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Estado de Minas BRASIL S/A

N�o � s� a COVID-19 que faz o Brasil estar em crise

O Brasil n�o est� bem, j� vinha mal antes da pandemia e ser� pior se o Congresso se dobrar


24/01/2021 04:00 - atualizado 24/01/2021 07:51

(foto: PxHere)
(foto: PxHere)

O Brasil n�o est� bem. Sabemos pelos n�meros de mortos e de novos casos da pandemia, que avan�a pela in�pcia dos governantes. Sabemos pelo descaso com que foi tratada a compra de vacinas, pela falta de oxig�nio em hospitais no Amazonas e Par�.

Sabemos pelos tratantes que furam a fila para se vacinar com as poucas doses distribu�das – t�o poucas que parecem amostra gr�tis para engabelar a popula��o.

Sabemos pela coopta��o de deputados e senadores � base de amea�as e com a distribui��o de dinheiros p�blicos e promessas de cargos no governo para que votem nos candidatos governistas � dire��o do C�mara e do Senado. Um Congresso vassalo de um presidente sem no��o ser� outro esc�ndalo tal como o do petrol�o. N�o aprenderam nada...

Sabemos de tudo isso e nada fizemos nem fazemos nada.

Sabemos, sobretudo, que a produ��o econ�mica do pa�s, vulgo PIB ou produto interno bruto, cresce h� 40 anos abaixo do necess�rio para criar empregos formais compat�veis com a demanda demogr�fica, gerar resultados que aninem o empresariado a investir, especialmente na cont�nua renova��o das opera��es produtivas, e sustentar com a arrecada��o de impostos os servi�os p�blicos e o custo da vasta malha dos governos federal, estaduais e municipais.

A popula��o cresceu 75% nesses 40 anos, a for�a de trabalho urbana foi de 30 milh�es para 106 milh�es antes da pandemia, mas o emprego formal nunca passou de 36 milh�es de carteiras assinadas – e est� hoje abaixo de 30. Por isso, o governo se espantou com os 67 milh�es de informais que se habilitaram a receber o aux�lio emergencial – chamados de “empreendedores” pelos nossos liberais darwinistas.

Tudo se passa aqui como se o futuro tivesse ficado para tr�s e se tornado obsoleto. Essa � a verdadeira discuss�o a ser feita, e n�o com o presidente falando que “o pa�s est� quebrado”, o que � falso. Nem com economistas falando em amea�a da infla��o, para pressionar o Banco Central a subir a Selic apesar da fragilidade da economia.

Falam tamb�m em “abismo fiscal”, quando o abismo que nos contempla � o social devido � car�ncia de crescimento parrudo – acima de 3% a 4% ao ano, todos os anos. O sucesso do agroneg�cio n�o basta, serve para gerar d�lares e evitar a insolv�ncia externa do pa�s, mas cria poucos empregos e recolhe quase nada de impostos. Quem fala disso?

Sem crescer n�o h� solu��o


A sucess�o das mesas diretoras da C�mara e do Senado divide todas as aten��es, quando a mis�ria intelectual que nos tirou da rota do desenvolvimento h� 40 anos � que deveria ser o foco. Grande parte da desgraceira da pandemia descontrolada se deve � patetice de pol�ticos e governantes elevada ao n�vel de ideologia dominante.

O pa�s precisa de crescimento econ�mico gerador de empregos, al�m de acompanhado de processos de produ��o complexos, que � onde est� o valor econ�mico nos tempos atuais. Um pa�s pequeno pode, talvez, prescindir de tecnologia. Um pa�s com 212 milh�es de habitantes e dimens�o continental n�o se pode permitir a mediocridade.

O ataque � vis�o tacanha que nos governa desde o fim dos planos nacionais de desenvolvimento passa pela educa��o, n�o a can�nica e convencional, mas a educa��o continuada, baseada em cursos t�cnicos e profissionalizantes, que fundamentam o ensino na Alemanha, no Jap�o, na China, Coreia do Sul, pa�ses bem-sucedidos na forma��o do desenvolvimento com ascens�o social.

O avan�o do Estado paralelo


As mazelas do Brasil s�o muitas, est�o em toda parte, sobretudo no sentimento ruim de desalento, que corr�i por dentro a coes�o e leva � promo��o do Estado paralelo, dirigido por mil�cias e traficantes cada vez mais infiltradas em partidos e na gest�o p�blica.

M�xico e Col�mbia, democracias vistosas ao olhar externo, mostram o que implica d�cadas de gest�o p�blica de costas para o interesse da sociedade em geral. O crime organizado est� institucionalizado. Os sinais desse v�rus est�o na juventude: a que pode vai embora; a que fica se revolta politicamente, perde-se no crime ou se aliena.

O que os candidatos a presidir a C�mara e o Senado e seus aliados prop�em para tirar o pa�s da pasmaceira? Falar de reformas como a tribut�ria ou a administrativa � pouco. Embora importantes, nenhuma delas far� a economia pegar no tranco, elevar� a educa��o, como n�o bastaram a trabalhista e a previdenci�ria. Precisamos mais de plano macroecon�mico inovador e de outra governan�a do setor p�blico, sem os excessos da burocracia, que de reformas meramente fiscalistas.

Inspira��o no plano de Biden


Ainda que noutro n�vel de realidade econ�mica e social, os EUA com Joe Biden v�o passar por um processo assemelhado ao que se imp�e ao Brasil – a busca de crescimento movido a tecnologias de fronteira, para n�o se abastardar � China, e promo��o do emprego e da renda.

Mudan�as da regula��o dos neg�cios, para induzir as corpora��es a aplicar o seu caixa em investimento produtivo, est�o em discuss�o. Na conta do Fed, as grandes empresas n�o financeiras estocam cerca de US$ 5 trilh�es, US$ 1 trilh�o a mais que no in�cio da pandemia.

Como contraponto, entre o que se projetava para expans�o do PIB do Brasil no in�cio de 2014 e o realizado, incluindo a proje��o para 2021, nas contas do economista Fernando Montero, implica uma perda de 22,5% de produto em oito anos. � o equivalente a uma Argentina riscada do mapa econ�mico do Brasil, cerca de US$ 500 bilh�es. � no que d� uma pol�tica econ�mica operada na retranca.

Este � o contexto da entrada em cena de pedidos de impeachment do presidente formalmente motivados pela repulsa � atua��o do governo no combate � pandemia e seu negativismo sobre as vacinas. O pano de fundo � mais amplo: sua incapacidade de entender as prioridades que importam e de montar uma equipe ministerial de primeira linha.

O problema do teto de gastos, que executado � vera este ano tem o risco de levar ao shutdown de �reas cr�ticas do governo, est� posto e n�o se sabe como ser� desatado, sobretudo pelo vi�s de Bolsonaro contr�rio a apertar o gasto com a elite da burocracia. O que lhe d� alento � a coniv�ncia dos que lhe apoiam no Congresso, t�o ou mais respons�veis que ele pela situa��o absurda que vivemos.


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