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Estado de Minas PADECENDO

Adolescentes e atentados em escolas

"Quem cuida da sa�de mental dessas pessoas depois de ataques como esse �ltimo em S�o Paulo e tantos outros que j� vimos acontecer?"


02/04/2023 04:00 - atualizado 02/04/2023 07:23

Adolescentes
(foto: pixbay)

 
Tudo o que acontece dentro das escolas � resultado do que acontece do lado de fora. Fam�lias desestruturadas onde filhos aprendem a l�gica da mentira com os pais. Acesso � deepweb. Tudo isso vem causando um adoecimento ps�quico nos adolescentes e, esse adoecimento, somado � falta de di�logo e de tratamento, v�m resultando em adolescentes se transformando em assassinos.
 
Desde o fim de fevereiro, as escolas da rede estadual de S�o Paulo estavam sem psic�logos, o programa havia sido suspenso. Decis�o pol�tica que influencia na vida de tantos professores e alunos. Um aluno, um garoto de 13 anos, matou uma professora e feriu outras pessoas usando uma faca. Na semana anterior, a pol�cia havia apreendido um menor de 17 anos que planejava um ataque a uma escola no Rio de Janeiro.
 
E os alunos dessas escolas? E as professoras? Quem cuida da sa�de mental dessas pessoas depois de ataques como esse �ltimo em S�o Paulo e tantos outros que j� vimos acontecer? Essas pessoas est�o sendo devidamente amparadas?
 
No primeiro semestre de 2022, quatro mulheres foram assassinadas por dia. Pode n�o parecer que exista uma rela��o entre esses dados e os atentados em escolas, mas existe. Esses adolescentes s�o profundamente influenciados por grupos de extrema direita, por grupos nazistas. Grupos que odeiam mulheres como os Incells e os RedPill. A misoginia e o racismo fazem parte do repert�rio desses jovens.
 
Incells s�o os (Celibat�rios Involunt�rios), homens que culpam as mulheres por n�o conseguirem ter um relacionamento com elas. Incapazes de aceitar a pr�pria incompet�ncia para atrair o interesse feminino.
 
RedPills s�o os machistas inseguros que tem medo de se relacionar e que acham que as mulheres ocupam um lugar de privil�gio. Ou seja, criaram um universo paralelo e foram morar l�.

Tem tamb�m os MGTOW, os Alfa e outras nomenclaturas, no final, s�o todos mal resolvidos, mis�ginos e acovardados. T�m medo de mulher. Se esfor�am para fingir que se sentem atra�dos sexualmente por mulheres, provavelmente para tentar esconder de si mesmos sua real sexualidade. Produzem muito discurso de �dio e ganham dinheiro publicando esse conte�do asqueroso nas m�dias sociais. Infelizmente, cada vez mais, os adolescentes est�o consumindo esse tipo de conte�do.
 
Soma-se todo o discurso de �dio a c�rebros imaturos e � falta de regula��o emocional e temos uma bomba pronta para explodir. E quando ela explode, ela faz v�timas. O �dio que est� em casa, nas ruas, na internet, vai para a escola e as consequ�ncias s�o catastr�ficas.
 
Culturalmente os homens n�o t�m suas emo��es validadas, emo��es s�o vistas como fraqueza, como algo do feminino. Para os homens s� a raiva � validada, a raiva explode, � incontrol�vel quando a pessoa n�o sabe se autorregular. E um adolescente de 13 anos n�o sabe se autorregular, ele precisa do adulto para tal. O adulto, pais, m�es, professores, a sociedade. N�o tem como haver autorregula��o em uma sociedade mentalmente adoecida como a nossa. Numa sociedade que n�o entende e n�o aceita que sa�de mental � mais importante que a sa�de f�sica, porque a mente adoece o corpo.
 
Enquanto invalidarmos sentimentos, enquanto n�o tivermos empatia, enquanto fizermos apologia a armas e n�o tivermos di�logo, veremos cenas como essas de ataque a escolas, de ataques a mulheres, acontecendo. E se n�o mudarmos o rumo bem r�pido, vamos acabar naturalizando at� esse tipo de crime. S� com di�logo, com autorregula��o e com algu�m adulto para mediar os conflitos poderemos ter alguma esperan�a de termos jovens mentalmente saud�veis.
 
Sinto como se estiv�ssemos dentro de um t�nel muito longo, obstru�do por uma pedra imensa que n�o permite que ningu�m atravesse. Precisamos rolar essa pedra, juntos, porque ela � muito pesada, para conseguirmos chegar ao outro lado do t�nel. Eu estou aqui empurrando, tem muita gente empurrando comigo. Mas tem gente nos puxando para tr�s tamb�m. A pedra rola muito devagar. Muita gente vai morrer dentro do t�nel, porque levaremos muitas d�cadas para fazer esse atravessamento. Eu vou morrer no meio do caminho, mas nunca vou parar de empurrar essa pedra.

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