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Estado de Minas PODER DE DECIS�O

Um convite para quem tem o poder de assinar no final

O RH ou comit�s de afinidades podem at� ter inten��o em promover a pluralidade e o acolhimento, mas se a alta lideran�a n�o se envolve, a a��o se enfraquece


08/07/2022 10:19 - atualizado 08/07/2022 11:08

Executivo com as mãos abertas atrás de um vidro
(foto: Pexels)

Nos �ltimos anos,  a discuss�o sobre diversidade e inclus�o (D&I), vem ganhando for�a e espa�o no Brasil. Ainda � necess�rio avan�ar muito, mas, nessa caminhada, algumas empresas t�m assumido pap�is e investido nesse importante assunto.
 
Algumas, por meio de RH e comit�s de afinidade, j� iniciaram programas que visam promover o respeito � pluralidade de diferentes formas. Mas infezlimente, em muitas dessas institui��es as “piadas”, "brincadeiras", falas e express�es racistas, gordof�bicas, homofobicas, capacitistas ou outras situa��es de preconceito e discrimina��o, s�o promovidas sobretudo por quem deveria dar o exemplo. 
 
Tenho certeza que voc� j� presenciou no ambiente de trabalho falas e atitudes preconceituosas e discriminat�rias vindas de lideran�as, n�o � mesmo? Mas por que isso ainda � t�o frequente? Para responder essa pergunta � necess�rio primeiro analisar alguns pontos. 
 
Voc� j� observou como s�o compostas as lideran�as na maioria das empresas no Brasil? Com qual frequ�ncia voc� v� pessoas com defici�ncia ou negras ocupando esses cargos?  Na maioria das vezes, qual � o perfil de quem ocupa essas fun��es? Homens, heteros, brancos e cis, n�o � mesmo? Por que isso acontece h� s�culos? 
 
Quando fa�o essa provoca��o, estou falando da soma perversa que infelizmente est� nas entranhas do Brasil: o racismo, o machismo, a homofobia e transfobia, entre outros preconceitos e discrimina��es est�o impregnados nas estruturas do pa�s h� s�culos. 
 
S� para voc� ter uma ideia, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (PNAD cont�nua) 2019, o n�mero de mulheres no Brasil � superior ao de homens. A popula��o brasileira � composta por 48,2% de homens e 51,8% de mulheres. Al�m disso, o n�mero de mulheres em cargos de lideran�a no Brasil caiu.
 
Segundo o estudo "Estat�sticas de g�nero: indicadores sociais das mulheres no Brasil", do IBGE, elas ocupam 37,4% dos cargos gerenciais - percentual inferior ao registrado na edi��o anterior da mesma pesquisa, quando elas ocupavam 39,1% desses postos de trabalho.
 
Outro exemplo � que, por conta do racismo estrutural, desde muito cedo no imagin�rio as pessoas recebem est�mulos que fortalecem a ideia que a pele branca � o tom correto, natural e belo, em detrimento de outros tons de pele.
 
E esse racismo tamb�m se manifesta no universo corporativo de diferentes formas. Segundo o IBGE, nas empresas brasileiras, menos de 30% desses cargos s�o ocupados por pessoas negras.
 
E diante desses e outros perconceitos e dicrimina��es, durante d�cadas, muitas empresas s� ofereceram oportunidades para ocupar cagos de lideran�a para pessoas que se encaixam nesse perfil: homens, brancos, h�tero e cis.
 
Al�m disso,  infelizmente, para muitas pessoas que assinam no final e tem um poder crucial para mudar essa situa��o, chega ser uma ofensa falar sobre representatividade e pluralidade. Para elas, diversidade e inclus�o � uma “grande bobagem”, perda de tempo ou � uma tentativa de reduzir o direito de quem h� d�cadas j� ocupa esses cargos. 
 
Essa postura al�m de ser absurda, tamb�m enfraquece qualquer a��o para fortalecer a diversidade e inclus�o. 

Em um outro artigo j� apontei: dentro de uma empresa o RH ou comit�s de afinidades podem at� ter intencionalidade de investir na constru��o de uma ambiente de trabalho mais diverso e seguro para todas as pessoas. Em alguns casos, podem at� tirar algumas a��es isoladas do papel.
 
Mas se a alta lideran�a n�o apresentar comprometimento, toda a��o � enfraquecida. At� porque � ela que toma as decis�es, ela � o principal rosto que representa a institui��o e tamb�m que d� o tom de como a empresa vai se relacionar na pr�tica com D&I. 

Quem assina no final precisa ter real consci�ncia da import�ncia e valor da pluralidade, precisa de fato respeitar as diversidades. Mas para isso essa pessoa precisa revisitar seus vieses inconscientes, se abrir para iniciar um processo de autoconhecimento.
 
� necess�rio sair das bolhas e n�o s� compreender o que s�o estruturas de poder, racismo estrutural, machismo, entre outros. Mas, tamb�m tomar consci�ncia dos males e preju�zos que nascem dos preconceitos e discrimina��es.  
 
Fa�o um convite para as altas lideran�as: bora participar de palestras, rodas de conversas sobre diversidade e inclus�o. Bora ter compromisso de ler, pesquisar e ir a fundo para encontrar realidades que s�o as suas. 

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