O jogo do Cruzeiro no pr�ximo s�bado n�o se encerrar� em apenas 90 minutos. Caso empatado durante esse tempo regulamentar, ele tamb�m n�o terminar� nas cobran�as de p�naltis. Por conta das miser�veis disputas pol�ticas internas do clube, que nos remetem aos tempos dos feudos familiares e seus telebing�es, das cidades e confrarias dominadas por coron�is, nossa apreens�o seguir� em campo at� a pr�xima segunda-feira. Nesse dia, o Conselho Paquiderme Deliberativo do Cruzeiro dar� – ou n�o – o seu aval para o clube finalmente sair das (suas) m�os sebosas, de quem negligenciou a lenta destrui��o financeira da institui��o, iniciada na segunda metade da d�cada de 1990 e levada a cabo em 2019, com a organiza��o criminosa formada por dirigentes, conselheiros, jogadores e empres�rios. Com o t�tulo da Country Cup 2022 ou n�o, dormiremos apreensivos durante o pr�ximo final de semana.
Desde os prim�rdios do futebol at� o fim do s�culo 20, eram muito comuns as chamadas “rodadas duplas”. Nelas se marcava para um est�dio duas partidas de um mesmo campeonato. Era uma forma de reduzir custos e, ao mesmo tempo, estimular a ida de mais amantes do esporte at� o palco do espet�culo. Em 1997, por exemplo, foi disputada a Copa Centen�rio de Belo Horizonte, para comemorar os 100 anos de funda��o da capital mineira. Com ela ocorreram diversas rodadas duplas no Mineir�o: Flamengo x Olimpia na preliminar e Cruzeiro x Benfica no jogo principal; Am�rica x Milan na preliminar e Atl�tico de Lourdes x Corinthians no segundo embate foram algumas delas.
Quando penso no jogo de s�bado, sob a perspectiva da mente mal�fica de quem ainda tenta prejudicar os rumos da Sociedade An�nima do Futebol (SAF) do Cruzeiro, infelizmente, n�o consigo imagin�-lo diferente de uma mera preliminar da reuni�o do Conselho Paquiderme Deliberativo, na segunda-feira. Sou imediatamente consumido por uma melancolia s� de ter a absurda certeza de que existir�o “cruzeirenses” torcendo por isso. “Um resultado (negativo) pode influenciar no outro.” Quem aposta – e deseja isso – se revela um canalha por natureza. E eles existem e est�o se movimentando.
Quando volto a pensar com o meu cora��o cruzeirense, de quem tem pavor aos “fifis azuis”, aos estimuladores de ciz�nias na “aldeia”, aos movidos por vingan�as ou picuinhas pessoais, a�, me acalmo, pois sei o quanto n�s, torcedores de arquibancada, n�o nos deixamos levar pela energia ruim desses infelizes. Serenos, n�o permitimos que eles diminuam nosso orgulho com rela��o ao desempenho do time planejado por Paulo Pezzolano e pelo staff do empres�rio e ex-jogador Ronaldo. Assim como nosso desejo pela continuidade deles.
Como bem disse o comandante Pezzolano, a obriga��o da vit�ria na final�ssima da Country Cup � 100% da estrutura bancada pelos Bilion�rios do Brasil Mis�ria para os filhinhos da Turma do Sapat�nis. Se isso vai se confirmar em campo, s� os deuses do futebol – o submundo da Federa��o Mineira de Futebol e as encena��es de Hulk – ir�o dizer. Certo � que, com rela��o a essa preliminar de s�bado, seja qual for o resultado final, j� sa�mos vencedores por termos superado a desilus�o em t�o pouco tempo.
J� com rela��o � partida principal dessa rodada dupla, na segunda-feira, vamos nos manter em concentra��o absoluta, pois o desastre de 2019 j� nos mostrou que o inimigo mora ao nosso lado, finge amar o azul e branco e tem um pezinho no Conselho Paquiderme Deliberativo.