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Estado de Minas ECONOMIA DOM�STICA

O pre�o dos alimentos est� pela hora da morte. Aprenda a aproveitar

J� passou da hora de perder o preconceito em rela��o a pratos feitos com sobras. O mexido bem- feito � refei��o da melhor qualidade


10/02/2022 04:00 - atualizado 14/02/2022 09:02

mexidão
Mexido: prato tradicional e gostoso que pode ser feito em casa com sobras de refei��es (foto: Reprodu��o/chopp da f�brica)

Nos primeiros dias do m�s, fui cumprir a obriga��o mais indesejada dos �ltimos meses: fazer as compras dom�sticas. Antes de sair de casa, procurei inventariar tudo o que j� tinha em estoque, para n�o repetir a compra. Achei um e outro produto de alimenta��o e despensa, pensei que compraria menos itens, porque da �ltima vez paguei quase R$ 2 mil. Achei um absurdo.

Por causa disso, resolvi optar por menos quantidade e menos itens para n�o pagar os tubos. Deixei de lado produtos tradicionais, como queijo parmes�o, garrafas de azeite, a caixa de leite com 12 litros, pois j� tinha comprado na padaria dias antes, e por a� vai. N�o ficou na base da mis�ria, e, fazendo a conta de cabe�a, imaginei que seria bem menos do que no m�s anterior.

O milagre n�o aconteceu. Paguei mais ou menos a mesma coisa, comprando menor quantidade e menos variedade. Para chover no molhado, a vida est� mesmo pela hora da morte. E, aparentemente, esse abuso n�o vai parar t�o cedo.

A tend�ncia, pelo que se ouve diariamente, � aumentar tudo. Andei controlando a quantidade, guardando um ou outro alimento que sobrou bastante, mas controlar alimenta��o dom�stica com mis�ria n�o � uma boa para a cabe�a de ningu�m.

Certa �poca, estava muito sem tempo de fazer a intend�ncia dom�stica e incumbi uma das minhas funcion�rias (ficou comigo 40 anos, saiu para morrer) de ir ao supermercado em meu lugar. Entregava o cart�o de cr�dito, a senha e pedia controle nas compras. Apesar de ser honesta, da� a incumb�ncia, ela adorava trazer novidades que apareciam na TV, al�m de coisas que n�o faziam parte de lista nenhuma. Sem falar dos sach�s para suco, que nunca eram menos de 40.

Guardei umas listas dessas compras, para impedir exageros. J� naquela �poca, os pre�os n�o eram essa maravilha. Em 2017, a lista mensal de abril bateu nos R$ 641,07. J� na lista de julho, o valor total foi R$ 903,10.

A lista do sofrimento j� ganhava corpo: um pacote de caf� custava R$ 4,99; 1kg de feij�o, R$ 4,99; um pacote de arroz (5kg), R$ 15,99. Tr�s meses depois, o caf� j� estava a R$ 9,98, o feij�o a R$ 8,49, o arroz a R$ 15,48 – uma curiosidade, porque esse foi o item que praticamente n�o subiu de pre�o.

Se comparados aos pre�os cobrados atualmente, n�o h� sal�rio que tenha subido a mesma coisa. E � por causa disso que as ruas das grandes cidades brasileiras est�o repletas de pobres que, realmente, n�o t�m o que comer.

Do jeito que as coisas andam, a mesa do brasileiro – sempre variada, mesmo sem produtos refinados – vai se tornar uma pobreza s�. O tradicional arroz com feij�o de todo santo dia n�o d� mais para ser encarado sem controle, pois o pre�o dos dois est� proibitivo.

N�o consigo entender � como um pacote de arroz pulou de R$ 15,99 para mais de R$ 30, se em 2017 foi o produto que subiu menos. A cultura brasileira em rela��o a alimentos tem v�rios preconceitos e o principal deles �, sem d�vida, o desperd�cio.

Cozinhar para sobrar � comum – o restante que vai para a geladeira ou freezer raramente � aproveitado. Aquele prato t�pico de antigamente, chamado mexido, � olhado de nariz torcido por quem acredita que � a mistureba de alimentos que sobraram de outras refei��es. Na realidade, � isso que acontece, mas quando o mexido � bem preparado, vale uma refei��o da melhor qualidade.

Os programas de culin�ria da TV t�m mostrado pratos deliciosos feitos com legumes e hortali�as dos mais comuns. E n�o s�o poucos os que inclu�ram entre suas atra��es o aproveitamento das sobras de outras refei��es, que voltam � mesa com aspecto e sabor novos.

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