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Estado de Minas PADECENDO

Luzes e sombras: sa�de mental na pandemia

N�o tem um dia em que eu n�o leia desabafo de uma m�e an�nima que n�o est� mais dando conta da carga




� s� tristeza, aquela que vem e que passa.

Tristeza pela esperan�a perdida.

Tristeza pela expectativa n�o concretizada.

Tristeza pela frustra��o de caminhar tanto e n�o chegar em lugar algum.

Tristeza pela morte, pela saudade, pelo sonho que n�o ser� vivido.
 
 
 
 
�s vezes a tristeza n�o passa, ent�o um frio toma conta do corpo. Um frio que vem de dentro para fora. Que n�o tem rela��o com a temperatura ambiente. O corpo congela.

Te dizem para ser forte. Voc� usa suas for�as para respirar. Respirar d�i.

O corpo treme.

As l�grimas descem. Quer se afogar nelas. Nem sabe mais por que chora.

Queria poder segurar seu cora��o com as m�os para ele parar de bater, s� d�i quando ele bate.

Est� quebrada. Se desmanchou em mil caquinhos.

Existe alguma cola que junte tudo de novo?

Um ano de pandemia. Manter a sa�de mental morando no Brasil em 2021 tem sido um trabalho duro. N�o tem um dia em que eu n�o leia um desabafo de uma m�e an�nima que n�o est� mais dando conta da carga. De outra m�e que precisa de ajuda para lidar com o filho em depress�o. E a m�e em p�nico porque o filho est� com idea��o suicida. No Jap�o, as taxas de suic�dio aumentaram pela primeira vez em 11 anos, e foi o suic�dio de mulheres que elevou esse n�mero.

Ainda h� quem diga que sa�de mental � frescura, que n�o entende que depress�o � doen�a. Ignor�ncia � uma b�n��o, j� diz o ditado.

Pensa em suic�dio aquele que n�o consegue mais lidar com a dor, que n�o v� uma sa�da, n�o v� futuro. E s� quem j� tentou segurar o pr�prio cora��o com as m�os � capaz de entender. Quem chega nesse ponto precisa de tratamento: acompanhamento profissional e medicamentos.

Para n�o chegar no fundo desse po�o existem outros recursos. Um deles � manter uma dist�ncia segura daquilo que n�o podemos controlar. N�o se envolver demais.

Tem hora em que a gente olha as pessoas querendo pagar de MacGyver usando grampo de cabelo e chiclete para acabar com a pandemia. Se n�o morre de COVID, garante uma hepatite medicamentosa. Mas melhor n�o tentar contrariar quando a gente � o Robert Neville (Will Smith) no filme “Eu sou a lenda” lutando contra um v�rus que pode ser muito pior que o corona! O v�rus da b�n��o. Ser� que confundi os filmes e estamos em “Idiocracy”?

Em alguns momentos, a gente precisa focar apenas nesse enorme universo que � nosso pr�prio umbigo. Parar de olhar para fora at� se sentir menos vulner�vel. Concentrar-se no mo- mento presente, aceitar o que n�o pode ser mudado, se fortalecer. Ter temo para lidar com tantas perdas, para n�o perder a f�.

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