Tenho um sobrinho – mais um – que apareceu com vitiligo. Meninote, tinha horror das manchas, que mal eram vistas. Eu fazia para ele umas garrafadas com �lcool e uma flor amarela. A mistura deveria ficar enterrada alguns dias para depois ser usada. Ele se formou e se tornou importante funcion�rio de banco. N�o se importa mais com o vitiligo. Mas pagou uma nota para fazer implanta��o capilar, porque estava ficando careca. O tratamento � mais que perfeito, acho que ele nem pensa mais no vitiligo.
O problema tem como principal caracter�stica manchas que se espalham pela pele em decorr�ncia de despigmenta��o provocada pela falta ou diminui��o da melanina. No entanto, as marcas da doen�a n�o se limitam ao corpo. O estigma e o preconceito t�m feito com que pessoas nessa condi��o fiquem vulner�veis ao desenvolvimento de transtornos psicol�gicos e busquem o isolamento.
Apesar de altera��es na apar�ncia, geralmente, o vitiligo n�o traz comprometimentos graves � sa�de de quem o desenvolve. Por isso, falar dessa condi��o requer empenho especialmente dedicado ao combate do preconceito e � discrimina��o dessas pessoas.
“Estamos diante de uma oportunidade. Nos �ltimos dias, a busca pelo termo vitiligo na internet foi impulsionada em decorr�ncia da confirma��o de uma das candidatas ao pr�mio do 'BBB' com essa caracter�stica. � um espa�o privilegiado para refor�ar a luta em defesa de pessoas que, como ela, devem ser respeitadas em sua diversidade”, afirma Beni Grinblat, segundo-secret�rio da Sociedade Brasileira de Dermatolgia (SBD), referindo-se � mineira Natalia Deodato. O dermatologista Caio Castro enviou dicas esclarecedoras a respeito dessa condi��o. Confira a seguir:
Causas – Doen�a autoimune de origem gen�tica em que melan�citos s�o alvos dos linf�citos T em situa��o desregulada. Eles consideram os melan�citos subst�ncias estranhas e os atacam. Provavelmente, apresentam alguma subst�ncia que o linf�cito T reconhece como corpo estranho, destruindo a fonte de produ��o da melanina, que d� cor � pele.
Limita��es – N�o h� limita��es que impe�am a pessoa de trabalhar, se casar, ter amigos e conviver em grupos sociais. Alguns cuidados devem ser tomados, sobretudo com a exposi��o solar.
Cont�gio – Por ser autoimune, n�o h� risco de transmiss�o ou cont�gio. Contudo, o principal problema � o impacto causado na apar�ncia, que, por fugir aos padr�es preestabelecidos, leva � baixa autoestima. Isso resulta em isolamento e traumas emocionais.
Outros �rg�os – Cerca de 15% dos pacientes t�m alguma doen�a relacionada � tireoide. Por�m, esses problemas s�o causados pelos mesmos fatores que provocaram o vitiligo. N�o h� rela��o de depend�ncia entre as duas condi��es autoimunes. Por ser doen�a sist�mica, pacientes com vitiligo podem desenvolver uve�te (inflama��o nos olhos) e cerca de 10% dos afetados desenvolvem d�ficit auditivo.
Hereditariedade – Como se trata de condi��o com origem gen�tica, as chances de ela aparecer em pessoas da mesma fam�lia s�o muito grandes, sobretudo quando se tem m�e ou irm�os com essa condi��o.
Diagn�stico – A princ�pio, o diagn�stico cl�nico � feito a olho nu, com o aux�lio de uma l�mpada especial. Quando h� d�vidas, � realizada bi�psia das les�es, pois as manchas do vitiligo podem se confundir com as de outras doen�as de pele, como micose fungoide hipocromiante ou l�pus discoide.
Cura – O vitiligo ainda n�o tem cura, mas tem controle. Com ajuda m�dica, fazendo uso de medicamento e terapias reconhecidas cientificamente, alguns pacientes podem repigmentar �reas afetadas ou mesmo despigmentar o corpo por inteiro.
Manchas – Cada indiv�duo pode apresentar sinais de forma diferente. Geralmente, as primeiras manchas surgem no rosto, m�os e regi�o genital. Pacientes t�m maior tend�ncia de envelhecimento na pele, em especial nas �reas despigmentadas, al�m de maior propens�o a sentir efeitos de “queimadura” no local por conta da exposi��o excessiva ao sol.