Desde que meu filho nasceu, a caderneta de vacina��o dele est� em dia. N�o preciso dizer que amo as vacinas, que tem sido uma alegria ver os brasileiros sendo vacinados contra a COVID-19. Todo mundo postando foto desse momento, o n�mero de mortes caindo, embora o n�mero de casos esteja aumentando.
Foi gra�as � vacina que voltamos a sair, a encontrar amigos eventualmente, a caminhar na rua com m�scara, mas com menos preocupa��o. Foi gra�as � vacina que muita gente contraiu a doen�a, mas numa forma leve, que pode ser tratada em casa, sem precisar de interna��o.
Tamb�m foi gra�as � vacina que eu tive o desprazer de ver meia d�zia de barbudos grisalhos se manifestando contra a vacina��o. Aqueles senhores chiliquentos fazendo uso da liberdade de express�o na Avenida Paulista, com m�sica bem alta, bandeiras e cartazes.
Eles tinham algumas placas contra o passaporte sanit�rio, mas tamb�m tinha uma placa onde pude ler: "Vacina obrigat�ria � estupro". Sim, eles t�m direito de se manifestar contra o que eles quiserem, eles t�m o direito de n�o se vacinar e morrer em paz numa UTI particular, mas n�o d� para aceitar comparar vacina com estupro.
Vacinas salvam vidas, evitam que tenhamos formas graves das doen�as. Vacinas j� erradicaram doen�as como sarampo e p�lio, e tem doen�a que foi erradicada e est� voltando por causa de mentiras baseadas em alucina��o coletiva. Vacina obrigat�ria n�o tem nada a ver com estupro, tem a ver com o bem comum, sim, de novo aquele papo de pacto coletivo. Estupro � o oposto. Estupro despeda�a a vida de uma pessoa, destr�i, humilha. Estupro � crime. Estupro � �dio.
Vacinas salvam vidas! N�o quer se vacinar, assuma as consequ�ncias, como foi obrigado a fazer Djokovic, abrindo m�o da gl�ria �s custas do negacionismo. Mas n�o compare a vacina��o com um ato t�o degradante quanto o estupro, tenha o m�nimo de dec�ncia! N�o sugira a volta da ditadura e queira ter liberdade de express�o, tenha o m�nimo de coer�ncia! Durante a ditadura militar no Brasil, a vacina��o era obrigat�ria. Sem vacinas as crian�as n�o podiam ser matriculadas na escola, e ningu�m tinha o direito de ir pra rua reclamar!
Se voc� n�o quer se vacinar, assuma as consequ�ncias da sua escolha. Se voc� tem filhos, voc� pode assumir as consequ�ncias? Como bem disse a infectologista pedi�trica Daniela Caldas: “Quando a gente fala em vacina��o e imuniza��o, uma coisa que sempre fica muito forte pra mim � que a vacina que a gente d� e funciona, a gente nunca vai saber se ela funcionou ou n�o. A gente vai continuar a ver a crian�a feliz, brincando e indo para a escola. Mas aquela vacina que a gente deixa de dar e a crian�a adoece e vai para o CTI, essa vacina a gente sabe que deveria ter dado. E para esse arrependimento, infelizmente, n�o tem rem�dio”.
At� completar um ano de idade, uma crian�a j� tomou 24 vacinas pelo SUS, e todo mundo leva os filhos para vacinar sem questionar de onde vieram o do que s�o feitas essas vacinas. Todo mundo sabe que elas funcionam.
A vacina��o contra a COVID-19 come�ou h� um ano no Brasil. Quanto mais pessoas vacinadas, menos �bitos. A vacina��o dos adultos come�ou enquanto as mentiras sobre a vacina corriam soltas. � chip chin�s que vai ser implantado no bra�o do vacinado, � DNA que vai ser alterado. E estamos aqui, vacinados e com o mesmo DNA de sempre.
Meu filho tem 12 anos e j� tomou duas doses da Pfizer e, claro, teve muito terrorismo em cima da vacina dos adolescentes. Mas a maioria deles tamb�m j� est� com a vacina em dia e est� tudo bem. Chegou a vez das crian�as e tem um monte de m�e apavorada. Medo de miocardite, medo do mRNA, quando o maior inimigo das crian�as � a doen�a, a covid.
Durante o m�s de janeiro, tenho co- lhido depoimentos de m�es cujos filhos est�o vacinados. M�es que vivem no Brasil e em v�rios outros pa�ses onde a vacina��o infantil est� mais adiantada. Na Fran�a, nos EUA, em Portugal, na It�lia est�o aplicando a Pfizer. No Chile, as crian�as recebem a CoronaVac. Se quiser conferir os depoimentos dessas m�es, veja no Instagram ou no Facebook @padecendo fotos e depoimentos e muitas outras informa��es sobre a vacina das crian�as de 5 a 11 anos. N�o negue esse direito �s crian�as. Vacinas salvam vidas!