(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas COLUNA

Homem, sua sa�de tamb�m � importante!

Estudos gen�ticos mais recentes indicam que o principal fator de risco � heredit�rio, sendo respons�vel por at� 13% dos casos


22/11/2020 04:00 - atualizado 22/11/2020 08:02

Estamos no Novembro Azul, m�s de conscientiza��o sobre a sa�de do homem, quando aproveitamos para chamar a aten��o sobre a import�ncia da preven��o do c�ncer de pr�stata. 

A campanha � justificada porque, em geral, o p�blico masculino n�o d� muita aten��o � pr�pria sa�de, o que resulta em diagn�sticos tardios, redu��o das chances de cura e aumento das possibilidades de complica��es.

Com 65.840 casos previstos pelo Inca somente este ano, o c�ncer de pr�stata dever� corresponder a 29% dos tumores em homens. Em 2018, conforme o Atlas da Mortalidade por C�ncer do Inca, foram 15.576 �bitos.

Infelizmente, a redu��o de diagn�sticos precoces em fun��o da pandemia dever� repercutir numa maior taxa de mortalidade nos pr�ximos anos.

Foquemos, ent�o, em agir o mais r�pido poss�vel para frear essa tend�ncia. Para maximizar os efeitos positivos do rastreamento precoce, considero o diagn�stico personalizado – que avalia o perfil do paciente, sua hist�ria pregressa, seus eventuais fatores de risco e tamb�m hist�rico familiar – o mais assertivo.

Somado a isso, os avan�os na gen�tica e nos testes gen�ticos para o diagn�stico correto das s�ndromes de predisposi��o heredit�ria ao c�ncer j� propiciam melhor sele��o dos homens para o rastreamento do c�ncer de pr�stata.

De forma geral, recomenda-se que o rastreamento seja iniciado aos 50 anos de idade. Entretanto, o rastreamento deve ser iniciado abaixo dos 40 anos em casos de portadores de muta��es heredit�rias de predisposi��o ao c�ncer de pr�stata, como a muta��o do gene BRCA2.

As principais altera��es gen�ticas j� identificadas podem ser diagnosticadas com exames simples de sangue ou swab bucal em homens com parente de primeiro grau com hist�rico de c�ncer de mama, ov�rio ou pr�stata com diagn�stico feito em idade abaixo dos 55 anos; ou em homens com pelo menos dois parentes com hist�rico de c�nceres de mama, ov�rio ou pr�stata em qualquer idade.

Tamb�m aplicamos a regra do in�cio do rastreamento cinco anos abaixo da idade em que foi diagnosticado o c�ncer no familiar em idade mais jovem. Todas essas condutas e exames, bem como o aconselhamento gen�tico pr� e p�s-testes devem ser realizados por especialistas com larga experi�ncia em oncogen�tica.

Homens da ra�a negra ou com parentes de primeiro grau com c�ncer prost�tico devem come�ar aos 45 anos ou mesmo antes, dependendo do hist�rico familiar.

Para se ter ideia da import�ncia desse direcionamento, os estudos gen�ticos mais recentes indicam que o principal fator de risco � heredit�rio, sendo respons�vel por at� 13% dos casos. As pesquisas indicam que, nesses casos, os tumores tendem a ser mais agressivos e a surgir em idade mais jovem (abaixo dos 50 anos).

Assim, confirmando-se a presen�a dessas muta��es em um ou mais membros � poss�vel realizar um rastreamento ativo com dosagens seriadas de PSA e ainda outros exames para a detec��o precoce dos demais tumores que comp�em as s�ndromes.

A identifica��o de muta��es de genes como o BRCA e o ATM, chamados de genes de recombina��o hom�loga, tamb�m s�o importantes porque podem indicar um tratamento espec�fico, ou alvo-molecular, com a utiliza��o de medicamentos inibidores de uma enzima chamada de PARP.

� bom lembrar que o rastreamento adequado � feito com a combina��o do teste de dosagem de Ant�geno Prost�tico Espec�fico (PSA) e o toque retal. Hoje, admite-se que a dosagem seriada do PSA n�o seja indicada para homens de baixo risco.

Mas, para homens com maior risco, � extremamente importante no rastreamento, assim como o toque retal, pois existem outros tipos de tumores na pr�stata al�m do adenocarcinoma, causador do aumento do PSA. Um paciente meu estava com PSA normal, mas estava com alguns sintomas urin�rios.

Ent�o, fiz o exame de toque retal e ele tinha um n�dulo na pr�stata. Por meio da bi�psia, descobrimos que n�o era adenocarcinoma, mas, sim, um melanoma. Isso mesmo, melanoma na pr�stata! Isso ilustra a seriedade de se fazer o exame completo, incluindo o toque retal.

Muitas vezes, quando temos suspeita no toque e no PSA, fazemos um ultrassom transretal e p�lvico para orientar a bi�psia e afastar o diagn�stico de c�ncer. Caso o diagn�stico ainda n�o seja claro, uma resson�ncia multiparam�trica nos dar� uma qualidade de imagem muito boa.

Para fechar ap�s ter compartilhado essas informa��es t�o importantes, convido todos os homens em idade de rastreamento, incluindo aqueles de grupo de risco, a marcar o quanto antes suas consultas de rastreamento. � importante agir agora!


Andr� Murad � oncologista, diretor-executivo da 
Personal Oncologia de Precis�o e Personalizada e
oncogeneticista no Centro de C�ncer Bras�lia/Cettro

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)