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Estado de Minas CARLOS STARLING

Boas festas

Palavra hoje � do colega Reynaldo Oliveira, um dos mais ativos na produ��o de informa��es epidemiol�gicas relacionadas � pandemia


24/12/2021 10:55 - atualizado 24/12/2021 11:14

Ilustração da Ômicron
(foto: Pixabay)
Recebo na coluna de hoje a nobre visita do colega Reynaldo Oliveira. Reynaldo tem sido um dos colegas mais ativos na produ��o de informa��es epidemiol�gicas relacionadas � pandemia e seu impacto nas Unidades de Terapia Intensiva em Belo Horizonte. Desde o principio da pandemia, ele vem fazendo voluntariamente, um compilado semanal dos dados relacionados a incid�ncia de novos casos, mortalidade, ocupa��o de leitos e tend�ncia dos indicadores epidemiol�gicos nas UTIs da capital. Trata-se de uma a��o cooperativa envolvendo todos os coordenadores de Terapia Intensiva de Belo Horizonte.

Reynaldo � professor aposentado de pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, PHD em Medicina, tendo como �rea de concentra��o a Pediatria. � tamb�m, autor e criador da s�rie Blackbook (livros t�cnicos de Medicina).

Ao longo destes quase dois anos temos mantido contado regular e discutido os dados produzidos pelo sistema oficial de informa��es do munic�pio, estado e minist�rio da sa�de, al�m da tend�ncia geral da pandemia no planeta. 

N�o nos encontramos nem uma vez pessoalmente neste per�odo, mas sempre estivemos juntos, ombro a ombro, na complexa trincheira de combate ao negacionismo.

Recebi dele nessa sexta-feira uma mensagem distribu�da por WhatsApp, a qual julgo fundamental nesse momento de festas e reencontros. Concordo em g�nero, numero e grau com suas recomenda��es e proje��es epidemiol�gicas. Segue a mensagem na integra.

"Bom dia, meus caros. Passando para deixar um abra�o de boas festas e votos de um feliz natal pra todos voc�s e suas fam�lias. 

Mas para n�o deixar de fazer o que mais tenho feito nestes �ltimos dois anos, vamos l� com algumas recomenda��es.

Apesar do estado de aten��o e preocupa��o com a �micron, que imagino que deve fazer picos recordes de casos novos por volta de janeiro e fevereiro, fomos brindados com um Natal com os menores n�meros de casos graves nas UTIs e baixo n�mero de casos novos desde o inicio da pandemia. Ou seja, nunca, desde mar�o de 2020, as chances de pegar COVID hoje e amanh� foram t�o baixos. 

Isso deve nos permitir encontrar nossas pessoas mais queridas e abra��-las, usando m�scaras, sem compartilhar talheres, copos ou garrafas, preferencialmente em ambientes abertos ou com janelas e portas bem abertas e almotolias de �lcool gel dispon�veis em v�rios pontos. 

Em BH, hoje, de cada 100 testes feitos para COVID, s� dois s�o positivos. Isso � �timo mas tem esses 98 casos de sintomas respirat�rios que em boa parte parecem ser da tal gripe influenza H3N2 (que a vacina influenza desse ano n�o pega) e que deixa a gente se sentindo bem mal por uma semana. Ent�o, pra quem n�o tem medo de COVID, use os mesmos cuidados para n�o pegar ou passar gripe para os vov�s da fam�lia. 

Se algu�m tiver tido contato recente com outra pessoa com sintomas respirat�rios ou acordou com algum mal-estar ou sintoma suspeito, � prudente fazer um teste r�pido de ant�geno (cotonete no nariz) hoje ainda, antes de ir para festa com a fam�lia (e ficar em casa isolado se der positivo). 

Vamos aproveitar bem esta janela do Natal e nos preparar para um per�odo chatinho de novo, quando a �micron entrar por aqui e come�ar a fazer seu estrago. 

Pelo que sabemos at� agora pelos primeiros trabalhos publicados e pr�-prints sobre a evolu��o da �micron na Africa do Sul, Inglaterra, Noruega e Dinamarca e alguns outros pa�ses em que o problema chegou forte antes, os dados sugerem que:

- Em fam�lias e aglomera��es em ambientes fechados (como vai acontecer nas festas de Natal agora), se entra algu�m com a doen�a, sem medidas de prote��o adotadas corretamente por todos, a transmiss�o � cerca de tr�s vezes maior que com as variantes anteriores, e pode chegar a algo como 5 a 8 pessoas serem infectadas no evento.

- Quando come�a a circular, o n�mero de casos novos dobra a cada dois dias na comunidade, contra 4-6 dias com os picos causados por variantes anteriores.

- A prote��o das vacinas para evitar a doen�a sintom�tica  pela �micron caiu para cerca de 50% (era cerca de 70% com as variantes anteriores). Ou seja, sem o distanciamento, m�scara boa ou os cuidados j� conhecidos, metade das pessoas vacinadas v�o pegar a doen�a se entrarem em contato pr�ximo e desprotegido com algu�m doente em fase contaminante.

- A bom not�cia � que os casos graves tem sido bem mais raros. Entre os que testam positivo, cerca de 1,5% precisam ser hospitalizados (era muito pior que isso antes, algo como 10-12%) e n�o se sabe se isso � por menor agressividade da variante ou melhor n�vel de cobertura vacinal.

- O n�mero de reinfec��es em pessoas que j� tinham tido a doen�a � o maior do que at� ent�o observado tamb�m.

- O n�vel de prote��o conferido pela vacina � muito superior ao conferido por infec��es anteriores, n�o deixe de fazer todas as doses e refor�os que tiver direito, mesmo se j� teve a doen�a.

- 5 de cada 6 pessoas hospitalizadas pertencem ao grupo minorit�rio de n�o vacinados

- O n�mero de casos em vacinados � muito mais alto que o observado com as variantes anteriores, mas com bem menos interna��es e �bitos, mostrando um n�vel de prote��o ainda muito bom das vacinas.

- O n�mero de casos que precisam de UTI � de cerca de 0,1 a 0,2% dos casos positivos (contra 3-5% observados no inicio da pandemia).

- Com 1,5% de internados em enfermaria e 0,2% em UTI � prov�vel que observemos maior press�o por mais vagas de leitos de enfermaria/quarto privativo que de UTI. Outro problema da rede hospitalar � que muitos profissionais v�o pegar a doen�a e precisar ficar afastados.

- Na Noruega e Dinamarca que possuem n�veis de vacina��o parecido (um pouco melhor) que BH, o n�mero de casos tem sido recorde a cada dia e atingindo n�meros muito superior ao observado nos picos anteriores.

- O n�mero de crian�as que precisam de hospitaliza��o � bem superior ao observado nos picos anteriores. Ajudem a fazer press�o pela inicio mais r�pido da vacina��o das crian�as, orientando corretamente os pais sobre a import�ncia desta vacina tamb�m para elas."

Obrigado Reynaldo pela parceria e amizade ao longo destes longos meses pand�micos que passamos. Como bem foi pontuado pelo seu texto, ainda temos uma longa estrada pela frente, com terreno escorregadio e incerto. Por�m, 2022 nos trar� a possibilidade de corrigir os rumos do pa�s e de nossas vidas. 

Desejo a todos um Feliz Natal e um Ano Novo com muita sa�de e alegria. 

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