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Estado de Minas

O meio do nada

"Paci�ncia para lidarmos mais um ano com a pandemia. Adeptos de tratamentos precoces n�o s�o diferentes das cartomantes"


(foto: Alexandra Koch/Pixabay)
(foto: Alexandra Koch/Pixabay)

Nada tem no meio do nada.

No meio do nada, tudo se esconde.

O meio do nada, esconde o meio, o tudo e o nada.

No meio do nada surge um homem a cavalo tocando uma vaca.

A vaca � o mundo que o homem toca.

O homem toca o mundo e a vaca.

A vaca e o mundo caminham com o homem.

O caminho n�o tem fim,

mas come�a em algum lugar e termina em lugar algum.

H� um caminho por caminhar...

Vida que acaba em algum lugar,

homem, vaca e caminho come�am e terminam,

lugar nenhum os espera,

chegar�o sempre juntos em lugar algum...


Inicio o texto desse fim de semana descrevendo a preocupa��o do universo com a pandemia e os nossos problemas di�rios. Abra�amos nossos problemas como uma t�bua de salva��o para suportarmos a dureza da exist�ncia. Assim como o universo n�o nos enxerga, nosso Messias tamb�m n�o.

Nesse caso, cegueira intelectual, moral e �tica. Mas, quem fez o nada, nada fez... Se elegemos o capit�o Zero � esquerda, zero � esquerda � Zero. Nota merecida para quem n�o fez o dever de casa. Fugiu da escola e n�o fez moral e c�vica.

No nada buscamos a luz, mesmo que as trevas nos abrace nos dias azuis. A piedade � universal, mesmo que a senten�a seja mortal. A esperan�a � o que nos mant�m vivos e produtivos, a poesia catapulta a alma.

Vai, vai, vai...

Na pr�xima semana, mais precisamente no dia D, na hora H ignorada, e no ponto G, iniciaremos provavelmente a vacina��o no Brasil e a colocar os pingos nos Is.

Espero que seja no dia 20. Um presente de anivers�rio inusitado. Ao inv�s de mais uma flechada mortal, uma agulhada salvadora. S�o Sebasti�o recebendo vacina, ao inv�s de flechas. S�o Sebasti�o, meu santo guerreiro e eu, agradecemos. Seja qual for a vacina, ser� bem-vinda.

Todas passaram por estudos cl�nicos s�rios e metodologicamente adequados. Enganam-se os que pensam que essas vacinas foram desenvolvidas �s pressas e sem crit�rios de seguran�a adequados. Desde 2002, pesquisas est�o sendo feitas com o objetivo de prevenir infec��es por coronavirus. Estas pesquisas iniciais, para controle da SARS, ganharam um novo impulso em 2012, por ocasi�o da epidemia no Oriente M�dio - MERS.

Em 2019, estas pesquisas foram catapultadas pela atual pandemia. Portanto, ci�ncia se faz atrav�s do conhecimento acumulado e compartilhado ao longo de v�rios anos. Curiosamente, tem gente que vai ao mercado e compra uma s�rie de ervas para fazer ch�s milagrosos que jamais foram estudados cientificamente. Mas tem medo de vacina.

Outros tomam rem�dios que cientificamente j� foram avaliados e tiveram a sua efic�cia negada por estudos metodologicamente adequados. Mas tomam, se exp�em ao v�rus com a expectativa de estarem protegidos e, n�o raramente, morrem.

Cada dia mais, essas hist�rias batem � porta dos nossos consult�rios. Adeptos de tratamentos precoces e distribuidores do "kit ilus�o" n�o s�o diferentes das cartomantes que prometem trazer seu amor de volta em 24 horas. Ali�s, fazem um mal bem maior. Apadrinhados pelo Messias e pela tropa ministerial, se apresentam como salvadores da P�tria amada Brasil.

Distribuindo os m�gicos saquinhos de rem�dio � popula��o, tentam enterrar, junto com os corpos dos pacientes, a improbidade administrativa e o crime de responsabilidade por preconizar e gastar o dinheiro p�blico com drogas in�teis para tratar este v�rus.

Em troca, recebem cargos p�blicos e se ancoram na m�quina estatal para ter uma notoriedade que jamais tiveram com m�dicos e, muito menos, como cientistas. Aprendi com uma amiga, jurista do mais alto quilate, que atitudes como estas s�o, na realidade, uma "vacina jur�dica". Essa eu n�o encaro, mas a denuncio como fruto da mais perversa atitude contra o povo brasileiro.

Ao contestarem e processarem institui��es que defendem princ�pios cient�ficos s�rios - como a SBI-Sociedade Brasileira de Infectologia, SBP-Pneumologia, AMIB-terapia Intensiva e tantas outras - e propor estrat�gias terap�uticas sem fundamento, lan�a-se a flecha macabra da d�vida sobre uma popula��o apavorada e sem um Norte.

Norte que, imerso na maior usina de oxig�nio do planeta, v� o seu povo morrer nas ruas, ironicamente, por falta de ar. Onde falta oxig�nio, sobra Cloroquina em saquinhos de ilus�o.

Neste momento, o nosso Norte deve ser as vacinas, as m�scaras, o distanciamento social, a higiene de m�os e a paci�ncia para lidarmos mais um ano com a pandemia e todas mazelas criadas pelos negacionistas empoleirados no poder.

Estamos neste momento, ainda no meio do nada, mas chegaremos...

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