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Estado de Minas SA�DE

Pandemia faz com que transtorno de ansiedade seja visto como normal

Especialista alerta para efeitos nocivos, principalmente em crian�as e adolescentes, da normaliza��o do que � patol�gico e lista perigos desta conduta


09/04/2022 04:00 - atualizado 09/04/2022 00:24

Ilustração mostra criança assustada, com a boca aberta

Hoje estamos enfrentando um estresse prolongado que tem gerado doen�as ou piorado as j� existentes. Al�m de prejudicar o funcionamento saud�vel do nosso organismo, a s�ndrome estresse COVID est� modificando o nosso comportamento com certas compuls�es que trar�o outros problemas de sa�de: ou seja, � muito comum que o estresse leve a pessoa a consumir mais doces e alimentos ricos em carboidratos, alimentos chamados de confort food ou comida que traga conforto. 

� not�rio o ganho ponderal de peso neste momento de tr�gua da pandemia e tamb�m o aumento dos quadros de diabetes. Tamb�m j� � not�rio o aumento do consumo patol�gico de �lcool e drogas causado por esse mesmo estresse.

Um dos efeitos mais nocivos que est� se apresentando hoje � a normaliza��o do que � patol�gico. Por exemplo, as pessoas j� come�aram a se acostumar com o fato de o transtorno de ansiedade se tornar corriqueiro. As pessoas est�o normalizando a situa��o, minimizando o problema. N�o importa se est� todo mundo adoecido, mais ansioso e sofrendo com algum transtorno, e n�o faz diferen�a quem sofre mais ou menos, uma vez que a doen�a est� sendo vista como algo normal nos dias de hoje, o que � muito perigoso, alerta Gesika Amorim, m�dica especialista em sa�de mental e neurodesenvolvimento.

Hoje, h� um enorme n�mero de pessoas que desenvolveram quadros de ansiedade e depress�o, al�m daquelas que j� tiveram esse problema antes da pandemia e, mesmo com a situa��o controlada, voltaram a ter crises mais frequentes e intensas. E isso tem agravado principalmente a sa�de mental de crian�as e adolescentes.

Evento t�o adverso em escala global, sendo ainda considerada um fator de estresse e viol�ncia, a pandemia quebrou o ciclo do desenvolvimento das crian�as, seja atrav�s de altera��es na arquitetura cerebral, altera��es imunol�gicas e hormonais, e tamb�m estresse parental e social, que pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento da crian�a. O estresse cr�nico vai comprometer esse desenvolvimento, o que � preocupante.

O maior problema � que, com o  novo normal, e como j� dito, o transtorno de ansiedade est� sendo visto e levado como n�o patol�gico. A doen�a est� se normalizando, as pessoas est�o se acostumando com os sintomas de palpita��es, sudorese nas palmas das m�os, expectativa de coisas ruins, sensa��o de desesperan�a e sofrimento, minimizando o problema.

Outro grande problema que faz parte do novo normal, e que tamb�m est� atingindo crian�as e adolescentes, s�o as mudan�as comportamentais. Crian�as entre 2 e 4 anos perderam, praticamente, dois anos do in�cio de suas vidas. S�o crian�as que n�o conviveram em sociedade, elas n�o sabem brincar com outras crian�as, n�o conviveram em fam�lia e, em muitas situa��es, n�o aprenderam a cumprir regras e ordens. S�o crian�as que n�o tiveram inf�ncia.

Sem acesso � nossa realidade antes da pandemia, elas conhecem uma realidade completamente an�mala, principalmente crian�as que vivem em apartamentos.

Muitas dessas crian�as est�o com dificuldade de se ressocializar com os colegas, inclusive com a volta �s aulas, sentindo-se inseguras no contato com o ambiente escolar. 

Adolescentes passaram a se isolar ainda mais com a pandemia, voltando-se para as telas, com jogos virtuais ou fazendo uso excessivo das redes sociais, afastando-se ainda mais da realidade.

Os adolescentes, na faixa de 12 a 16 anos, ficaram dois anos em casa, em uma fase em que a socializa��o � muito importante. Esses adolescentes ficaram convivendo on-line, no mundo virtual. 

A consequ�ncia � que temos uma juventude que n�o sabe lidar com o embate, n�o sabe trabalhar o emocional. Estamos tendo uma leva de adolescentes com transtornos comportamentais, transtornos de humor e quadros depressivos, isso porque n�o conhecem as emo��es ruins, n�o sabem viver em sociedade e, agora, precisam encarar a realidade.

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