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Estado de Minas CARLOS STARLING

O criador de bodes

Nem o ex�rcito, acostumado a miss�es em locais in�spitos, aceita o fedor que exala das palavras lan�adas ao vento pelo inconsequente criador de bodes


11/09/2021 06:00 - atualizado 10/09/2021 23:06

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(foto: Chracker Heller/Pixabay)
Criar bodes n�o � f�cil. O bicho fede, � bravo e arisco. Sobe em tudo, come tudo e chifra os distra�dos.

 

Colocar um bode na sala j� foi proposto como estrat�gia para reconciliar casais brig�es.


Depois de alguns dias no meio da casa do casal litigante, eles se aliam para brigar contra o bode e voltam a se amar, at� que outro "bode" os separe.

Pois bem, essa � a estrat�gia de governar do Messias.


Como criador de bodes ele tem uma sele��o dos bichos mais fedorentos e insuport�veis que j� se viu.

Semana ap�s semana ele coloca um bode na pra�a. Quando imaginamos que a sua caprinocultura est� em baixa, ele surge com um novo bicho cada vez mais insuport�vel.

E assim, de bode em bode, ele vai lan�ando uma cortina de fuma�a para camuflar o fracasso e a fragilidade do seu desgoverno.

Contando com o apoio do Menino da Porteira, ele vai aos poucos arrebanhando aplausos de boiada sem rumo, cega e an�smica, para as suas reais inten��es.

Nem o ex�rcito, acostumado a miss�es em locais in�spitos, aceita o fedor incandescente que exala das palavras lan�adas ao vento pelo inconsequente criador de bodes.

Nesse Sete de Setembro ele se superou. Soltou os bodes no Supremo, deu coice no Congresso e defecou na Paulista.

Limpar merda de bode � dif�cil, mas o mais complicado � o fedor exalado para o mundo inteiro.

No dia seguinte, vendo a cagada hist�rica, se redimiu como se tivesse tido uma amn�sia et�lica.

- N�o me lembro. N�o foi isso que eu disse. N�o foi minha inten��o.

Interessante, um importante pol�tico mineiro j� dizia:

- Pol�tica � como as nuvens. Muda a cada hora.

Tudo � permitido no pa�s e nos princ�pios �ticos e morais do criador de bodes. Para cada desafio um bode diferente.

E assim, vamos pagando nossos pecados numa penit�ncia intermin�vel.

O mais ir�nico � que o criador de bodes, depois de uma lamban�a sem precedentes, chama o lobo em pele de cordeiro para ajudar a controlar a situa��o.

Experiente e com ar desinteressado, o lobo diz que "apenas dei alguns pitacos". Em outros tempos, esse mesmo lobo comeu os bodes e at� a dona de outra caprinocultura palaciana.

Isso tudo sem acrescentar uma s� ruga na testa.

Santo e divino para uns, sat�nico para outros, o bode � um animal caracterizado em v�rias culturas como s�mbolo da trag�dia. Por aqui, os bodes do Messias foram bem mais eficientes do que os avi�es do Osama que atingiram as torres g�meas h� exatos 20 anos.

De bode em bode, j� foram quase 600 mil brasileiros para o t�mulo.

A bomba at�mica que explodiu em Hiroshima tinha 15 quilotons e matou, ao final de um ano, cerca de 150 mil pessoas.

Ou seja, os bodes do Messias s�o quatro vezes mais letais que a bomba de Hiroshima. Um bode equivale a 15 quilotons. Os f�sicos ter�o que fazer os c�lculos e a m�trica exata do Quilobode Messi�nico.

Os danos colaterais s�o os mesmos: desemprego, mis�ria, fome, infla��o, etc. Ser�o d�cadas para controlar os efeitos negativos dessa crise "pol�tico-pand�mica bodal".

Mas, de onde mesmo vem os princ�pios dessa forma "bodal" de pensar?

Para responder essa pergunta, temos que retroceder aos di�logos de Plat�o - M�non, 402 a.C sobre a virtude.

No di�logo de M�non com S�crates, o primeiro, sujeito bronco e de intelecto limitado, define a virtude como sendo a capacidade de administrar os neg�cios do seu Estado e, ao administr�-los, promover o benef�cio aos seus amigos e o dano aos seus inimigos, cuidando para n�o atrair dano a si mesmo.

Em rela��o � virtude da mulher, � basicamente cuidar das obriga��es do lar.

J� S�crates, pensador, n�o foi capaz de explicar a virtude e sua origem.

Ou seja, a virtude na maneira cartesiana de ver o mundo do Messias e sua turma est� em se criar bodes, geralmente bodes expiat�rios.

Gente que n�o se adequa ao seu modo de ver o mundo � quem � culpada pelas desgra�as que o destino nos reserva.

O perigo maior � que a anosmia da COVID-19 nos impe�a de perceber o fedor de bode e permane�amos por mais quatro anos, ou mil�nios, com o criador de bodes no planalto e os bodes todos dentro de nossas vidas.

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