
J� sentou a poeira das elei��es e de in�cio de governo e chegou setembro, o nono m�s da atual administra��o federal. Na porta de setembro est�o batendo prefeitos, principalmente os do Nordeste, onde Lula saiu vitorioso. Das janelas da Faria Lima, em S�o Paulo, j� se veem rostos surpresos, apreensivos e, talvez, arrependidos por terem assinado a tal “Carta pela Democracia”. No Congresso, o calor da elei��o j� baixou e perdeu-se a oportunidade de agir sob a for�a de votos ainda frescos. A picanha n�o se coletivizou e essa pode ser a pior parte. A favor do governo, n�o h� restri��es de pandemia e o fato de a m�dia ser sempre anti-Bolsonaro, desde que ele entrou na pol�tica e, por consequ�ncia, agir pr�-Lula. Isso gera not�cia em favor do governo e emudece a saud�vel cr�tica.
No entanto, n�meros n�o s�o opini�es, mas fatos. Em julho, os crescentes gastos do governo federal j� superaram a decrescente arrecada��o em R$ 36 bilh�es. Para o ano que vem, ano eleitoral, faltam R$ 168 bilh�es. Claro que quem pagar� isso somos n�s. O arcabou�o - eufemismo para o arrombamento do teto de gastos, vai permitir no ano que vem um acr�scimo de R$ 129 bilh�es nas despesas. O governo quer uma reforma tribut�ria que o permita arrecadar mais. Anuncia que vai cobrar dos ricos, mas o cobrado por cima se derrama para baixo. O consumidor vai pagar o imposto que estar� embutido nos pre�os. Quer cobrar do assalariado tr�s vezes mais de imposto sindical para garantir a boa vida das c�pulas sindicais que apoiam o governo.
Como n�o se saiu bem na elei��o para deputados e senadores, o governo os atrai com libera��o de emendas e oferta de cargos. E tudo tem um custo, inclusive o de ampliar o minist�rio. E a mexida agrada uns e desagrada outros. Trocar PT por Centr�o tem �nus pol�tico-eleitoral. Assim como voltar ao antigo sistema de contratar publicidade estatal em troca de apoio. Ali�s, a propaganda � a alma do governo. Na C�mara, � grande a anima��o em torno de uma reforma administrativa que limite o incha�o do estado.
O governo n�o quer porque sua ideologia � a do Estado grande se impondo a uma na��o fraca e obediente. Lula j� expressou sua admira��o ao sistema chin�s, onde o governo fala e o povo cala. E n�o conseguiu impedir a prorroga��o da desonera��o da folha. Na pol�tica externa h� muitas viagens. Mas s� isso. A desta semana � a 13ª e ele vai � �ndia. A ideologia est� atrapalhando. At� a Human Rights International criticou o governo Lula por suas omiss�es ante as agress�es aos direitos humanos na Venezuela, Cuba, Nicar�gua, China, R�ssia. A tentativa de impor Maduro na reuni�o regional em Bras�lia pegou mal at� ante o esquerdista chileno Boric. As declara��es do presidente sobre o conflito R�ssia-Ucr�nia tem sido desastrosas.
Enfim, terminam-se as preliminares e j� � tempo de medir resultados. Nota-se muita propaganda e um sinuoso rumo pol�tico, junto com a ingl�ria tentativa de fechar contas com gastos inchando. Ao chegar setembro, as expectativas criadas come�am a gerar frustra��es pela constata��o que o governo atual est� menos parecido com os dois mandatos passados de Lula e mais semelhante aos per�odos Dilma.