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Estado de Minas

Meio de campo

"Queremos virar esse jogo e correr para o abra�o que tanto nos tem faltado"


22/05/2021 06:00

(foto: Daniel Kirsch/Pixabay)
(foto: Daniel Kirsch/Pixabay)

Sempre gostei de jogar futebol como meio de campo. Comecei no time do seu Ti�ozinho como centro avante. N�o funcionou. A bola n�o chegava nunca para uma conclus�o.

Nem com a t�tica infal�vel daquele t�cnico maravilhoso, o qual implantou uma revolu��o no futebol mundial : "- Ligeireza, marvadeza e gor de cara. Depois nois arrecoi e fica veiaco."

Era uma verdadeira arapuca de ganhar de 1 a zero. O Guardiola deve ter feito est�gio com ele! Claro, jamais admitiria a origem do seu sucesso. Muito menos a passagem de seus olheiros pelo monumental Est�dio Municipal de Ibi�.

Com o tempo, como um bom t�cnico, seu Ti�ozinho foi me testando no meio campo. Ali sim! As op��es de jogada tornavam o jogo plural e emocionante. Fazer o gol era apenas o detalhe final. O importante � como chegar at� l�.

Assim, encontrei o meu espa�o na vida. Servir. Ser gar�om no meio campo da exist�ncia.

Ser m�dico sempre foi um sonho de crian�a. Brincando no consult�rio do meu pai, vendo seus livros e observando formigas com lupas, fui aos poucos mergulhando em um mundo maravilhoso.

Levei para a medicina a experi�ncia do esporte da minha inf�ncia.

Jogar no meio de campo � bom, mas exige o m�ximo de quem habita esse espa�o do gramado. Ser o elo entre a defesa e o ataque � uma responsabilidade enorme.

Quem entende de futebol sabe: jogo se ganha e se perde no meio de campo. Portanto, os her�is e vil�es, na maior parte das vezes, habitam esse espa�o.

Transpondo para a medicina, jogar no meio de campo significa trabalhar com o hiato entre especialidades. As infec��es fazem essa liga��o.

N�o h� especialidade m�dica que, direta ou indiretamente, n�o lide em algum momento com infec��o.

A atual pandemia descortinou este espa�o do conhecimento. O meio de campo ficou congestionado. Dif�cil tocar a bola quando o espa�o encurta.

� nessa hora que um bom t�cnico faz a diferen�a. Colocar as pe�as nos seus devidos lugares � obra de arte. Coisa que faltou na condu��o da atual pandemia no Brasil.

Jogar contra um advers�rio desconhecido exige cuidado, sensibilidade e intelig�ncia. Exatamente o que faltou no atual cen�rio. Sobrou ignor�ncia, burrice e perversidade.

Faltou eleg�ncia e o am�lgama do bem! Resultado: 7 x 1 para o v�rus. Perdemos o meio campo e, atualmente, quase meio milh�o de brasileiros e brasileiras.

Perdemos o ch�o, queimamos florestas com seus habitantes naturais. Perdemos a compostura e o fio da meada.

N�o imaginava que o destino nos reservaria esse desafio.

Lidar com o invis�vel sempre esteve em nosso universo. Mas, com o imponder�vel do irrespons�vel � frustrante.

Sr. Ti�ozinho n�o nos treinou para enfrentar advers�rio t�o imprevis�vel. Nem mesmo os maravilhosos e dedicados professores que tivemos na UFMG poderiam imaginar tamanho desafio no destino de seus disc�pulos.

Ainda assim, estamos vivos no jogo. Perdendo, mas com cabe�a em p� e olhos no futuro.

Queremos virar esse jogo e correr para o abra�o que tanto nos tem faltado.

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