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Estado de Minas CARESTIA

Com a teimosia de Putin, amea�a agora � infla��o descontrolada

Se as not�cias da COVID-19 deram tr�gua, o temor agora � a alta de pre�os generalizada, com abacaxi custando R$ 18


09/03/2022 04:00 - atualizado 09/03/2022 03:44

Ilustração mostra abacaxi no chão ao lado de pessoa vestindo calças compridas

Deus que me perdoe a heresia, mas, para mim, a guerra da R�ssia teve, como efeito colateral, apagar a pandemia de coronav�rus. Sem querer ser definitiva, a COVID-19 transformou-se, nos �ltimos dois anos, n�o s� na desgra�a da humanidade como no assunto permanente de jornais e TV. Sem falar que muitos se aproveitaram do fato de ser uma s�ndrome desconhecida para usar todos os meios de comunica��o para se promover. O que se via e ouvia de tolice e repeti��o n�o dava nem para comentar.

Com a teimosia de Vladimir Putin, o assunto mudou, aliviando os notici�rios. Mas n�o livrando nossa vida da terr�vel amea�a de uma infla��o descontrolada. Quando a nossa vida cotidiana come�ou a ficar mais cara, adotei um princ�pio para a preserva��o da cabe�a: comprava o necess�rio, sem avaliar muito o custo final.

Levei alguns trancos na intend�ncia mensal, mas o que me bateu na cara com a maior for�a foi encontrar, naquele famoso ponto de venda no Mercado Central, ao lado do elevador, um abacaxi custando R$ 18. Espantada, acabei comprando dois por R$ 15 cada – que n�o honraram a tradi��o da banca: estavam muito ruins.

Acontece que me deu uma vontade danada de encarar um abacaxi e a fiscaliza��o da prefeitura, que n�o tem tempo nem funcion�rio suficiente para recolher os pobres que lotam as ruas e que transformam cada marquise em um teto de casa, resolveram acabar com a venda da fruta em postos de rua.

H� anos compro abacaxis �timos em alguns pontos tradicionais: na Rua Gr�o Mogol com Campanha, quando vou para o sal�o de Laura Nunes, e ao lado do Epa, no Santo Agostinho. Sumiram os dois, como sumiram os caminh�es que ficavam na Avenida Francisco S�. Quando algum aparece, sorrateiramente, o dono informa que foram proibidos pela fiscaliza��o de vender abacaxi na rua. Aumenta o problema o fato de a fruta vendida no sacol�o ser mais cara e, simplesmente, pior.

Outro susto que levei, semanas antes de a guerra russa come�ar, foi o custo de um quilo de cenoura vendida nos sacol�es. Se levarmos em considera��o que o legume nem faz tanto parte da mesa do mineiro, n�o d� para entender como � que chegava nas bancas custando R$ 17 o quilo. Agora, com a amea�a da “infla��o russa”, n�o d� nem mesmo para pensar em comprar cenoura.

Se levarmos nosso racioc�nio adiante, vamos reparar que a maior parte das frutas e legumes vendidos nos sacol�es da cidade costumam ser comprados em pequenos fornecedores da vizinhan�a. Quer dizer, produtores que n�o precisam usar os benditos adubos que s�o importados da R�ssia.

E outro espanto � aprender, com essa guerra, que um pa�s grande como o nosso, com terra sobrando, tem que importar fertilizantes para manter suas planta��es. Quando vou a S�o Paulo, meu passeio predileto n�o � nos shoppings, � no Mercado Central, onde h� do bom e do melhor a pre�os muito melhores do que aqui. Um sobrinho que vai muito costuma me trazer uvas imensas, muito gostosas e sem sementes.

Por aqui, esse tipo de uva n�o aparece em lugar nenhum, os consumidores aceitam o que oferecem. O que me leva ao passado, quando caminh�es corriam os bairros vendendo caixas de uva nacional vindas do Sul, �timas, por pouco mais que nada. Eram deliciosas e quando aparecem nos supermercados, s�o bastante diferentes.

Outra amea�a da guerra � que a vodca vai acabar, porque n�o ser� mais exportada. Quando estive na R�ssia, muito antes da queda de 1991, o que me chamou a aten��o foram as garrafas de vodca de v�rias cores. Achava lindo nos bares e lojas, fiquei pensando como aqui seriam �timas para decorar bares dom�sticos.

S� que a bebida agradou tanto por aqui que acabou sendo produzida no Brasil mesmo, s� os muito exigentes � que preferem a original. Mas, mesmo assim, falta a original n�o h� de fazer. E como detesto caviar, n�o estou nem a� se as importa��es forem fechadas.

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