h� �dios, mentiras, maus conselhos, ofensas. Para esses, a pr�pria comunidade digital tem os anticorpos: a capacidade de pesquisar e derrubar a mentira, de responder, de boicotar, de expor o ofensor.
 
E as leis tamb�m t�m os rem�dios, o C�digo Penal e at� a Lei de Seguran�a Nacional. O que querem inventar ent�o? A quem interessa calar opini�o, restringir a liberdade de express�o, a censura pr�via, o direito de defesa, acusar de crime n�o previsto na legisla��o? Fica no ar o mau cheiro da fuma�a de totalitarismo. Uma ca�a �s bruxas, mais parecendo um macartismo de sinal invertido
Que personagens da fic��o esses agentes da censura estariam personificando? O perigoso Big Brother, o Irm�o mais Velho, de George Orwell, que policiava at� pensamento? Melhor que seja um ris�vel Mago de Oz, que, atr�s do biombo que o protegia, amea�ava com fogo e trov�es, mas acabou desmascarado como charlat�o pela menina Dorothy.

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