
C�sar Maia, pai do presidente da C�mara, denunciou algo mais p�rfido que uma not�cia falsa: o factoide. Parece fato, tem apar�ncia de fato, � embrulhado como fato, mas serve para “embrulhar” o leitor, o ouvinte, o telespectador. O Wall St. Journal acaba de ter uma esp�cie de rebeli�o na reda��o, exigindo que not�cia e opini�o venham separadas, n�o misturadas. Fofocas e mexericos costumam vir disfar�ados de not�cia. A preocupa��o do Congresso e do Supremo, no entanto, s� visa �s redes sociais, exatamente o instrumento pelo qual todos ganharam voz, para reivindicar, desabafar, sugerir, opinar, criticar. Como se trata de gente, n�o de anjos, tamb�m h� �dios, mentiras, maus conselhos, ofensas. Para esses, a pr�pria comunidade digital tem os anticorpos: a capacidade de pesquisar e derrubar a mentira, de responder, de boicotar, de expor o ofensor.
E as leis tamb�m t�m os rem�dios, o C�digo Penal e at� a Lei de Seguran�a Nacional. O que querem inventar ent�o? A quem interessa calar opini�o, restringir a liberdade de express�o, a censura pr�via, o direito de defesa, acusar de crime n�o previsto na legisla��o? Fica no ar o mau cheiro da fuma�a de totalitarismo. Uma ca�a �s bruxas, mais parecendo um macartismo de sinal invertido
Que personagens da fic��o esses agentes da censura estariam personificando? O perigoso Big Brother, o Irm�o mais Velho, de George Orwell, que policiava at� pensamento? Melhor que seja um ris�vel Mago de Oz, que, atr�s do biombo que o protegia, amea�ava com fogo e trov�es, mas acabou desmascarado como charlat�o pela menina Dorothy.