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Viol�ncia contra mulheres nas redes sociais aumenta na pandemia

Dissemina��o n�o autorizada de conte�do pornogr�fico filmado com uma pessoa e risco em torno da pedofilia aumentaram de forma preocupante, revela ONU


12/03/2022 04:00 - atualizado 12/03/2022 04:45

Ilustração mostra mulher com perna acorrentada a bola de aço

A ag�ncia ONU Mulheres publicou, em novembro de 2021, investiga��o baseada nos depoimentos de 16.154 mulheres em 13 pa�ses de renda m�dia (Col�mbia, Ucr�nia, Marrocos e Bangladesh, entre outros). Do total, 45% disseram ter sido v�tima de viol�ncia desde o in�cio da pandemia."A incerteza econ�mica, o fechamento de escolas ou a sobrecarga mental do trabalho dom�stico criaram um ambiente prop�cio ao conflito intrafamiliar", explicam LynnMarie Sardinha e Avni Amin, pesquisadoras da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).

E como acontecia antes da pandemia, as mulheres sofrem com a viol�ncia presente nas redes sociais, mais do que os homens. "O 'revenge porn' (dissemina��o n�o autorizada de conte�do pornogr�fico filmado com uma pessoa) e o risco em termos de pedofilia aumentaram de forma preocupante", acrescenta Muriel Salmona, psiquiatra especializada no estudo do choque p�s-traum�tico. A investiga��o da ONU revela que duas em cada cinco mulheres sentiram o impacto negativo da pandemia em sua sa�de mental.

A sobrecarga mental do trabalho dom�stico causa "maiores riscos de estresse e depress�o entre as mulheres do que entre os homens", explicam LynnMarie Sardinha e Avni Amin. Essa sobrecarga mental foi refor�ada pelo teletrabalho, cuidados com os filhos em casa e restri��es de mobilidade.

Outro indicador s�o os estudos realizados sobre a mobilidade das mulheres. Durante o isolamento, elas tiveram que informar as autoridades sobre seus movimentos, assim como os homens. Mas tamb�m muitas vezes aos seus parceiros, explica Marion Tillous, professora de geografia e estudos de g�nero da Universidade de Paris VIII.  Este contexto muito particular reduziu a confian�a das mulheres, "que agora ousam menos se afastar" de suas casas, acrescenta a especialista.

Marie Sardinha e Avni Amin criticam a rigidez das empresas, que dificultam a concilia��o entre teletrabalho e trabalho dom�stico. "Muitas outras mulheres foram for�adas a renunciar porque n�o conseguiam lidar com o duplo estresse de sua profiss�o e a sobrecarga mental do lar", dizem as pesquisadoras da OMS.

A an�lise da mobilidade feminina durante a pandemia mostra que elas passavam mais tempo nos afazeres dom�sticos do que no trabalho, em compara��o com os homens, e em compara��o com a situa��o anterior � pandemia. Esses estudos revelam que "as desigualdades aumentaram, provocando um retrocesso de 20 anos", explica Tillous.

Em contrapartida, trabalhar em casa causou uma diminui��o l�gica no ass�dio no transporte p�blico, dizem os especialistas. No entanto, o retorno ao escrit�rio, por transporte p�blico, aumenta a sensa��o de inseguran�a. Tr�s em cada cinco mulheres questionadas pelo estudo da ONU consideram que o ass�dio sexual no transporte aumentou em compara��o com antes de 2020.

"Vemos um esfor�o real (por parte de associa��es e poderes p�blicos) para ser mais reativo e mais eficaz contra a viol�ncia dom�stica" desde a pandemia, explica Salmona.

Marion Tillous discorda dessa vis�o. Os dispositivos de ajuda s�o id�nticos desde o in�cio da pandemia, lamenta esta estudante universit�ria. "As mulheres v�timas de viol�ncia s�o mais ouvidas, mas suas palavras caem em ouvidos surdos."

Para LynnMarie Sardinha e Avni Amin, a crise de sa�de demonstrou as consequ�ncias da desigualdade na divis�o do peso das tarefas dom�sticas.

"A pandemia foi uma oportunidade de imaginar um futuro diferente e mais igualit�rio para as mulheres, especialmente para aquelas que mais sofrem com a exclus�o e a marginaliza��o", explicam.

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