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Consumo natalino n�o est� f�cil na pandemia, mas quem resiste?

Al�m da COVID-19, consumidores enfrentam alta de pre�os. Por�m, os apaixonados pelas festas de fim de ano n�o resistem aos enfeites e iguarias da �poca


09/12/2020 04:00

Enfeites de Natal são uma tentação para consumidores que prezam as festas de fim de ano(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Enfeites de Natal s�o uma tenta��o para consumidores que prezam as festas de fim de ano (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

N�o entro h� meses em um shopping, n�o compro roupa nova h� meses – e a vontade sumiu, principalmente com a pandemia. Onde usar roupa nova sem poder sair de casa? Mas dezembro derruba todos os projetos de conten��o de gastos. No primeiro emprego com carteira assinada que tive, numa seguradora que era do grande amigo da minha fam�lia M�rio Magalh�es, sa� abonada do escrit�rio e fui para a Avenida Afonso Pena, que era o m�ximo do chique na ocasi�o: tinha a Sib�ria, que vendia at� casacos de vison; a Guanabara, que tinha andares e mais andares de produtos � venda; e a Casa Sloper, com as vitrines voltadas para o passeio da avenida, onde era moda fazer o trotoir para ver as lojas cheias de ofertas e as pessoas.

Achei uma verdadeira maravilha ter em m�os uma grana que n�o fazia parte do sal�rio normal j� todo regulado para as despesas do m�s e gastar o 13º da maneira que bem quisesse. J� tinha meu projeto em mente: comprei um sapato lindo, salto alto, branco, na Sloper, e um broche que parecia joia antiga para minha m�e.

Guardei esse desvario de fim de ano e tenho rodado daqui e dali para refor�ar as comemora��es natalinas, que s�o uma verdadeira religi�o e programa pelo qual vale tudo. Essa minha doideira me vale caixas e mais caixas de enfeites natalinos que comprei nos Estados Unidos e em outros pa�ses por onde passei, numa �poca em que as viagens eram normais em minha vida. Mas h� sempre aquela vontade de ver as novidades e acabo capitulando.

Um dos pontos onde sempre vou � a Embalagens Santa Luzia. Sou atendida com toda simpatia pelas donas, Katia e Patr�cia, e saio de l� sempre com muita novidade. Este ano, fui dar uma olhada na loja de Alexandre Maia, sobrinho do meu amigo nova-iorquino Ronaldo Maia, e sa� correndo. O lugar est� um desafio para quem curte festas natalinas, tudo parece ter chegado da v�spera daquele shopping imenso de Nova York, onde fui uma vez com meu amigo        BenHur Motta. Estava t�o louca e maravilhada que tracei um patu� de ingl�s com espanhol que ningu�m entendia. Mas sa� de l� com um carregamento completo, inclusive a cole��o de ninhos de palha com codorninhas cobertas de pena que nunca mais vi em canto nenhum.

Ent�o, depois de uma temporada de recess�o para resistir aos duros tempos que enfrentamos – “igual ao fim da Segunda Guerra Mundial”, dizem os que gostam de sofrer, de se autoflagelar –, estamos aqui. Como vivi alegremente no fim da Segunda Guerra Mundial, comendo bolo de fub�, quiabo com angu e frango criado no quintal da casa, ganhando de presente natalino um �lbum maravilhoso do Pr�ncipe Valente, que tenho at� hoje, enveredei pelo caminho consumista do fim de ano. N�o esperava encontrar o esvaziamento que tenho enfrentado. Corri lojas e mais lojas em busca de velas vermelhas, que s� acabei encontrando naquela f�brica que fica no Mercado Novo.

A propriet�ria, que conhe�o h� v�rios anos, me contou que as velas est�o dif�ceis porque ningu�m consegue mais comprar parafina – sumiu desde julho. Outro lance dif�cil s�o as etiquetas para marcar presentes. Quem n�o quiser usar cart�es tem de esperar aqueles pedacinhos de papel serem impressos, raramente se encontra algum pronto. O dono da papelaria me conta que ningu�m estocou, porque n�o achava que fossem procurados. Tive de esperar um bom tempo para a prepara��o das etiquetas que queria – ali�s, elas n�o s�o l� essas coisas.

Outro lance que tem que ser raciocinado com cuidado � manter a programa��o da ceia com a mesma fartura de outros tempos. Como a maioria dos produtos da �poca s�o importados, os pre�os est�o de deixar o consumidor de queixo ca�do. O presunto cru, espanhol, superou os R$ 200 o quilo. E n�o sei a raz�o, por aqui s� existem pe�as com mais de seis quilos. No Mercad�o de S�o Paulo, eles t�m pe�as menores, com cerca de dois quilos, que s�o perfeitas para uma noite familiar, pode ser toda consumida de uma vez.

� preciso pesquisar o pre�o das nozes, elas podem ir de pouco mais de R$ 40 at� acima de R$ 50. E a castanha portuguesa, que tem o gosto tradicional das festas natalinas, superou R$ 100 o quilo. Quem se anima a comprar tem que pesquisar muito, porque se foram importadas muito tempo antes, est�o velhas, in�teis para consumir. Mas como � poss�vel resistir?

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