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Estado de Minas Da arquibancada

N�o falha uma: na rodada em que o rival cai, o Galo atropela

A goleada sobre o S�o Paulo teve ingredientes do Sobrenatural de Almeida, com belo triunfo na noite em que tudo parecia caminhar para uma trag�dia


05/09/2020 04:00 - atualizado 05/09/2020 00:37

O equatoriano foi protagonista na goleada do Atlético sobre o São Paulo, marcando dois gols nos 3 a 0 no Mineirão(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
O equatoriano foi protagonista na goleada do Atl�tico sobre o S�o Paulo, marcando dois gols nos 3 a 0 no Mineir�o (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


N�o vi o jogo do Cr�z�ir� contra o Brasil de Pelotas – evito, minha performance como secador � historicamente um desastre. Ademais, de calos bastam os da alma, os olhos... � prudente preserv�-los, declinando de criar corvos e de assistir ao arquirrival. Se bem que acabei por ver, a posteriori, o gol decisivo. O Cr�z�ir� deve as cal�as e as cuecas, mas joga de Adidas e com narra��o do Galv�o Bueno: “Olha o que ele fez!!! Olha o que ele fez!!! Gooooooool!!! � do Brasil!!! Brasil-sil-sil!”.

Aquilo me entristeceu: havia uma energia no ar, uma vibra��o de bate-estaca abrindo caminho no fundo do po�o. Energil C, digamos. E quando os caras descolam uns caramingu�s, ainda pagam o irm�o do Anelka, �, vida, �, c�us, �, azar... A li��o que fica para o atleticano �: muito cuidado com aquilo que voc� deseja. Como se diria nas dublagens da tev� a cabo, a gente queria que eles se danassem – mas, p�, n�o precisava morrer!

Se tem algo t�o certo quanto sem d�vida, uma cl�usula p�trea do futebol, ela dita que na rodada em que o Cr�z�ir� se fode, ops, se dana, o Galo se d� bem – � uma coisa da ordem dos alinhamentos dos astros, universo em modo Michel Temer, conspirando, s� que a nosso favor. Na quinta-feira, temi por tal cl�usula. Afinal, mesmo as p�treas da Constitui��o andam um tanto l�quidas. O S�o Paulo ganhava todas, a nossa defesa mais vulner�vel do que advogado do Cr�z�ir� em julgamento na Fifa. Pensei comigo: danou-se.

Tenho gostado bastante do DJ do Mineir�o. Ele tem o timing perfeito. Lembra os meus tempos de Love Story, o puteiro transformado em boate da moda no centro de S�o Paulo, e cujo tocador de m�sica sabia a hora perfeita de botar fogo no cabar�. A fagulha se dava quando o slogan daquela casa nada familiar irrompia os ares esfuma�ados pelo cigarro e o gelo seco: “Love Story! A casa de todas as casas!”. Seguia-se, ent�o, a balb�rdia.

O DJ do Mineir�o sabe a hora do hino e da Galoucura, da Beth Carvalho e do revival de Creedence � nossa moda. Nesse embalo, creio eu, de repentemente engolimos o S�o Paulo. Que coisa, senhores! Aquilo tinha come�ado como o pren�ncio de uma cat�strofe, os paulistas acossando a gente como os credores atr�s do Cr�z�ir�. Em poucos minutos, por�m, l� est�vamos n�s, um time de profissionais, a enfrentar os casados da firma.

A certa altura, me solidarizei com o veterin�rio dos meus cachorros, um s�o-paulino gente fina: n�o era poss�vel que um time perdendo de tr�s ficasse assistindo ao outro trocar passes como num jogo de bobinho. Se n�o t�m a for�a dos pitbulls, que mordessem como um Luis Su�rez! Que metessem o chifre como fez Zidane! �s vezes, a defesa da honra exige que se acabe com o baile na base da porrada. Mas como, se h� do outro lado o �nico Jair que a gente respeita?

Imagina se o baile fosse com m�sica ao vivo. No lugar do DJ, o coro de 50 mil gog�s em espasmos de galos completamente doidos. Alan Franco ia chorar de novo pelo seu pai, que n�o p�de ver a beleza de tamanho espet�culo. Rafael se perguntaria por que a vida lhe privou daquilo durante os anos em que choveu apenas na horta do M�os de Alface. Assim como se aprumaram os dentes de Ronaldinho, cresceria cabelo em Sampaoli – ningu�m � o mesmo sob os ausp�cios da Massa.

Finda a peleja entre profissionais e amadores, a imprensa paulista elegeu o pior em campo, aquele que vai ter de pagar um Motor�dio: o pobre do VAR, esse vil�o nacional. Concordo totalmente, tem VAR que � cego! N�o fosse aquele p�nalti, seria de 4 de novo, como no dia em que R10 pediu �gua e Rog�rio Ceni serviu na bandeja. Ficou barato.


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