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Estado de Minas DEN�NCIA

Preconceito? Leitora relata indigna��o durante a doa��o de sangue

Mulher questiona por que n�o p�de realizar a doa��o ap�s falar que era divorciada e que teve rela��o sexual casual usando preservativo


23/06/2022 04:00 - atualizado 23/06/2022 07:54

Bolsa de doação de sangue
Como regra de seguran�a, candidatos passam por entrevista e an�lise cl�nica antes de se submeterem � doa��o de sangue (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Em 14 de junho, falei aqui nesta coluna da import�ncia e do ato de amor ao pr�ximo que � doar sangue. Esta semana, recebi uma mensagem de uma leitora que acho de grande import�ncia divulgar, porque pode servir de alerta para o pessoal do banco de sangue, que talvez precise rever algumas de suas regras. Claro que nem todos os casos se enquadram neste relato da leitora, pois conhe�o uma doadora que j� passou pela mesma situa��o que ela – ou seja, divorciada e que teve um relacionamento casual com preservativo – e p�de seguir com a doa��o. Vejam:

“Meu nome � Juliana Sut�rio, li o artigo (que voc� escreveu na coluna da Anna Marina), 'Doar � amar o desconhecido'. Lendo, eu na hora pensei: oportunidade de falar com algu�m sobre uma situa��o que vivi. Realmente, n�o sabia com quem dividir minha indigna��o e constrangimento. Na verdade, foi mais um sentimento de injusti�a, aquele que a gente se sente obrigada a se calar diante de um mundo machista, cruel e hip�crita.

Enfim, n�o faz muito tempo, fui doar sangue. J� havia doado uns anos atr�s (quando ainda era casada). Doei apenas uma vez, porque sempre que ligava na institui��o para tirar d�vidas a resposta era que eu n�o podia doar devido ao hipotireoidismo. Um dia, a regra mudou; se a tireoide estivesse controlada, poderia realizar a doa��o. E assim aconteceu.

Recentemente, quis doar, fui at� o local, tomei aquele lanche e na hora da entrevista me perguntaram meu estado civil. Respondi que era divorciada. A� as coisas mudaram. Perguntaram se eu havia tido rela��o casual. Respondi que sim, com preservativo. Com isso, fui impedida de doar sangue, tentei entender e questionei dizendo que anos atr�s havia doado e tinha rela��es com meu marido sem o uso de preservativos. E perguntei: 'Por que uma pessoa casada pode doar mesmo sem prote��o e os solteiros com prote��o n�o podem?'. Fiquei decepcionada ao ouvir a resposta. O atendente disse que no casamento h� uma rela��o de confian�a. Na mesma hora saiu um grande 'oi???' de dentro de mim.

Como sabia que a tal regra n�o havia sido criada por ela, s� falei como me sentia e fui embora triste, mas triste mesmo! Tanta gente morrendo e o mundo n�o evoluindo. Fiquei pensando: para solteiro doar sangue tem que ficar seis meses sem ter rela��es sexuais? Quem fica esse tempo todo em abstin�ncia? Quem � casado e 100% fiel ou ser� que todo mundo mente?.

Concordo que doa��o de sangue � coisa s�ria, mas n�o fez sentido, pra mim: transar com marido sem preservativo � seguro, transar com desconhecido com prote��o n�o �?. Nesta �poca (uns meses atr�s), eu j� vinha revoltada com o mundo, que t� todo errado, e fui pra casa pensando: que mundo horr�vel, cheio de julgamentos e preconceitos.

N�o perco mais meu tempo, que Deus ajude a quem precisa, tentei fazer minha parte. Pe�o desculpas pelo desabafo, sou um pouco pol�mica, n�o sou muito de poesias, tive que aprender a viver no mundo real. Infelizmente, muita gente n�o se preocupa mesmo com o outro, n�o doa sangue, n�o se importa com nada e, parte da parte que quer ajudar, n�o pode. Espero que o mundo seja mais justo, que as regras parem de barrar a solidariedade.

Enfim, precisava falar. Acho que a realidade tamb�m precisa aparecer: mais campanhas, mais ci�ncia e menos preconceitos. Estou tentando aceitar o mundo como ele �, mas n�o consigo muito. Afinal, precisamos dar o grito �s vezes, n�?!

Fala s�rio, acho que s� na cabe�a do banco de sangue todo marido � fiel. Se fosse assim, nenhuma mulher casada nunca teria pego doen�a sexualmente transmiss�vel, nem Aids, e nunca teriam filhos fora do casamento. Acorda, Alice! O que protege � a camisinha. Hoje, mulheres casadas costumam estar mais vulner�veis que as solteiras conscientes.”

Obrigada, Juliana. #Fica a dica.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)

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