Dores abdominais, c�licas, gases, n�useas e vontade cont�nua de usar o banheiro. Esses s�o alguns sintomas caracter�sticos de diarreia. No caso de crian�as, somam-se a eles febre, v�mitos, falta de apetite e at� fraqueza. Para ser considerada diarreia aguda, ela geralmente segue o padr�o de v�rias evacua��es por dia (no m�nimo tr�s) e altera��es na consist�ncia, sendo frequentemente mais l�quida por per�odo superior a dois dias.
No ver�o, casos assim costumam ser ainda mais frequentes: cerca de 15% do total, de acordo com estimativas cl�nicas, pois n�o h� estat�sticas oficiais. Altas temperaturas favorecem o crescimento de microrganismos, o que pode ser potencializado por condi��es sanit�rias ineficientes. O resultado dessa combina��o s�o alimentos contaminados, seja pela falta de higiene ou por serem manuseados em �gua n�o pot�vel, deixando a popula��o menos protegida e propensa � diarreia.
Dados do Fundo das Na��es Unidades para a Inf�ncia (Unicef) mostram que a diarreia � a segunda maior causa de mortes de crian�as abaixo de 5 anos. A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) revela que 88% das mortes pela doen�a no mundo se devem ao saneamento b�sico inadequado. As crian�as correspondem a 84% dessa triste estimativa.
Na maioria dos casos, n�o � necess�rio exame de fezes para confirmar a causa exata da diarreia. O mais importante � a reposi��o de fluidos e sais perdidos, o �nico tratamento necess�rio, geralmente feito por terapia de reidrata��o oral. Nos casos mais graves ou prolongados, recomenda-se procurar o m�dico, que pode orientar a reidrata��o por via venosa.
Se a crian�a tiver diarreia, o ideal � imediatamente providenciar a hidrata��o adequada. Orienta-se manter a alimenta��o mais rotineira poss�vel, com prioridade para amidos, cereais, frutas e legumes. Recomenda-se restringir da dieta os alimentos ricos em gordura, devido � sua tend�ncia de retardar o esvaziamento g�strico, bem como alimentos ricos em a��cares simples, pelo efeito osm�tico.
Crian�as com diarreia podem ficar desidratadas mais rapidamente do que os adultos. Pais devem ficar atentos a sinais de desidrata��o moderada a grave que necessitem de aux�lio m�dico, como evacua��o sanguinolenta, febre e v�mitos persistentes.
Especialmente at� os 2 anos, a infec��o por rotav�rus � a principal causa de gastroenterite. Adultos tamb�m podem apresentar diarreia causada por esse v�rus, mas com menos frequ�ncia. Os sintomas tendem a ser mais leves.
Entre os cuidados, deve-se lavar as m�os com frequ�ncia. Quando n�o puder, passe �lcool em gel. Evite manusear alimentos com as m�os sujas. Higienize muito bem frutas, legumes e verduras, lave-os em �gua corrente usando escovinha ou esponja pr�pria. Beba �gua mineral, filtrada ou fervida. Evite consumir alimentos em locais cujos cuidados com a higiene s�o suspeitos. Procure n�o comer frutas e vegetais crus fora de casa.
No caso de beb�s e crian�as, deve ser dada maior aten��o � lavagem das m�os e � limpeza de mamadeiras, chupetas e, principalmente, incentivar a amamenta��o. Al�m disso, n�o consuma nada com gelo fora de casa, pois ele pode ter sido produzido com �gua n�o pot�vel.
Outra recomenda��o: evite o consumo de carne e frutos do mar crus ou mal cozidos. Leite n�o pasteurizado, latic�nios e maionese est�o associados ao aumento do risco de diarreia, assim como alimentos e bebidas comprados de vendedores ambulantes.
Vale lembrar que o uso de probi�ticos em situa��es em que ocorre a disbiose intestinal j� foi bem estudado para preven��o e tratamento de diarreia aguda. Os probi�ticos t�m v�rios mecanismos de a��o: morte direta de pat�genos e destrui��o de toxinas patog�nicas, por exemplo.