(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas COLUNA

Surto al�m da COVID-19: a falta de crescimento sem inclus�o social

Economia corre atr�s da expans�o global h� 40 anos, mas dobramos a aposta na ideologia da estagna��o


14/02/2021 04:00 - atualizado 14/02/2021 08:10

(foto: Fotos públicas)
(foto: Fotos p�blicas)

Dos dois grandes dramas que mais afligem o pa�s, um � bem vis�vel – a falta de vacina em quantidade necess�ria, associada a um plano cr�vel de vacina��o –, enquanto o outro � menos percebido – a falta de crescimento econ�mico com inclus�o social.

A economia envelhece desde os anos 1980 e a popula��o aumentou, com mais de dois ter�os entre o limiar da pobreza e a mis�ria, surgindo o paradoxo de haver mais gente procurando emprego do que empresas conseguindo cri�-los.
 
De todos os problemas mais urgentes, o enfrentamento da pandemia � o que seria mais simples, se o governo fosse menos complicado, para sermos gentis. Bastaria o Minist�rio da Sa�de aplicar o receitu�rio dos programas anuais bem-sucedidos de vacina��o em massa do SUS.

De 2010 a 2020, o SUS vacinou, todos os anos, 100 milh�es de brasileiros em m�dia, chegando a 156,3 milh�es durante o surto de gripe, em 2013. Nunca se falou de dificuldade de log�stica para isso.
 
Se de log�stica o SUS � campe�o, dispensando os pr�stimos do dito especialista que Jair Bolsonaro foi buscar no Ex�rcito – o general da ativa Eduardo Pazuello –, a quest�o volta ao colo do presidente.
Ele desdenhou a oferta de vacinas do Butantan � Pfizer, como est� documentado, e, ao perceber que s� desajuizados ca�am no conto da cloroquina, restou-lhe liberar a compra da “vachina”, como chamou a CoronaVac, e p�r pilha na Fiocruz, a contratante do imunizante da farmac�utica AstraZeneca com a Universidade de Oxford.
 
Ainda h� percal�os s� parcialmente superados, j� que acompanhou o ex-presidente Donald Trump nas hostilidades � China, certamente por ignorar que o insumo b�sico das vacinas do Butantan e da Fiocruz vem de l�. A diplomacia chinesa age conforme a t�cnica das artes marciais. Ela desembara�ou a exporta��o do insumo depois de ser “tranquilizada” quanto � inexist�ncia de veto � Huawei como fornecedora de equipamentos para as redes 5G.
 
Mais de 236 mil mortes depois, e contando, e milh�es de v�timas da COVID-19 curadas, muitos com sequelas brandas e graves, o pa�s tende � imunidade coletiva gra�as �s vacinas. Quanto antes, mais r�pida vir� a normalidade econ�mica. Mas o que se entende por normalidade?
A economia cresce abaixo do ritmo de expans�o global h� 40 anos, o que � anormal, e nem assim os governantes discutem alternativas � pol�tica econ�mica dominante da estagna��o. � outro tipo de surto.

A ideologia dos traders

Desde a reforma monet�ria de 1994, seguida de aumentos de impostos e privatiza��es, tornaram-se malditas a ideia dos planos nacionais de desenvolvimento, do Estado como catalisador de investimentos, mais privados que p�blicos, e pol�tica industrial – entendida como geradora de corrup��o e inefici�ncias alocativas de capital pela hist�ria de fracasso dos tais “campe�es nacionais” e pelos il�citos apurados pela opera��o Lava-Jato na Petrobras.
 
Cada um desses instrumentos n�o foi criado aqui, todos fizeram e fazem parte dos programas de desenvolvimento, sobretudo industrial e tecnol�gico, de pa�ses solidamente democr�ticos, como a Alemanha, a Su��a, o Jap�o, a Coreia do Sul e mesmo os EUA, onde estatal � coisa rara, mas o grosso do funding para ci�ncia e tecnologia � p�blico.
 
O que cabe discutir � o motivo de aqui terem fracassado. Coaliz�es pol�ticas, como a que se formou no Congresso gra�as ao interesse eleitoral de Bolsonaro, e o secular concubinato entre grupos privados, partidos e governantes explicam mais do que a tese ou ideologia neoliberal difundida pelos traders da d�vida p�blica.

Sem inova��o, sem dinamismo

� da perda de dinamismo da economia que deriva a transforma��o da ind�stria de manufaturas brasileira, especialmente a estrangeira, de centro de desenvolvimento e produ��o para linhas de montagem.
O resumo � que a inova��o resolve problemas, e problema � o que h� de mais abundante no pa�s. Mas... Sim, n�o h� inova��o tal como se define a aplica��o pr�tica sob a forma de produtos e servi�os dos avan�os tecnol�gicos. Tipo internet e GPS, custeados pela ag�ncia de desenvolvimento tecnol�gico militar do Pent�gono, a Darpa.
 
Consumir tecnologia n�o faz uma economia aut�noma e pujante, o que chocou os EUA, ao recorrer a empresas de equipamentos de prote��o hospitalar e descobrirem que se abasteciam na China, assim como os fabricantes de insumos farmac�uticos e tudo o mais que lhes importa enquanto pot�ncia militar, de componentes eletr�nicos a qu�micos usados em m�sseis, segundo estudo do Pent�gono enviado ao Congresso americano no m�s passado. Aqui tamb�m foi a correria que se sabe na procura por equipamentos de prote��o e ventiladores para UTIs.

A normalidade do anormal

Agora, vamos ao que se l� e se ouve do notici�rio. “Normalidade” � o Banco Central subir juro, apesar de a economia seguir sem f�lego. A retra��o do com�rcio e servi�os em dezembro surpreendeu os tais “especialistas”, que j� pregavam contra a volta limitada do aux�lio emergencial. Ele vir� com aval dos l�deres do Centr�o, que passaram a mandar no Congresso, a despeito de receios com as contas p�blicas e a infla��o do ministro Paulo Guedes.
 
Contra uma situa��o de desorganiza��o social n�o h� espa�o para os tementes do mercado, que j� se apressam a dizer que R$ 250 a R$ 300 por tr�s a quatro meses e uns 30 milh�es de atendidos n�o far� t�o mal assim � situa��o fiscal, que est� h� 14 anos deficit�ria.
 
Ent�o, vamos ao que n�o se falou nem se fala. D�ficits acumulados por 14 anos inflamam o estoque da d�vida do Tesouro Nacional. N�o � saud�vel, mas n�o pelas raz�es alegadas. Gasto acima da arrecada��o tribut�ria � pass�vel de cr�tica se feito para fins outros, e isso � o que tem sido, que o investimento produtivo e o amparo social.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)