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Estado de Minas COLUNA

Sabi�s

Segundo uma lenda ind�gena, quando uma crian�a ouve, durante a madrugada, no in�cio da primavera, o canto do sabi�, ser� aben�oada com paz, amor e felicidade


01/10/2022 06:00

Sabiá
(foto: Reprodu��o/Wikipedia)

Hoje acordei com um sabi� cantando. Ali�s, eram dois. Um cantava e o outro respondia. N�o sei se voc�s perceberam, mas Belo Horizonte est� cheio de sabi�s-laranjeira. Nessa �poca do ano eles ficam ainda mais presentes.

Ao caminhar pela Avenida Barbacena, l� estavam eles novamente. Pareciam me seguir.

Na realidade, talvez estivessem querendo me dizer que eu � quem estava no lugar deles. Bem mais prov�vel.

Afinal, na �poca em que �ramos apenas Curral del Rei, eles eram os propriet�rios do peda�o. Invadimos o espa�o alheio sem qualquer cerim�nia e nos esquecemos disso.

Sabi�s cantam para atrair as f�meas e para assustar outros machos. Ou seja, literalmente, cantar garante a reprodu��o da esp�cie.

Portanto, � um quest�o de necessidade para o p�ssaro cantar durante o sil�ncio da madrugada, de forma que se fa�a ouvir e ser ouvido. Atualmente, com o barulho de nossas ruas polu�das, cantam a qualquer momento e cada vez mais alto.

Em tupi, sabi� significa "aquele que reza muito", em alus�o ao canto dessa ave. Segundo uma lenda ind�gena, quando uma crian�a ouve, durante a madrugada, no in�cio da primavera, o canto do sabi�, ser� aben�oada com muita paz, amor e felicidade.

Isso l� na floresta! Aqui, sexta- feira, 30 de Setembro de 2022, p�s debate eleitoral para a Presid�ncia da Rep�blica, tenho minhas d�vidas. Temos que rezar mais que os sabi�s para que as coisas tenham um bom desfecho.

Receber a visita de um sabi� significa que algo diferente acontecer�. Em algumas culturas esse animal representa a benevol�ncia divina, em outras � visto como um mensageiro da morte e at� como ca�ador de almas-perdidas.

A decis�o de qual interpreta��o daremos depende do rumo que cada um quer dar ao seu pr�prio destino, o qual encontra-se a menos de 48 horas de ser decidido.

Seguiremos o cavaleiro da morte, da mentira, do absurdo, que ao longo dos �ltimos anos nos brindou com sua tr�gica e mal�vola ignor�ncia, ou preservaremos princ�pios democr�ticos na busca do bem coletivo.

Precisamos de s�bias e conscientes decis�es, al�m de belos cantos de sabi�s.

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