(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas BRASIL S/A

A na��o angustiada diante da pandemia e da crise que n�o d�o tr�gua

Matan�a da pandemia n�o cessa, governo continua ac�falo, e vem a� a CPI da COVID e mais barulho para tumultuar o ambiente econ�mico


11/04/2021 04:00 - atualizado 10/04/2021 19:24

Com o agravamento da doença, o país adotou ações de isolamento moderadas, enquanto em outros países as medidas forma mais severas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Com o agravamento da doen�a, o pa�s adotou a��es de isolamento moderadas, enquanto em outros pa�ses as medidas forma mais severas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Quando voltaremos a fazer o que amamos sem medo de adoecermos nem de infectarmos os outros? Essa � a d�vida que nos aflige desde que a pandemia come�ou em fevereiro do ano passado e s� se fez agravar 14 meses depois pelo desgoverno de Jair Bolsonaro e seus ac�litos.

A incapacidade de o governo transmitir esperan�a, garantindo doses de vacinas para ontem e para todos, n�o para as poucas empresas que poder�o compr�-las � revelia do SUS, objetivo de lei aprovada pela C�mara, esgar�a a coes�o social, que sempre foi fr�gil, e exp�e o barbarismo dos sem no��o e o descaso de governantes e pol�ticos com o bem-estar de seus constituintes independentemente de quem sejam.

A pandemia � um evento mundial, como alega Bolsonaro, vitimizando-se ao dizer que ningu�m � mais criticado que ele, indiferente a que muitos governos se mostraram eficientes no controle das sequelas do v�rus com lockdowns severos, n�o os meia-boca feitos aqui, al�m de contratarem vacinas quando pouco se sabia sobre a sua efic�cia.

O que ele fez? Nada. Em agosto, o laborat�rio Pfizer ofereceu 70 milh�es de doses de sua vacina ent�o em testes aqui, com a primeira entrega em dezembro. N�o teve resposta. Negou tamb�m at� n�o poder mais o imunizante do Butantan, que dizia ser a “vachina” do D�ria. E ca�oa de quem usa m�scara, critica o distanciamento social etc.

Do que funcionou, como o aux�lio emergencial, s� assumiu como seu depois que Rodrigo Maia, ent�o presidente da C�mara, indicou ter for�a para aprovar o chamado or�amento de “guerra”, com a ajuda aos trabalhadores informais. Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria sido de R$ 200, seria de R$ 500 pela C�mara, elevado a R$ 600 para Bolsonaro aparecer bem na foto. Mas o fez com relut�ncia.

Para ele, “o pa�s est� quebrado”. Ins�lito foi Guedes se espantar com o tamanho da popula��o habilitada a receber o aux�lio, cerca de 66 milh�es com emprego prec�rio, que chamou de “invis�veis”, embora sempre fossem mais de dois ter�os da for�a de trabalho do pa�s. E impr�prio foi Bolsonaro atacar as a��es de lockdown moderado sob a falsa presun��o de que elas, n�o a pandemia, provocam desemprego.

F�rum contra injusti�as

Se o presidente se sente injusti�ado, ter� a chance de se explicar � CPI da COVID, que estava engavetada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a pretexto de n�o ser a hora de buscar culpados, e o ministro do STF, Lu�s Roberto Barroso, mandou instalar, acolhendo reclama��o de senadores. Se o requerimento atende a Constitui��o e o regulamento do Senado, Barroso fez o certo e agiu tecnicamente.

Pacheco � que politizara o que estava absolutamente correto, com 32 assinaturas de senadores, mais que o m�nimo legal de 27, e o fez para n�o embara�ar Bolsonaro, que o apoiou para presidir o Senado, assim como apoiara o deputado Arthur Lira, na C�mara.

Qual seu receio? “A CPI poder� sim ter um papel de antecipa��o de discuss�o pol�tico-eleitoral de 2022, de palanque pol�tico, que � absolutamente inapropriado para o momento”, alegou. Soaria sincero, se Bolsonaro cuidasse mais de governar que da reelei��o, al�m das encrencas dos filhos. Lira, nesse caso, � mais franco que Pacheco.

O que a CPI tem para investigar poder� ajudar a melhorar as a��es da sa�de, come�ando por rever decis�es sem evid�ncias cient�ficas nem baseadas nas experi�ncias bem-sucedidas da Inglaterra, Israel, os absurdos do general Pazuello, que fizeram do Brasil um criat�rio de variantes do Sars-CoV-2. Em sua live semanal, Bolsonaro voltou a falar de medicamentos experimentais, n�o de esfor�os para arrumar mais vacinas, e a achar culpados para seu governo disfuncional.

Governan�a de equivocados

A verdade � que Bolsonaro se elegeu menos por ele que pela revolta de parte da sociedade, alimentada pela criminaliza��o da pol�tica, em especial do ex-presidente Lula, pelos agentes da Lava-Jato, com a ajuda da imprensa. E � o que ele renegou que trouxe de volta – o cambalacho com caciques dos partidos fisiol�gicos, seus parceiros nos 28 anos passados na C�mara como deputado inexpressivo.

A governan�a do Estado excedeu a sua aptid�o tanto pol�tica quanto administrativa, experi�ncia que nunca teve, afora criar conflitos – precisamente o que disse n�o precisarmos, ao se referir � CPI.

“O Brasil est� sofrendo demais, e o que n�s menos precisamos � de conflito”, se queixou. Ele acabara se sair de longas reuni�es, na quinta-feira, para desatar o n� que ele e Guedes permitiram que o Congresso criasse ao inflar o dinheiro dos projetos paroquiais dos parlamentares, chamados de emendas, � custa do gasto com rubricas cuja despesa � obrigat�ria, como aposentadorias e verbas sociais.

A pandemia foi o inesperado que agu�ou o que j� estava ruim, com o crescimento estagnado e o anacronismo da gest�o do Estado – ambos agravados pela inabilidade gerencial da pasta da Economia, inchada com o Planejamento, Trabalho, Previd�ncia, Ind�stria e Com�rcio Exterior, e a utopia da ortodoxia liberal num pa�s com uma maioria de pobres, sem empuxo industrial, desigualdades regionais etc.

Modelo econ�mico em causa

O que come�a a despontar n�o � bem a hora da verdade de Bolsonaro, mas a dif�cil discuss�o sobre que modelo econ�mico importa para dar tra��o ao desenvolvimento perdido ao longo dos �ltimos 40 anos.

N�o � trivial tal discuss�o. � ela que explica o dissenso entre o Congresso, associado a setores do governo, e o ministro da Economia em torno da Lei Or�ament�ria Anual (LOA) aprovada com atraso e na depend�ncia de Bolsonaro sancionar para entrar em vigor. A lei traz gastos inexequ�veis � luz da legisla��o da responsabilidade fiscal.

No fundo, parte do establishment pol�tico e empresarial, aliado � burocracia do Estado, manifesta exaust�o com um sistema fiscal que se desestruturou por m� governan�a mais que pelo gasto em si, dando margem para aloca��es gravosas, decis�es perdul�rias em proveito da pr�pria m�quina p�blica e uma cadeia de comando disforme, desconexa dos prop�sitos de servir � sociedade que lhes prov� o sustento.

N�o h� d�vida de que a prioridade do crescimento � consensual. N�o t�o certo � se o liberalismo antiquado de Guedes e o keynesianismo tosco dos ministros e pol�ticos insatisfeitos com as omiss�es e os conflitos sem causa do presidente sejam a solu��o. O momento � de discuss�o e decis�o. Se n�o para agora, para o que poder� ser depois de 2022.
 

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)