Desde o ano passado tenho ouvido falar sobre metaverso, e o falat�rio tem aumentado. Sei que se trata de um mundo virtual onde as pessoas j� est�o comprando terrenos, casas e apartamentos, abrindo neg�cios, etc. Mas ainda n�o tinha parado para me aprofundar no assunto e evitar ficar “boiando” nas conversas.
Acredito que muitos leitores estejam na mesma situa��o que eu, por isso decidi esclarecer um pouco sobre o t�o falado “mundo paralelo”.
Metaverso pode ser definido como uma rede de mundos virtuais que tenta replicar a realidade com foco na conex�o social. Mark Zuckerberg � o CEO da Meta. Muitas pessoas acreditam que esse � o futuro da internet e todos estaremos interagindo dentro desse universo mais cedo do que pensamos.
J� pensou? Cada um de n�s ter� um avatar e ele ser� a extens�o do nosso corpo.
O metaverso utiliza tecnologias de realidade virtual aumentada para proporcionar a imers�o do usu�rio. O acesso pode se dar por meio de acess�rios como �culos e manoplas conectados a computadores ou smartphones.
Uma coisa � certa: para que o metaverso desejado por Zuckerberg se torne realidade, � necess�ria a converg�ncia de diversas tecnologias e o aprimoramento de muitas ferramentas e equipamentos que existem hoje. Isso ainda pode demorar um bom tempo.
O termo metaverso significa transcender o universo. Existem v�rios “universos”, ou seja, plataformas, como Decentraland, Axie Infinity, Horizon, Mesh, Sandbox, Fortnite e Roblox, que oferecem uma variedade de experi�ncias – de jogos a espa�os de trabalho virtuais, passando por entretenimento ao vivo.
Para investir no metaverso � necess�rio adquirir criptomoedas, dinheiro usado nos ambientes virtuais. � o caso das moedas MANA (Decentraland), SAND (The Sandbox) e ENJIN (Enjin Coin). O mesmo vale para fundos de investimento e ETFs (Exchange-Traded Founds) com cripto.
Outro investimento se d� por meio de NFTs (tokens n�o fung�veis). Eles podem fazer parte do metaverso de diferentes formas, como certificado da compra de um terreno virtual no Decentraland, por exemplo.
Com o aumento da procura por espa�os virtuais, o seu ativo ser� diretamente valorizado. Uma forma indireta de investir � comprar a��es de empresas como Meta, Microsoft, Roblox e Epic Games, que t�m capital aberto na bolsa e apostam no segmento.
Mas esse mundo virtual pode prejudicar a sa�de mental? Para Cl�udio Melo, da Holiste Psiquiatria, as rela��es virtuais s�o bastante concretas, mas exigem aten��o para n�o se tornarem fuga da realidade. Com a promessa de revolucionar as intera��es sociais e de trabalho, o ambiente virtual compartilhado e colaborativo permite simular intera��es humanas do mundo real.
“Acho curiosa essa forma de nos referirmos �s intera��es on-line como rela��o virtual. � como se elas n�o existissem, fossem algo imagin�rio. A pandemia foi um catalisador da intera��o audiovisual a dist�ncia, desde o simples bate-papo e do home office � telemedicina. O metaverso vem ampliar essas possibilidades. Contudo, � claro que esse tipo de intera��o n�o substitui a presen�a real. Devemos v�-la como complemento, um substituto na impossibilidade da rela��o presencial”, afirma Melo.
Para o psic�logo, o problema n�o est� nas novas tecnologias, mas no mau uso que se faz delas. Ainda assim, essa � uma quest�o antiga que perpassa diversas inova��es, como o r�dio, a televis�o e o videogame. Utilizar esse ou aquele aparelho n�o � suficiente para adoecer uma pessoa saud�vel.
De acordo com o especialista, por meio de consultas on-line, muitos pacientes passaram a cuidar da sa�de mental via internet, fen�meno que pode ganhar for�a no metaverso.
Apesar de n�o ser vil�o, o metaverso guarda alguns riscos, como se tornar fuga das responsabilidades, das tomadas de decis�o e dos inc�modos da vida real.
“Qualquer comportamento que seja disfuncional, que impe�a a pessoa de realizar as atividades do dia a dia ou que coloque em risco a sa�de f�sica ou ps�quica merece aten��o especial. Sinais de ansiedade, sintomas depressivos, mudan�as repentinas no comportamento, altera��es no ciclo de sono podem ser sinais de alerta para buscar atendimento especializado”, finaliza o psic�logo.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)