
Empres�rios de diversos setores t�m pressionado as autoridades para que reabram o com�rcio. Em S�o Paulo, os donos de shoppings direcionam as cr�ticas ao governador Jo�o Doria, que defende o isolamento social e as restri��es de funcionamento das lojas at� que a curva de contamina��o diminua. Na semana passada, os executivos procuraram o secret�rio da Fazenda paulista, Henrique Meirelles, na esperan�a que ele possa convencer Doria a mudar de ideia. At� agora, n�o convenceu. Nessa disputa, os empres�rios parecem ignorar a realidade. Mesmo se os shoppings reabrirem, faltar�o clientes. E por duas raz�es principais. A primeira: com medo do coronav�rus, as pessoas talvez evitem aglomera��es. A segunda: como muitas empresas demitiram e cortaram sal�rios, a renda m�dia do brasileiro despencou na crise – o que significa, portanto, menos compras. Os empres�rios deveriam perguntar a amigos e familiares se eles est�o sedentos para ir ao shopping. Provavelmente a resposta ser� n�o.
Kopenhagen bate meta na P�scoa
As empresas est�o se virando na crise do coronav�rus. Dono de marcas como Kopenhagen (foto) e Chocolates Brasil Cacau, o Grupo CRM transformou suas lojas fechadas em centrais de delivery. Deu certo. Segundo a presidente Renata Moraes Vichi, a meta era girar na P�scoa algo como 40% do portf�lio. Com a ajuda dos franqueados e dos canais digitais, o n�mero foi muito al�m. “Giramos 91,8%, o que foi excepcional”, diz Renata. O objetivo agora � repetir a opera��o de guerra no Dia das M�es.
''A pandemia n�o pode servir de motivo para o Brasil deixar de abrir a economia. Se n�s nos isolarmos e acharmos que isso vai salvar a ind�stria nacional, ser� um erro''
Zeina Latif, economista
“O mundo que conhec�amos acabou”
O presidente da C&A, Paulo Correa, fez um duro diagn�stico sobre os impactos da quarentena no comportamento do consumidor. Em videoconfer�ncia, ele disse que “aquele mundo do dia 18 de mar�o, quando come�amos a fechar nossas lojas, n�o existe mais.” O executivo prosseguiu. “A sociedade est� sendo submetida a um trauma muito grande, que � ficar trancada em casa. Isso vai trazer implica��es profundas nos h�bitos do consumidor. Vai surgir um novo mundo, com novas empresas, produtos e servi�os.”
“Escrit�rios dever�o ser mais acolhedores”
N�o vai ser f�cil abandonar o home office quando a pandemia acabar. � isso o que diz o presidente do Grupo Botic�rio, Artur Grynbaum. Segundo o executivo, os ambientes profissionais precisam mudar. “As pessoas descobriram que trabalhar em casa funciona”, afirmou o executivo em videoconfer�ncia. “Isso vai alterar a rela��o dos funcion�rios com o local de trabalho. Os escrit�rios dever�o ser mais acolhedores e inspiradores.” Grymbaum revelou que pretende reconfigurar os escrit�rios do Botic�rio.
US$ 137 bilh�es
� quanto a Berkshire Hathaway, empresa de investimentos do bilion�rio americano Warren Buffett, tem em caixa. � um recorde na hist�ria da companhia. Buffett diz que n�o comprou a��es na queda das bolsas porque n�o encontrou pap�is com pre�os atrativos.
RAPIDINHAS
• O mercado de seguros avan�ava em ritmo forte no in�cio do ano. Em fevereiro, o crescimento anualizado da arrecada��o foi de 12,7%. Segundo Marcio Coriolano, presidente da CNseg, os n�meros v�o continuar positivos no primeiro semestre porque o mercado ser� beneficiado pelos contratos firmados antes da pandemia.
• No p�s-coronav�rus, os seguros de vida e de sa�de tendem a ser os mais afetados em fun��o dos �bitos e afastamentos por interna��es. Na quarta-feira, Marcio Coriolano e os CEO das l�deres do setor (Edson Franco, da Zurich; Jos� Ferrara, da Tokio Marine, e Luiz Gutierrez, da Mapfre) debatem, em videoconfer�ncia, esses e outros assuntos no endere�o eventos.cnseg.org.br.
• A digitaliza��o dos bancos acelera na crise. Em abril, o aplicativo do Ita� Exemplo quebrou recorde de downloads. No m�s, a m�dia di�ria de usu�rios Android que baixaram o app foi 43% mais alta do que no primeiro trimestre do ano. No dia de maior pico, o n�mero de downloads foi 128% acima do usual.
• A Escola de Engenharia da Universidade de Oklahoma (EUA) utiliza um software de simula��o da empresa ESSS, de Florian�polis, para modelar inaladores usados em tratamentos de doen�as respirat�rias. H� 25 anos no mercado, a ESSS nasceu no laborat�rio de pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).