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Governo eleito dos EUA acena aos aliados e refor�a a��es multilaterais

Presidente eleito Joe Biden vai mudar rumo da pol�tica externa de Donald Trump e promete voltar ao Acordo de Paris e � Organiza��o Mundial do Com�rcio


29/11/2020 06:00 - atualizado 29/11/2020 09:41

Além da volta aos organismos multilaterais, Biden indica Janet Yellen (foto) na perspectiva de restaurar pujança da economia norte-americana (foto: AFP/Brendan Smialowski)
Al�m da volta aos organismos multilaterais, Biden indica Janet Yellen (foto) na perspectiva de restaurar pujan�a da economia norte-americana (foto: AFP/Brendan Smialowski)

O besteirol encenado diariamente pelo presidente e o tipo “perdido no espa�o” do ministro da Economia, atores da vers�o tropicalizada da com�dia estrelada pelo misto de farsante com ditador de opereta Donald Trump, ficaram miseravelmente d�mod� com a entrada em cena de Joe Biden e Janet Yellen, a experiente economista indicada para tentar demolir no Tesouro o darwinismo liberal que levou ao impasse o poderio econ�mico dos EUA e depauperou sua classe m�dia.

N�o se discute que a economia e a pol�tica externa v�o mudar muito com Biden em rela��o � condu��o ca�tica de Trump, ou ele n�o teria sido um dos raros presidentes dos EUA a n�o conseguir a reelei��o. Esse � um dado precificado e dever� ter repercuss�o mundial. Com Biden, o multilateralismo ser� refor�ado nas negocia��es globais. O meio ambiente voltar� a ser tratado no �mbito do Acordo de Paris, do qual Trump tirara os EUA, e com papel decisivo na transforma��o industrial e tecnol�gica que o presidente eleito quer priorizar.

A Organiza��o Mundial do Com�rcio, que Trump tamb�m boicotou, ser� outra pe�a-chave da nova estrat�gia econ�mica dos EUA. Dever� ser o primeiro ponto de encontro entre Biden e o presidente da China, Xi Jinping, que tem se colocado como arauto do livre com�rcio.

N�o implica ignorar o pouco progresso na China, desde sua ades�o � OMC em 2001, no sentido de abandonar pr�ticas mercantilistas (que seguem mais ou menos disfar�adas), permitir a liberdade sindical e respeitar os acordos de propriedade intelectual. Mas, depois que o governo chin�s aderiu ao tratado comercial com Jap�o, Coreia do Sul e mais 12 pa�ses da �sia e Pac�fico, os EUA, assim como Europa e Brasil, n�o podem fechar a porta para o maior importador de gr�os, prote�nas e min�rios do mundo, al�m de maior produtor industrial.

Anunciados por Biden na campanha, tais movimentos dever�o induzir o realinhamento de governos submissos � pol�tica de Trump hostil � China, simbolizada pelo cerco � Huawei, fornecedora de equipamentos para redes 5G, sob a suspeita de que sua tecnologia escancara aos chineses o acesso a informa��es. Mas est� na condu��o da economia a marca da mudan�a, que n�o poder� ser cosm�tica. Se bem-sucedida, ter� impacto global. Se fracassar, o s�culo ser� ditado pela China.

Origens da polariza��o

A ruptura relevante esperada do governo Biden em rela��o a Trump ser� uma pol�tica econ�mica menos simp�tica a Wall Street e mais favor�vel � classe m�dia endividada e com baixa mobilidade social. Sua insatisfa��o est� na raiz da polariza��o dos EUA, que levou � elei��o de Trump em 2016 com ret�rica nacionalista e populista.

Os democratas voltam depois dos dois mandatos de Barack Obama por Trump ter sido mais boquirroto e delet�rio que pagador de promessa – e isso significa que pioraram os fatores de desagrega��o social nos EUA, puxados pela brutal concentra��o de renda e pela lideran�a tecnol�gica e a produtividade do emprego cadentes h� v�rios anos.

Biden � ant�tese de Trump – da polidez no trato com advers�rios no plano dom�stico e no cen�rio internacional � sensibilidade agu�ada para quest�es sociais e culturais. Situa-se ao centro do Partido Democrata, mas com habilidade para transitar da esquerda � direita partid�ria e negociar acordos com os rivais republicanos.

A ver se tais credenciais lhe bastar�o para segurar o apoio da esquerda democrata e atrair a simpatia do populismo conservador dos republicanos, especialmente se n�o tiver maioria no Senado.

Especialista em emprego

As qualifica��es de Yellen, 74 anos, tamb�m impressionam. A imagem de vov� de filme da Disney desarma oponentes, mas j� lhe basta sua s�lida forma��o acad�mica em Yale e Brown e vasta cancha executiva. Ela presidiu o Federal Reserve no governo Obama, sucedendo a Ben Bernanke, e chefiou a assessoria econ�mica da gest�o Bill Clinton.

� considerada a pessoa certa no lugar e tempo certo, como escreveu no Twitter a senadora democrata Elizabeth Warren, da ala esquerda do partido. Dois aspectos a distinguem. Ao dirigir o Fed, afrontou os profetas do apocalipse (comuns no Brasil) ao discordar de que os juros baixos despertariam a infla��o. E sempre se dedicou a estudar o emprego. Com o marido George Akerlof, Nobel de Economia, escreveu estudo segundo qual trabalhadores mal pagos s�o menos produtivos.

“O quanto voc� se preocupa com desempregados vem em parte de suas v�sceras, n�o de seu intelecto. E com Janet Yellen � muito forte”, disse Alan Blinder, professor de Princeton e seu ex-colega no Fed.

Desafio � o investimento

Janet Yellen, como diz o Nobel de Economia de 2008 Paul Krugman, � firme tecnicamente e prudente, como aprecia o mercado financeiro. A quest�o � se ter� apoio de Biden, do Congresso e das empresas para fazer o que requer uma economia que perdeu ind�strias para o mundo emergente, sobretudo a China, depois dos governos Reagan e Clinton, tirou a tecnologia do foco com Trump e dificulta desde os anos 1970 a mobilidade social, esp�rito do “sonho americano”.

N�o lhe ser� dif�cil obter consenso bipartid�rio para outra dose de gastos fiscais a fim de manter girando a roda da economia. Seus termos j� est�o encaminhados pela atual gest�o. Incerto � se ter� o entusiasmo empresarial para converter a liquidez brotada por d�vida do Tesouro e laxismo monet�rio do Fed em projetos tang�veis e n�o, como tem sido, para inflar os pre�os de a��es e ativos financeiros.

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