
Por incr�vel que pare�a, apesar de estarmos em pandemia, reclusos e mais voltados para a fam�lia, os infi�is de plant�o conseguiram driblar o isolamento social e a conviv�ncia mais intensa com o (a) parceiro (a) para manter os “casos” na ativa. Algumas pessoas nem ficaram sabendo da trai��o; h� os privilegiados, que nunca passaram por isso, mas quem foi tra�do e ficou sabendo deve ter sofrido muito com a humilha��o e a falta de considera��o por parte do parceiro (a).
O fil�sofo e pesquisador Fabiano de Abreu acredita que a fidelidade � parte do planejamento para a plenitude de uma vida tranquila e tem algumas teorias e pensamentos sobre o tema, que o levaram a escrever o livro “Viver pode n�o ser t�o ruim”, no qual pondera que para ser feliz o ser humano tem como objetivo buscar maneiras de uma vida plena. “Plenitude � uma felicidade inconsciente. Ser feliz s�o momentos, ter plenitude da tranquilidade, da paz como chamo, � uma felicidade constante em uma pot�ncia baixa e com pequenas oscila��es”, diz.
Como resposta a dois estudos realizados, Abreu publicou o artigo “Brasileiro � o povo mais ciumento, pois � o mais prom�scuo”. Um dos estudos apontou o Brasil como o povo mais ciumento do mundo e o outro coloca o brasileiro como o povo mais prom�scuo do mundo. Ele juntou as duas pesquisas para sua teoria de que as duas coisas est�o interligadas.
Fabiano desenvolveu uma teoria de que a estabilidade contribui para a felicidade. “Se o relacionamento est� bom, pra que coloc�-lo em risco? Um balan�o negativo no relacionamento pode ocasionar na perda, seja ela repentina ou tardia.” A infidelidade s� existe quando h� um relacionamento, um compromisso entre as partes envolvidas.
Mas, afinal, por que trair n�o compensa? Segundo o fil�sofo, a fidelidade vai al�m de personalidade e de car�ter. � uma estrat�gia para alcan�ar a plenitude.
“Quando falamos em trai��o f�sica, falamos em sexo, logo, falamos no tes�o. O tes�o n�o resulta em sexo quando n�o temos outras pessoas diferentes em nosso leque de possibilidades e oportunidades. Se n�o tivermos oportunidade de nos relacionar intimamente com outras pessoas, s� teremos a consci�ncia do que temos como concreto, do que est� ao nosso alcance. N�o seria anormal n�o ter pensamentos com outras pessoas e sentir desejo por elas, uma atra��o f�sica. Contudo, quando isso sai do imagin�rio, da fantasia e do olhar e passa ao mundo f�sico, �s vias de fato da trai��o, torna-se um risco.”
E acrescenta: “Imagine que voc� acabe ficando com outro parceiro (a) e goste tanto de se relacionar sexualmente com ele (a) a ponto de n�o querer mais voltar para o seu parceiro (a) anterior? O diferente pode naquele momento ser mais interessante, o sexo talvez mais ‘ardente’, mas com o tempo a rotina ser� a mesma, apenas com outros personagens. Temos que pensar que se o relacionamento est� bom com o seu (sua) parceiro (a) atual, existem mais chances de ter um relacionamento pior com um parceiro diferente, e certamente igual nunca ser�”.
Psic�logos j� comprovaram atrav�s de estudos que mentir faz mal � sa�de f�sica e mental. Viver com honestidade, al�m de prolongar a vida, ainda lhe deixa livre de apontamentos negativos e avalia��o de car�ter. A pessoa torna-se mais saud�vel e sua rela��o social mais leve e simples, diminuindo preocupa��es.
Certa vez, uma especialista disse que a trai��o pode ser acidental, rom�ntica ou cr�nica. Ou seja, a pessoa pode amar a outra e, mesmo assim, trair por uma simples atra��o sexual, f�sica, sem amor. O que se deve ter � consci�ncia da atitude e de suas consequ�ncias, j� que, mesmo sem descobrir, viver� com uma mentira e com o peso na consci�ncia.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)