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Estado de Minas ALEXANDRE GARCIA

Frustra��es da urna para as duas campanhas presidenciais

Deputados e senadores eleitos est�o se mobilizando em busca de uma CPI para apurar se pesquisas tentam manipular o eleitor, fazendo-o crer num resultado


05/10/2022 04:00 - atualizado 05/10/2022 09:49

Nesta eleição pode ser que as pesquisas tenham querido entregar ao eleitor um fato consumado, mas o resultado disso nos candidatos pode ter sido o contrário
Nesta elei��o pode ser que as pesquisas tenham querido entregar ao eleitor um fato consumado, mas o resultado disso nos candidatos pode ter sido o contr�rio (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Pres)

A indecis�o na elei��o presidencial desse domingo frustrou os dois lados que agora v�o para o segundo turno. O lado de Lula, porque acreditou nas pesquisas que traziam indica��o de vit�ria no primeiro turno. O lado de Bolsonaro, que viu nas ruas e no oceano verde-e-amarelo a indica��o de ganhar f�cil no primeiro turno. Assim como as ruas deixaram Bolsonaro com ilus�o, as pesquisas iludiram Lula, deixando-o confiante a ponto de ausentar-se das ruas.

As pesquisas reincidiram nos erros graves da elei��o de 2018. Em nove empresas de pesquisas, nenhuma previa Bolsonaro com 43 pontos. Iam de 31 a 39. Entre as nove principais, apenas duas n�o apontaram Lula como vencedor em primeiro turno. O “agregador de pesquisas" do Estad�o cravou 51 a 36, com a vit�ria de Lula. Em S�o Paulo, maior eleitorado, as pesquisas deram pouca import�ncia a Tarc�sio e ao astronauta. Pontes se elegeu senador com mais de 50% dos votos e Tarc�sio liderou o primeiro turno. Aqui em Bras�lia, as pesquisas foram surpreendidas com Damares; acertaram no governador, mas erraram a classifica��o dos demais.

Deputados e senadores eleitos est�o se mobilizando em busca de uma CPI para apurar se pesquisas tentam manipular o eleitor, fazendo-o crer num resultado que possa influenciar na decis�o do voto. Sempre achei complicado tirar conclus�es com uma amostra milesimal do eleitorado, que n�o � homog�neo. Com o sangue humano, o laborat�rio pode tirar resultados com uma gota, mas com o c�rebro emotivo do eleitor, � dif�cil at� consultando uma amostra de 1%, que seriam 1.560.000 eleitores – mas entrevistam de 2.000 a 7.000 pessoas. Amostragem de 0,0013 do todo – um eleitor representa 78 mil? Ponha-se ci�ncia nisso. Acompanhei 25 elei��es em 62 anos e nunca vi tanta pesquisa como agora. Noticia-se mais sobre pesquisa do que sobre os candidatos e suas inten��es e programas. Imp�em sobre o eleitor uma enxurrada de pesquisas, como se fossem elei��es di�rias. Com que objetivo?

Quem acreditou em pesquisa ficou com a impress�o de que o presidente se fortaleceu, como mostraram as manchetes do day after. J� quem acreditou nas multid�es das ruas ficou desconfiado dos resultados. Tudo porque apareceu essa adivinha��o que oferece uma bola de cristal di�ria como revela��o do resultado das urnas. Nesta elei��o presidencial, pode ser que as pesquisas tenham querido entregar ao eleitor um fato consumado, mas o resultado disso nos candidatos pode ter sido o contr�rio, pois a consequ�ncia foi relaxar os m�sculos de Lula e estimular a atividade de Bolsonaro, que j� fez maioria aguerrida na C�mara e no Senado. Formou um Congresso praticamente invi�vel para seu advers�rio.

Esta satura��o de pesquisas e de empresas de pesquisa revela uma atividade rent�vel, que encontra quem compre e encontra quem acredite. Mas desvia o eleitor do tema principal, que � n�o a torcida numa bolsa de apostas, mas pensar e debater sobre o passado do candidato, seu car�ter, seu desempenho em cargo p�blico, suas ideias e suas inten��es. Muitas pesquisas, na pr�tica e no cotejo com a realidade das urnas, mais parecem ag�ncias de apostas e de propaganda

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