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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Mineir�o, palco do futebol, casa do Cruzeiro, diz 'n�o' ao torcedor

Domingo seria dia de lotar o Gigante da Pampulha diante do Gr�mio, mas show musical desloca a Raposa para o Independ�ncia


04/05/2022 04:00 - atualizado 04/05/2022 16:42

Nosso Cruzeiro vem de duas vitórias consecutivas pela Série B no Mineirão, mas terá de mudar de casa no domingo
Nosso Cruzeiro vem de duas vit�rias consecutivas pela S�rie B no Mineir�o, mas ter� de mudar de casa no domingo (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

Bruno Bueno*

Domingo � dia de lotar o Mineir�o contra o Gr�mio... N�o, n�o, o jogo n�o � no Mineir�o, que sempre foi a casa do Cruzeiro e da torcida cruzeirense. O duelo entre os dois times mais copeiros do Brasil, que facilmente atrairia 40 mil pessoas ao Gigante da Pampulha, ser� no modesto e desconfort�vel Independ�ncia. O est�dio constru�do com dinheiro p�blico para receber jogos de futebol n�o poder� receber um jogo de futebol, pois vai abrigar uma s�rie de shows musicais.

N�o me lembro, quando o Mineir�o era administrado pela velha Ademg, de vivenciarmos a aberra��o de um palco p�blico do futebol vetar um jogo do time de maior torcida do estado por causa de um show. � como se o povo de Beag� fosse proibido de passear, namorar ou levar os filhos para um piquenique no Parque Municipal porque o espa�o vai sediar um torneio de golfe.

Mas n�o � s� isso. Jogar no Mineir�o ficou muito caro para os times mineiros, que s�o exatamente a raz�o de o est�dio existir. Conforme dito por Ronaldo Fen�meno, a experi�ncia de jogar no Gigante da Pampulha, do ponto de vista financeiro, tem sido “muito ruim”.

Do ponto de vista do torcedor, os ingressos ficaram mais caros, o campo diminuiu de tamanho, mais de mil vagas de estacionamento foram suprimidas, as �rvores ao redor do est�dio viraram concreto, o Cruzeiro � frequentemente impedido de jogar l� e, quando joga, o custo � alt�ssimo. E pensar que todo esse pesadelo do torcedor foi justificado pela realiza��o de seis m�seros jogos da Copa, que durou 30 dias, incluindo, de lambuja, o maior vexame de todos os tempos da Sele��o Brasileira.

Falando do jogo nas quatro linhas, o duelo entre Cruzeiro e Gr�mio tem cap�tulos memor�veis que precisam ser recordados. Nossa primeira Copa do Brasil, em 1993, foi vencida em cima deles. Roberto Ga�cho e Cleison foram respons�veis pelos gols daquele inesquec�vel 2 a 1. N�o fosse por aquela conquista, hoje os ga�chos teriam seis Copas do Brasil, e n�s, cinco.

Em 1997, o bi da Libertadores passou por vit�rias decisivas sobre os gremistas. Na fase de grupos, perdemos em BH, mas vencemos em Porto Alegre. Nas quartas, tivemos convincente vit�ria por 2 a 0 no Mineir�o. Na volta, o gigante Fabinho Guerreiro – que junto com Ademir e Douglas comp�e a trinca dos maiores volantes que j� vi atuar no Cruzeiro – abriu o marcador aos 15 do segundo tempo, em um Ol�mpico lotado. O gol obrigou os gremistas a fazerem mais tr�s para levar aos p�naltis. Fizeram apenas dois.

Tivemos outros jogos enormes entre as duas equipes. O 3 a 0 do Brasileir�o de 2013, em BH, praticamente assegurou o tri, sacramentado em Salvador na rodada seguinte. Coincidentemente, em 2014, outra vit�ria heroica contra o mesmo advers�rio (2 a 1, na capital ga�cha) antecedeu a conquista do tetra, desta vez contra o Goi�s, no Mineir�o. E antes da conquista do penta da Copa do Brasil, em 2017, eliminamos o mesmo Gr�mio nos p�naltis, nas semifinais.

Que neste domingo os comandados de Pezzolano sigam evoluindo e apresentem o bom futebol visto em Chapec�. O triunfo pode nos assegurar a lideran�a da mais disputada S�rie B de todos os tempos. Apoio da torcida n�o vai faltar.

Por fim, n�o posso deixar de compartilhar o estranhamento que o atual panorama do futebol brasileiro causa em qualquer ser que entenda minimamente do esporte: os quatro primeiros da Segundona s�o os tradicionais Cruzeiro, Gr�mio e Bahia, al�m da Chapecoense. Por outro lado, no G4 da S�rie A, � exce��o do l�der, Corinthians, os integrantes s�o clubes modestos no quesito grandes t�tulos: Bragantino, Coritiba e Atl�tico de Lourdes.

*Jornalista, belo-horizontino, residente em Bras�lia, cruzeirense nas boas e nas m�s. Escrevendo esta coluna a convite do jornalista Gustavo Nolasco


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