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Estado de Minas ANNA MARINA

O meu bate-papo com o imortal Botero

Ele foi supergentil. Falava em espanhol, o que facilitou a conversa da brasileira intrometida com o artista famoso


19/09/2023 04:00 - atualizado 18/09/2023 20:44
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Fernando Botero com sua escultura instalada na Avenida Champs Élysées, em Paris, em 1992
Fernando Botero com sua escultura instalada na Avenida Champs-�lys�es, em Paris, em 1992 (foto: Bertrand Guay/AFP/16/10/92)

Gostei de Fernando Botero desde que vi a interpreta��o de Mona Lisa assinada por ele, supergorda, mas absolutamente identific�vel. Por sorte, encontrei um livro sobre sua obra, a respeito do estilo que ficou conhecido como boterismo. Morto na �ltima sexta-feira, o colombiano rodou o mundo com sua arte.

 

Botero se inspirou na vida de seu pa�s – do romantismo de temas caseiros �s crises provocadas pelas drogas, passando pela guerrilha e a viol�ncia.


Por uma dessas coincid�ncias da vida, eu estava em Paris quando foi montada uma exposi��o com esculturas do artista, que seguiam o mesmo tema das telas: figuras gordas e totalmente �nicas no mundo das artes. Como meu hotel ficava perto da avenida onde elas foram colocadas, passava por l� todas as manh�s, antes de sair para os programas di�rios.

 

At� que um dia, sorte das sortes, topei com Botero olhando a exposi��o. Xereta que sou, n�o tive d�vida: fui abord�-lo e ele foi supergentil. Falava em espanhol, o que facilitou a conversa da brasileira intrometida com o artista famoso.

 

Verdadeiro, Botero contou que s� come�ou a fazer sucesso depois que suas obras foram descobertas por um museu alem�o de Nova York, por volta dos anos 1970. Pr�tico, acreditava que suas esculturas, cujos pre�os seguiam as linhas de seu sucesso, n�o venderiam facilmente em Paris.

 

Estava mais do que certo: como fiquei v�rios dias na cidade, acompanhei o processo da exposi��o e, at� onde sei, nada foi vendido na rua – mas posteriormente as esculturas passaram para uma galeria.


De Paris fui para Roma. Subindo uma daquelas ruas que v�o dar na Via Veneto, trombei com uma jovem artista que reproduzia as telas de Botero, para vender a quem as quisesse. Quis, comprei uma banhista olhando-se no espelho por cerca de US$200 e a reprodu��o est�... no meu banheiro.


Quando levei a tela para emoldurar, a dona da galeria me viu chegando com a pintura na m�o e veio correndo, certa de que eu havia comprado um Botero original. Quem me dera ter tantos d�lares para gastar no quadro de artista mundialmente famoso. Ali�s, o que o artista tem muito � copista.


Falando nisso, uma de minhas irm�s, que j� se foi, ex-aluna de Guignard, n�o ficou artista famosa porque n�o quis se dedicar aos pinc�is – reproduziu alguns quadros a pedido de amigos, t�o originais quanto os verdadeiros.


Agora que Botero morreu, vou procurar a foto que tirei com ele ao lado de uma de suas esculturas, em Paris. Vai dar trabalho, mas vale a pena.

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